segunda-feira, 13 de abril de 2015

Alarme Global








Oh humanidade
 sua suja carne invade toda parte
um câncer eletrônico manual
 riscos traçados militares
 pura sede contaminada
 os grupos químicos digitalizados em pele
são pílulas de mau estar vivo caindo
caminhos bombardeiam flores
veias abertas na velhice precoce
são agora crianças vísceras ogivas vítimas
riem drogadas de web e tédio
prostituídas por água suja
tudo o novo velho
um mundo devastado cor de cinza
eis robô diz aonde ir
exato nada
bunker do coração
horror cerebral
carne de chip


São agora carros e bonecas
jaulas macaco estilo roupa contaminada
o laboratório abismo jardim da infância
futuro primitivo uga uga
novos aviões Enola Gay sabor indiferença
distribuem sacos de lixo resto índio
censurados berros gratuitos mendigos
ouvidos no alarme profundo
estado estrago vírus bactéria bélica
última moda de Paris doente
ataque do pânico anilina
bola cenoura Napalm
café com sua tia acabada em lágrima
bizarra taxa cara e vasta
a conta matemática errada dos seus dias
aflição viva da sua vida
socorro proibido
restos vivos em perigo
ataque químico


Ser miséria velha
superpopulação na tarde
delírio coletivo em febre cinema
cadeia pública
o açougue carnaval
punição básica música
universidade do crime 
loucura hospício reabilitador
 pular do prédio encantado número 1984
tomar teu veneno madrugada
assistir o canal problemático
deitar na casa triste a rua
cor cinza agonia
uma indústria de móveis
teus cômodos do coração na esquina
infartos depressivos em máscara alegre
mansões do sono remédio aos pés
pesadelos em suas colchas carnais
ferida travesseiro
pesadelo


Ruas costura
nó visão cega
cada quebrada peça
quebra cabeça de educação falida
corpo queimado inverno
o labirinto lápide
a poesia finca
analfabetismo nuclear
usina radioativa das letras
raio gama nos derrubando
sem amor
sem saída 
o beco história pós moderna
às sobras contaminam fins
inícios dos restos rastejantes
são os sonhos pintados com césio
vinculados ao amargo fardo desamparo
a natureza sua linda inimiga
falecida vítima
tristeza vizinha
a agonia


Veneno fetal infeliz
genética Frankenstein
planeta devastado com flores de plástico
continentes funerários
a brincadeira desespero
é o parque crianças e medo
 adultos mísseis desfiladeiros
é sempre para baixo depressão
sua extinção humana
mercado final
tudo bizarro
alarme global
gritaria de bebê
é você chorando
pequena dor universal
sou eu você
piano ao fundo
nota lágrima
tecla de nós