Obra Literária - MonoTelha - Rio de Janeiro - BRA$IL - TERCEIRO MUNDO - Poesia contemporânea com viés realista onde o eu-lírico adentra várias problemáticas existenciais. Uma busca de transformação e evolução através de evitar tragédias humanas e ambientais. Inúmeras visões recheadas de imaginação sobres sérias questões tanto globais quanto individuais. Gritos enlameados com a poética da lanterna dos afogados, um pedido de socorro através das letras ao mundo.
quarta-feira, 21 de dezembro de 2011
Retrospectiva
quarta-feira, 30 de novembro de 2011
Despedida e Chegada
quinta-feira, 10 de novembro de 2011
Uso Capião
Ocupe meu coração
está desabitado e silencioso
ele é uma casa envelhecida
Há poeira pelas paredes
janelas quebradas
portas que emperram
Não existe morador
está sem água e luz
Havia família e festa
agora só resta o vazio
Uma enorme casa
cheia de cômodos
Área de lazer e jardim
abandonados como lixo
Os anos se foram
deixando apenas cinzas
É uma casa no fim de uma rua
fica numa suja cidade grande
ela é escondida no meio de tudo
Os donos foram embora pra longe
largaram móveis confortáveis e utensílios
queriam mais conforto que essa casa
Por favor venha assim que puder
mansa, pacífica e ininterruptamente
Ocupe meu coração com uso capião
domingo, 23 de outubro de 2011
Timidez
mas estranhamente
está tudo escrito por ai
Letras caladas pela gritaria
sem saberem o que fazer
letras de música e pinturas
Buscamos conversas e diálogos
encontramos internet e celular
Fazemos relatos de feitos
sonhos e vontades cheias
Mas é o vazio que enche
o cérebro do coração
A voz sem dúvida está cansada
cheia de força bruta que se esmaga
num anceio de pronunciar ao ouvido
algo muito difídil para se entender
que mesmo parecendo fácil
Estamos todos longes do simples
Uma rádio fora do ar
transmite melhor o que somos
A falta de sintonia em existir
fazem os humanos defeitos
choramos de verdade sozinhos
Foi para lá num passado imaginário
o futuro querido as coisas do presente
Há só e suave
um gemido que se espreme
entre as coisas da vida
Mortais que somos
nos tornamos bobos
Podemos se defender de nós mesmos
sábado, 10 de setembro de 2011
O Bonde
segunda-feira, 15 de agosto de 2011
O Falecimento do Amor
Eu passo mal
só de imaginar
o lance final
Não haverá beijinhos
nem os carinhos
Terminar o sonho
e nosso sono juntos
Não dormiremos
num ninho agarrados
nada de lábios que se molham
é o fim dos orgasmos
e risadas gostosas
Não há o céu e inferno
nem deus e diabo
é só o tchau eterno
A morte que separa
atrapalha o coração
faz a amizade e amor
virar poeira e ilusão
Você diria
grato amigo
Eu diria
obrigado guria
Sentiremos saudade
de discutir relacionamento
vontade de pensar o mundo juntos
de badaladas artes e viagens
Pra quem fica
memória e lágrima
É difícil empurrar
o carro da vida
O tal Eu te amo
é o Eu não te vejo
não te agarro
não há o abraço
Dizemos pra vida
Ah não
A vida só responde
Ah sim
A morte colocará
seu ponto final
Não nos veremos mais
sexta-feira, 29 de julho de 2011
Viagem do Ônibus 485
Entrando pela saída
eis o passeio
lendo o letreiro
seta para baixo
vamos subindo
O motorista não viu
que somos atores
para essas câmeras
A passagem é ir e vir
sem pagar o absurdo
Não se viu o cobrador
eis o moço do ônibus
o trânsito
a máquina
o desemprego
Ator e a atriz
bem assim
sem nem um centavo
burlando e sendo
cada um feliz
Poema em homenagem à poetiza Alice Solto
Passeio pós moderno
Não sei o que é
nessa rua apagada
se é amor
ou ódio puro
um inimigo
ou amigo
mas vou seguindo
abrindo o caminho
A rua apagada
é vida pós moderna
volta como pré história
Somos eremitas do passado
sem as velas
Somos seres urbanos
sem as lanternas
Nesse meio dia
quarenta e cinco graus
valoriza a máquina
e não o animal
Há satélites lá em cima
e internet aqui em baixo
Não há como saber
qual empresa vai matar
e o governo a sua lei
na veia do corpo
envenenar no pacote
Parece tudo vendido
para o tio sam
ou um dos chineses
talvez para o europeu
Não há como saber
quem o quer abraçar
sem nas muitas latas do lixo
criar para sua vida um anexo
Segue o caminho
para casa ou precipício
as placas empurram
nessas ruas imundas
oh cheiro no ar de ilusão
Sopra um vento frio
de alta tecnologia
damos abraços para esquentar
em salas de bate papos
altamente virtuais
Ai a gente se despede
andando pela rua apagada
sem saber quem somos
sexta-feira, 24 de junho de 2011
Estudantes de Realengo
Os alunos foram reprovados
nota zero obrigatória
aplicada a inglória
barbárie aos pequenos
Mortos na biologia
apagados da história
subtraidos em matemática
censurados na literatura
Cada tempo de aula
sem os presentes
apenas ausências
Expulsos do colégio
chamado vida
Estudantes de Realengo
Restam apenas saudades
e uniformes vazios
MonoTeLha
quarta-feira, 9 de março de 2011
Fuga do Planeta
Não me sinto alegre nesse porto
vejo que não há nem o seguro
nem o ar de são paulo é puro
o rio de janeiro tá cheio de esgoto
as minas gerais estão desabadas
Não tem essa de espirito santo
e a amazônia tá uma zona
na bahia uma barra pesada
Vi o acre tá sem entrada nem saída
não curto o racismo de curitiba
O recife destrói todo o meu barco
e em florianópolis não nascem minhas flores
Me canso de fortaleza em ruínas
desse rio grande do sul de frieza
Não vejo o tal belo horizonte
em manuaus tá tudo mal
Estou sem lembrar das cidades
seus prédios e indios mortos
as metrópoles que me expulsam
Ando querendo ir viajar
pra fora do brasil e do mundo
os outros países também são imundos
Puxa queria ir voar
partir indo para outro planeta
qualquer que seja diferente o lugar
domingo, 27 de fevereiro de 2011
Motorista Assassino
quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
A Escolha
terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
Poluição Sonora
Visão
cada centímetro dele
o medo e a dor
até a cegueira
a falta de voz
o nó na garganta
a ausência de sabor
sentido a sede
morrendo de fome
Olho as horras passarem
Pontualidade
num abismo de tudo
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
Canto
Eu paro e desisto
não arrisco o sorriso
estou caido no chão
o tapete foi puxado
de toda boa vinda
ficando apenas a partida
O canto escondido
é agora um bom abrigo
entro devagar e vou ficando
me escondo assim parado
dentro do meu desamparo
O sonho saiu e entrou o pesadelo
a alegria para longe foi viajar
a senhora tristeza mudou pra cá
Vendi meu coração para dona mágoa
abri os braços pra solidão me agarrar
deixei os poderosos me pisarem
os mais fortes me batem com força
eu apenas entrego meu cadáver
Não vejo sentido nas placas da via
minha vida perdeu o sentido
quase que de tudo desisto
mas sobrou o canto
nada mais e nada de menos
apenas esse canto
quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
Despedida
meu corpo todo uma
feia e dura ferida
O vazio a única ponte
última visão de flores
ah o cabelo sumindo
via única para o muro
Uma estranha droga
estampada e com fotos
no meu jornal mental
Ah que vida
pegar o trem que já vêm
Sobram os restos
Eu sonho dentro do pesadelo
Te quero oh vida
mas já é como um cadáver
uma bela suicída menina
Tantas coisas ruins
vazios que enchem a vida
violência nessa demência
meu mundo nesse luto
Desabafo
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
Família
segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011
Hino de Necrópolis
sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011
Tédio Funesto
Óptica da Realidade
Hino Nacional
continuando o som triste
quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011
Sede
Sentindo sede
Sede apenas
Sem ter onde beber
Viver virou um copo vazio
Beber água é coisa de rico
Sentindo sede
Sede na vida
Não há como caminhar buscar em outro lugar
Engarrafada e cara
Eis a desgraça da falta d´água
esgotos bem cheios
Reservatórios vazios
Sentindo sede
Muita Sede
Apenas sede
sede
MonoTeLha