sábado, 7 de dezembro de 2013

Ultra Violeta





Pedido diz negativo
proibido o ser amigo
comida nem casa
apenas ler vazio

Ajudar dizem proibido
trabalho justo negam
corre a montanha ao sol
gritam os raios

Mundo em chamas
 algum problema
febre forte

Ser vivo
sua vida
perigo




Leitura






Lemos o meio
iniciado antes a dor 
parece sem fim
literatura
corpo da cidade
rios e pontes
embaixo o vazio
viaduto casa de uns

Pobre e velho
corpo mendigo observa
ricos injustos em carros voadores
casas luxuosas vazias
pobres ao buraco
vida vegetal cinza
sem teto


Leitura triste
mundo sujo
classes medidas
governos e etcs bizarros
realidade letra
censura lida





quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Oceano








Água recebe dor de esgoto
peixe fora d`água
barco náufrago da esperança se trava
óleo diesel  no almoço às aves
molho de petróleo
eis o mar


Acena ao longe a caravela fantasma
colonizadores estupram um Brasil qualquer
oceano em guerra
destruição do pacífico
atlântico também contamina
suas baleias agora nucleares


Oh tristeza que gela derretendo pólos
almirantes agonizam florestas de corais
fragata cruza a dor
há uma faixa mídia dizendo
está tudo bem
embarque


Iates do egoísmo no vermelho perfumado
desliza seu horror tripulável
sangue de peixes e golfinhos  
ao fundo a paisagem 
 ilhas dinheiro sujo
encontro do absurdo
capitania portos injustos
mar de corrupção 


Cemitério marítimo 
ogivas atômicas perdidas
transborda suas hecatombes
ondas radioativas gama 


Arquipélago lixeira
plásticos deslizantes
corrente marítima depressiva
oceano desumano em lágrimas


Imenso enjoo que navega
digestão de metais que pesam
peixes fisgados pela arrogância
rede da pesca pesadelo
fúnebre espuma praieira


Carcaças encalhadas no lodo governo
companhia resgate chamada amor
retorcida enferrujada ala amizade
âncora anti social  porta-aviões
navios de guerra
rebocador levando agonia
cruzeiros ao longe e perto a miséria aos pobres
torpedeiro devasta alma
pesado pélago


Farol do futuro se apaga
radar ao puro cansaço
fraca luz na esperança
fitoplâncton ameaça em falha
faltar o oxigênio na dispensa
sufoco biológico com endereço mundial
insuficiência respiratória
mar de miséria


Emissário submarino
faz fossa fluída 
potência atroz enorme
milhares de litros problemas por segundo
praia  da maré poluída 
pútrida época louca
banho de sol azar


Me afogo sem ver salva vidas
sou o humano
sou você





sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Jogo de Varetas






Horror no tabuleiro planeta Terra
instruções rasgadas ao lado
tudo pronto ao início da partida
triste nova cina

Jogo de varetas Tepco
 mexendo sem cuidado o lúdico material
tendo peças ofuscadas pela ganância ao ganho
maremoto diz sua natureza
a cova bem funda vai se cavando
um Japão e mundo pronto para o lixo

Brincadeira de caquéticos
encontro na praia perto da usina
todos postos na rasura catástrofe
lá ocorre radiação idosa senhora
onda gama invisível na orla

Confraria alimentar pique nique extinção
o meio ambiente bebe um chá podre
 biscoitos partículas atômicas sabor fissão
esse lanche não será esquecido
nem será de falta vista sem enorme perigo
novembro numa tardinha inquieta da vida

São colocadas as 1300 varetas
jogatina imbecil da energia 
chamada sempre como algo sadio
uma brincadeira macabra
irradiação ao hemisfério norte
crise próspera breve ao sul
mundo lixo ao vivo

Cidade mundial em balé no abismo
um passo ao precipício
contaminação praga nuclear 
toc toc bate a porta 
campainha acionada
alarme grita
pânico na porta fechada
planeta cárcere 
sem saída de emergência

Somos migalhas do resto em meio a sobras
espetáculo hecatombe sabor fome
bonecos de guerra
queimados nos banhos do esgoto que transborda
varetas de combustíveis vazando
vento de presente sem nosso futuro
lixo atômico ao mundo
a realidade em luto
frente ao muro
rosto nesta grade
sem saída para qualquer parte
estamos churrasco definhado
 vivo perigo de Trítio
Césio invade como vírus
estrondo na usina
estraga o mar 
 Estrôncio

A família nuclear ao reator 4
jogo pior que Chernobyl 
monstros da torcida  derretem
grande amarga derrota
o prêmio é aberto por nós
 nossa tristeza
pátria mundial devastada
a vida balança doente


( ... ) 





quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Visita Hospitalar








Flor do lixo
poesia ao ser que ali existo
deixo na cabeceira
letras sem cor e leveza
colocadas ao vaso duro dessa vida
ao lado de tua cama

Visito o outro eu
o você tido idoso
meu pai 
minha mãe
câncer na cama 
horóscopo não lido

Outubro rosa nuclear
hospital  Fukoshima da esquina
um mundo Chernobyl  alegria
dizendo boa tarde

Observo espaço
lençóis do enjoo 
travesseiro fofo em ardência
um quarto de vida
alucinação química
um açúcar dublê 
adoçante ser 

Coquetel terapia
droga endorfina acabando no pote
biscoitos ranços com café pós moderno
uma imensa vontade de nada
tic tac relógio visita
alarme vida
desperta nossa dor

Corredor da ala lanchonete
linfoma ou gástrico 
prato de sopa leucemia
compramos um cachorro quente já frio

Seio arrancado esperança extirpada
bisturi na goela da fala amorosa familiar
Tv no quarto ligada exibe comercial
um governa a chamar de seu

Saco de lixo nas terças
setor lixeira hospitalar área cirúrgica
 a vida em colo do útero a te ninar
bagaços a postos mexidos
sendo a massa de carne do açougue sujo
jogando fora teu carinho
o quilo na manobra lucra ao gordo banqueiro
embrulhado para viagem 

Ida da vila ala vala pública
dinheiro no caixa 
música toca suave
faxineiro trabalha
assepsia que brilha
fio frio da navalha
hospício hospital

Manifestantes do lado de fora são humilhados
vestidos com sarcoma de kaposi
quebrando vidrinhos e latas 
polícias da cabeça polida dançam cassetetes 
jogam suas bombas de chocolate doente
são soldados com chip triste na cabeça
tudo isso aos pés desta  enfermaria
o cárcere quente convida
jogos de carta e ódio 
governantes sorriem seus robôs 
roubos nesta luz do dia
escuridão do país maravilha

A doença é uma novela
aliena cérebros doces
mulheres e filhos desenhos desanimados
maternidade da mágoa ao lado

Câncer cidade vírus
excessos da depressão ferida
compre um emprego maneiro
vire trabalho
escravize liberdade
lucre carcinógeno  

Hora do jantar amargo
enfermeiros e médicos queridos do além 
alimentos contaminados todos nossos e bonitos
há um balanço e escorregador nessa praça madrugada
caminho da antiga casa em obra transgênica 
milhos e arrozes do tumor

Vento radioativo é tarde
fim da visita
pseudo velhice bate na porta
não és mais ninguém










quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Remédio







Corpo em terremoto 
balanço ao furacão
gira febre
dor

Perna esmagada
pétala mal me quer
hospital governo
crônico enfermo 

Falta o ar
sangue sujo coração duro
bolso furado
mendigo na esquina
remédio velho
vida validade vencida

Três comprimidos 
horas e horas
copo do que pinga 
álcool  vício antes de deitar
conta gotas dez lágrimas

Chão da rua cura vida
morte causa
faz falta ao ninguém





quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Sepultura Contemporânea








Enterrem meu cérebro
naquela curva da vala industrial 
pondo flores plásticas
caixão de natureza morta

Funeral químico preciso 
contaminação biológica servida
requinte cruel ao quitute 
café frio tecnológico 

Vísceras aos porcos mecânicos
herança para governos overdose tirania
 ossos fazendo farinha sem esperança

Carne dada aos vermes da internet
roupas doadas à fogueira mendiga
resto sobrado amargo
cinzas do que eu sentia

Cova caixa eletrônica para devorar-me
veneno na fauna e flora viva
dinheiro morto no meio do lodo
meu necro chorume em taças
sete palmas batidas
palmos de terra aos pobres
gratuita sepultura digital
sem vida 






Residência







Vou morar em Chernobyl
constituir família 
câncer feliz

Ogiva no jardim
roda gigante loucura
cidade cerebral mentecapta 

Comer rejeitos nucleares
café sem amanhã
almoço e janta com lama

Príncipe desencantado
Barbie anencéfala 
vizinhos típicos humanos

Escola atômica esmola
supermercado bagaço
rua filme de terror

Residir em radioatividade
acordar o pesadelo
dormir o sonho

Chernobyl frio







Tráfego Trágico





Caco carro
engarrafamento entulho
atraso quebrado e triste
lixo fedido imóvel
GPS posição meio ao vazio
centro do nada
tráfego lerdeza má vontade
pneus psicóticos cantam
o auto absurdo possante

Um barco desliza no esgoto
nossas tristezas aquáticas nas lágrimas
piores egos adoram sofrimentos
obrigam nossa dor virar uma máquina
seres cifrão na capital endinheirada
 poderes vestidos do terno caro e amargo
donos da companhia cacareco
são corações afundados em fezes
cobradores da catraca bizarra

Buzina poluição
fila círculo
motor gruindo 
passageiro inerte
via vida turva
automóvel caminhão
moto bola chutada
ônibus prisão

Lâmpadas cegam iluminando ignorâncias
aplausos da platéia antipática
peça burocrática estragando vidas
carro alegórico de carnaval censurado
avenida  do fim diário

Fumaça larga na cara
túnel ao nada
pista do vazio
luzes ilusão



domingo, 25 de agosto de 2013

Inumanidades








Sociedade vírus humano capitalismo
reproduz suas bactérias nocivas gratuitas
superpopulação de vazios 
mapa político tirânico em atlas
ruas mundiais da cidade patética atrapalhada
o caos ingrato da vida selvagem em tecnologia fútil
frivolidade arrogante das esquinas
lixos obesos sacos pretos vasto desperdício
doenças esfomeadas em tolice do ciúme 
banquete com chorume da má vontade
uma cidade mundial pra chamar de sua


A era caverna condomínio 
selva de pedra favela 
brutal epidemia do cimento
saúde infecção elegante em comércio
eleição eleitoral paga esfola pobres
estado federativo do mal estar


Família mentira
bons modos na fotografia montada
disciplina corrupta aprendendo na casa de papel
falseado péssimo teatro
bonecos marionetes agredindo
violência balé algoz
sabor tutti frutti


Escola de guerra espécie fera
ódio cartilha  escolar
vídeo game violência em curso superior
educação falida que vírus se disciplina 
penitenciaria pós graduação social 
horror televisivo lucro exibido
instituições governam dores coloridas
brancos negros amarelos vermelhos hepatites 


A religião prega o cristo
parafusos de ouro moderno
máquina de furar papal
dentes de vampiro parasita
humildade sanguinária da camisinha proibida
cobrindo o frio dos latifúndios pela face da terra
amém aids da fé
machismo antigo
quinta-essência da escória
maquiagem aos domingos numa missa qualquer
pastores oferecem grama sintética
fome real para a comida artificial
 dízimo universal ou católico da pena
incluir outras crenças
aceitam até ateu pobre ou rico
dinheiro já
 paraíso dólar indolor


Crueldade amada dos ruins
gozam pelo sofrimento alheio
chamam de justiça a sua vingança cega
cortante dos seus corações enferrujados
aflige a sobra do resto


Laranja mecânica ideológica
amada por jovens em seus autoritarismos
fantasiados de libertários
dançantes do circo urbano de loucura
vigiados pelo governo peçonha cobra coral
pós modernismo caquético enfeitado


Rápidos embaraços nomeados raciocínios
impreciso motivo pra ser decidido
vida de bandido
o estrago do estado é seu líder
beba o fel em silêncio
coca cola neoliberal
lixo emitido sua vida em perigo


Desclassificados penetras
vida suja na nula festa
gentalha pobre e pálida
num carinho fim de mundo
são os proibidos mendigos
dançando e vomitando álcool perfumado


Fume fumaça
tossindo alegria da doença permitida
multinacionais plantando tabaco no tumor
floresta riscada do mapa
terra dos bois carne cemitério


Jornais do meio mídia vendida
valor econômico global
extra informação editada cruel patrão de cifras
zeros que guiam números
miséria combustível


Tribunais julgam salários
empregos democráticos
o povo decide injustiça
precisa de sua condenação
a miséria com música chiclete e sexo
a pobreza com roupa falsificada da moda
uma solitária ou cadeia lotada
sua pior falta de direitos
campo de concentração letal
bolsa financeira de neonazistas


Gritaria de sofrimento grossa cultura 
alienação cerebral esportiva
alergia na torcida torpe que agoniza
multidão das necessidades chutadas
futebol nas massas cefálicas que se apagam
teclados financeiros jogadores do lucro


Antipatia do dito bom dia
educação da disciplina falsidade
pulsa tua roupa armário amargo
roupas sujas de preconceito
cabelos ridicularizados pelo corte famélico
pobreza financeira a vida que se leia
analfabetos da liberdade
aniquilam risos e livres laços
jovens artistas da fome e sede
danados em perdas de si
idosos idem ao frio
calçadas gélidas dizem sempre
boa noite farrapos


Alagamento de lágrimas abandono
certificado na cidade bancária
juros e taxas de barriga burguesa
engolem recursos dos desamparados
fome de populares banquete dos podres de rico
tudo isso como lindo e fino


Setor de desnutrição abastado
comércio dos venenos frios
câncer alimentação quente
caros problemas no cardápio
mesa de jantar nojeiras saborosas mortes
lucros empresários vivos
estupidez em bonita embalagem
farmácia artificial natureza pisada
industrial do pesadelo feliz
enfermos bem cuidados pelo dinheiro
grande comprimido do perigo


Desigualdade urbana com entretenimento
música artistas e fezes 
produção escrava trabalho chibata
teatrinho de bonecos vivos assalariados
mendicância do aluguel
cesta básica contaminada do agrotóxico querido
transgênico desagradável no paladar em boca banguela
peão do jogo xadrez como carta marcada de baralho
prisioneiros de massa crítica engarrafada
ricos bem divertidos passageiros das costas
entortam de rir em comédia pelo drama dos pobres
miséria artística elegida fiel e fútil
melada com mel 


Solidão sensual do tédio
casais relações internet peste
web celular amor inimigo
sem tempo ou ar livre
resta o resto velho
eletrônico passeio
beijinhos na tela fria
ciúme controle e ruas desamáveis
romances das feridas
o tempo destruindo tudo
sonhos vomitados cor rosa


Gente desunida
como via grupal esportiva
umbigos importantes
solidariedade virtual
solidão na ponta dos dedos
pessoas caídas na rua da miséria
fotografadas pela hipocrisia
magnífica lente cara usada pela mente apagada
consciência bizarra
classe média ficando rica
pobreza de todo dia


Hecatombe animal via arranhada de vida
humana praga aos bichos
seres tratados como lixo
latrina prato de comida
nau abatedouro finalizado


Poluição rica de ser perdido 
mutável trincheira bélica 
agonia ao ar atmosférico 
sufocando em carros latas de lixo
pulmão mero objeto descartável
a radioatividade manda lembranças
não existe opção engole e cale a boca


Eu pânico habitante terra do medo urbano 
sangria psicológica em jogo de corpo no ar
sem chão sem amor sem segurança
perseguição de birutas violentos
direção da fuga ponto de ônibus
proibida legítima defesa
drama pessoal
apenas enlouqueça
se mate 
que o processo devore sua vida
uma proibida mudança ao campo


A cidade lhe possui num estupro macabro
tosca boca ensanguentada
lábios largos cortados
pancada em cabeça tipo limpeza barbárie
corpo esmurrado como brincadeira de circo
sangue e medo da instituição policial
ideias de paz queimadas com lixo
imparcialidade inexistente viral
opinião viciada com cheiro de manipulação
agressão repetida
agressor bonzinho
vítima má e perversa
proibido agora ser livre viver
tristeza profunda no abismo
fatalidade da tragédia nas pessoas
perdas e danos
viva para pagar
pague para viver
caixa promotoria


Inventam o nada bonito
loucura esquizofrênica sensacional da TV
problemas como solução para ganhos
mentes fechadas e gordas contas bancárias
boneco de judas apreciável
carinho vexatório no indivíduo
coletivo mundial ao moedor de carne cadáver


Ignorância abastada de bestas
leiga violenta barbárie atroz
pessoas machucando pelos caminhos
vias bizarras das relações humanas
logo molhadas de chuva ácida
vida como banheiro de bar estúpido


A liberdade quando presa ela grita
explode e morre como borboleta
vida boa indo embora
são preciosas as flores
ferros apenas em minério
época sem propriedade roubo
índios proibidos e sem terra
meninas e meninos na rua perseguidos agonizam
 história compactadora de restos
o futuro de humanidade para o lixo


Poema problema de textura cáustica
sonora poluição da ambulância mundana das palavras
vendo o desprezo alheio vejo o preço
etiqueta social código de barra
consumismo de vida vazia
rios de dinheiro esgoto podre
marca registrada em desafeto
lojas de comércio do amor


Pessimismos nas noites alienígenas
pulsam a convulsão infeliz do erro desumano
socorro é a primeira palavra
morte a segunda
poesia a última


Os gritos ecoam no precipício 
é a rua teu abismo
afunda toda desumanidade
loucura e choro no ônibus câncer lotado
helicópteros moscas voam na cabeça
a garganta grita censurada pedindo socorro
a vontade de suicídio não é nada pouca 
o quilo do desânimo sempre barato
ausência da esperança na sala de desespero
apenas chore o sangue anêmico
tontura mundial na pessoa
crise coletiva ferida
panela de opressão
cozinha comida estragada
monstro ao molho social
servido em tigelas de frieza humana
metralhadora de angústias
laboratório de crueldade criada
depósito de lixo dos sentimentos


Há gritos respingados de sangue triste
eu desabafo por favor vamos sair
uma mudança para fora dos ventos nucleares
plantar sementes de utopia encantada
porém classes de alta sociedade já parecem dizer
o blindado não


A saudade do parque de confusões
adolescência migalha de alegria
industrial área largada no abandono
porrada de país bêbados cantando música enlatada
colegas do tempo arruinado que passa
é apenas o fim de qualquer escolha
o peso da falta de vida lhe espanca também
corredor polonês e nós passando
chutes na docilidade gentil
socos na boca da paixão
uma banda depressiva ao chão
música que abre afinidade


Não sou dos violentos de plantão mundano
mas percorro pútridos becos nos sonhos da luta
gosto brincar melhor pela inteligência amarga
mesmo que pisando meu próprio corpo poeta
sangue saindo do pescoço em carne triste
o rastro negativo pelo mundo geme a reciclagem
meus poucos átomos de esperança


Dentro do reflexo a defesa e nela o medo cinza
chão de liberdade solo rachado
posso me proteger ou suicidar
ainda assim detestando toda sociedade corrupta
mesquinha feia como algodão doce cheio de areia
sigo amando a velha floresta doente
desabafo inumanidade alguma poesia que corrói
dor tédio e desesperança da falta de união
deprime ficar no canto chão parada do trem
ver a vida passar
se cortar
quase morrer
pensar nesse abismo novo repetido
como todo o lixo que bicho humano
faz ao ser vivo


A guerra ainda não acabou
 o cheiro de sarin enfurece de tardinha
armas químicas e biológicas abertas em promoção
a ideia é que tudo se perdeu pelo ralo a ralé
imagem pessoal rasgada futuro ruínas
saúde trapo para o vaso sujo
pessoas sem renda
crianças da rua futuro
bairro da tristeza
cidade terrestre ranzinza
proibido ajuda humanitária
munição extremamente gratuita


A raiva e preconceito a postos
esforçados com grande grade que esmigalha
já é ouvida vindo dos cães de guarda ferozes
  que vão sim ficar nessa vala
junto dos dejetos dos sonhos ao lado das fezes
rumo ao tudo onírico pesadelo de todos
és o desejo da voz do olho que vejo vigiar


Estado grave em chance minúscula
situação global estação estagnada de metrô descarrilado
pedidos de socorro no sufoco
o mundo em caos antipático
tristeza numérica desorganizada bem paga
vírus por ai


Socorro sufocado
estamos vindos ao problema
inumanidade ilimitada
vômito sangue e lágrima
eis nosso salão mundial
últimas palavras
extinção vasta
vírus em meio ao lixo
socorro ser vivo
humano perdido













terça-feira, 20 de agosto de 2013

Depressão







Fraco e triste
pouca defesa como há
machucando me às vezes 
sendo eis que outros não tem direito
agredir meu corpo pouco

Não encosto em um fio de cabelo alheio
somente respeito e liberdade 
mas me defendi 
do perigo que veio

Agora agonia em mim ferida
canto do labirinto 
poesia fina bem magrinha
 palavras pesadas
como música de cansaço

Perambulo artes
livros estudo trabalho
mergulho solidão

Durmo na terra devastada
campo de sonhos agora pesadelo
viver se torna fardo árduo 
levando vento túnel 
tempo quase todo perdido
tolo escrito vazio

Abaixo em depressão
fraco para levantar
abismo firme de si 






sábado, 17 de agosto de 2013

Gripe






Vomitando flores e vodka
dança planeta terra
vela do barco quebrada

Rádio chiado balé ruído
meninos e meninas
esterco na sala de espera
é um cavalo chamado tempo

Coração dolorido
esperando carinho
solidão e chá 

Vírus e olhos
descanso do trabalho
uma gripe me ama





Desgaste







O que resta leva 
vai e me empurra
 força bruta
entulho sombrio

Não me toque
já tenho tique taque
o relógio me bate forte

Escolho como tratar minha dor
passaporte meu
não venha me machucar
 ideias de lixo autoritário

Escolho dentro do impossível
como sofrer
parar o músculo de bombear sangue
algum minuto dentro da hora niilismo 

Namoro com a morte
separado da vida
divorciado da liberdade
herança defesa proibida
chance de injustiça iminente
famílias tristes fezes felinas

Planto árvores para o governo destruir
logo assim é arrancada do chão a esperança
cultivando o medo blindado 
dor de pânico
horror cinza
vírus

Carcaça desmantelada 
sorrindo com a criança em câncer
pessimismo café e média fria
praça cruz vermelha dos meus pesadelos
livro de poeta velho em travessura
pequeno único doce remédio







sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Roupa Nova









Visto o manto do dia
enxergando já tarde relógio escamgalhado
roupa rotâ do tempo em ponteiros tecidos
acessórios prontos algemas de ouro
o eu em densa agonia vestida
destruição de meus sonhos
como a meia ao sapato furado do amor
cadarços coloridos de sangue anêmico

Calça apertada de dor
possuída com cor pobre
bolso economicamente falído
em cima a camisa de força
sociedade hospício em dizeres e números
direitos escorraçados da gaveta
cachecol falta de trabalho vazio salário
psicologia roupa de fibra queimada
psiquiatria extinta de sunga diarreia 

Touca de comida estragada
uma cabeça doente deprimida fios violetas
seção de roupas encolhidas água do esgoto
pinturas nas camisas estilo faça você mesmo
uma tristeza desenhada

Levante ao desespero na corrida do indivíduo
o pijama paletó de madeira 
é mais um dia de frio
alta temperatura gélida social
moda verão antipática vazia
devidamente veste o casaco segregação

Na rua das camisas verdes
floresta de concreto prisional
uma multidão com suas roupas 
cores de insegurança máxima
vomitam no armário de pedra imperfurável

Existem trajes do governo 
medalhas ensanguentadas sorridentes 
fardas de farpas 
uniformes da violência urbana
oriundas da passarela governamental
modelos granfinos do poder
ditam a dança reação em cadeia

Delegacias não irão ajudar 
lesão corporal etiqueta viva
lojas de roupa suja 
apanhe dos outros em gomadas
não vão investigar nenhum botão
apanhando de gola em gola
 
Bebês não se salvam das agressões
fraldas plásticas sujas são pratos que se comem
sempre proibido cuspir ali
fezes infelizes textura da costura

Um boné bactéria e fungos 
vírus braceletes adorno febril
mangas compridas do tempo perdido
 
O corpo nu ao estupro
chora seu profundo vazio
cobre suas vergonhas apenas com lenços ensanguentados
algodão plantado por escravos 
nada existe de belo
guarda roupa sofrimento
obrigação de andar vestido
penduricalho bola de ferro aos pés

Farrapos da minha vida
criam tristeza e antipatia
aos teus e meus tecidos nervosos
roupas em desgosto 





 
 

  

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Julgamento






Acordar com olhos afogados
gordurosas lágrimas de pesadelo real
uma monarquia reinante de desespero
sem salva vidas nem remédio
algo da ditadura de prole adoentada
ergue ao ponto que cai em gotas a esperança

Vida hernia triunfante do hospital assassino
vírus e bactérias sorridentes de infecção
saúde governamental
coloca a queda na bolsa de valores
sacola de restos da vida desvalorizada
arremessa na montanha o lixo dolorido
o mito do ser vivo
sociedade precipício

Aniversário do feitio febre indivíduo
horrível perigo adulto como fumaça de fumo
violência jornal pra limpar a bunda suja
mentira religião dinheiro mídia ilusão
arrogância de espancar garotas ou rapazes ganhando títulos
libertários anarquistas livres
sendo que o veneno 
repete apenas a sociedade que diz combater
balela política bala de munição da paz

Cobra a vida que morde
serpente social da pobreza
trabalho e salário desempregado do altruísmo
manifesta fome e sede africana
apanhando calado em censura

És o julgamento
o pacífico que vira artigo selvagem punível
sendo agora o antigo agressor como bom moço
quem conhece a história pessoal chora das lágrimas
famílias arrasadas e grunhindos pelas ruas
processo criminal da legítima defesa proibida
segue pisando a promotoria

Livro escrito com sangue cinza
desliza com todas nossas lágrimas
literatura de folhas dos olhos ardidos
linhas tentativas de suicídio
os anos passam poesias repetidas

A realidade a tudo parte
corações fatiados retos 
espada fria e amarga 
separa pedaços da carne de açougue 
prateleiras das lojas destruídas

O inocente se caso condenado
em carne existe seu último dano
todos os aniversários em um só
vômito alcoólico da solidão
almoço comida com navalha e sal
última ceia atéia desgraça
mas a liberdade siga até que se mate

Mundo perverso obrigatório
gratuito horrível berçário industrial inimigo
tempo não mais querido
ralé dos segundo horas e minutos
soluços doloridos na síndrome do pânico
tremem no balanço do torto caminho
depressivo indivíduo

A dor por todos os lados
dano cerebral permanente
pontos de ônibus do sofrimento
tecido emocional rasgado
famílias assim feridas
indo ao ponto final

O bicho perseguido por ser livre
motivo de ter se defendido
cadeia cemitério sistema vivo da morte

Infelicidade o fim decidido
sozinho ali o novo mendigo da alegria
caminho ao abismo no suicídio de ser vivo
 agonia quase desligável
pouquíssimas moedas para sorrir
copa d'água suja ou pão duro

Bata o martelo
aprisione ou liberte
mas a dor está livre
casada com sofrimento
noite eterna de núpcias
lua de fel








terça-feira, 16 de abril de 2013

Fotossíntese



Flor do dodói 
machucado bate coração 
plantinha solitária da selva de pedra
pequena semente de dor
regada em via diária de lágrima

Folhas do inferno urbano
inverno aos dias de frieza humana
canteiros em gemidos
ventos na madrugada cinza das vontades

Vai crescendo vegetal triste
adubo de indiferença 
humos molhado de medo
raízes pós modernas do vazio

Recantos de pássaros robóticos
extremas faltas de liberdade
galhos inesquecíveis anti amor

Floresta em incêndio sociedade
caule de hernia esmagadora do afeto
desmatamento sem carinho amigo
proibido verde de legítima defesa

Desespero amazônico pessoal
fumaça da queimada ao deserto
chamuscada esperança seca




terça-feira, 19 de março de 2013

Nonsense






Era uma vez manicômio 
 alarme tocava almoço pesadelo
hora de dormir noite na tarde
remédios em veias velhas
drogas para madrugadas
manhã sol frio

Cárcere lotado de vazios
direitos desumanos assegurados
escolas esmolas alegres
ruas viciadas no respeito
policiais fazendo cafuné em crianças
devidamente equipados de carinho 
munição que estraçalha pivete alegre

Famílias mendiga direitos
hospital alegre corrupção na piscina
danças com malotes de dinheiro
encantadas solidões namoram
gritos feridos algodão doce
oriundos com maquiagem e músculos
machistas espancam com amor

Ensinos cheios de conhecimento ausente
obediência faxineiro com garçom 
salário lápis de cor cinza
caixões musicais sucesso
desenho industrial do medo feliz
medicina perda de vidas
lixeiro do luxo
profissão invisível ecologista

Controle dos níveis de esgoto
capitalismo comédia pânico do drama
bolsas de valores cheia de ossos
risos magnatas no vazamento
petróleo colorido 

Empregos para bêbados
escravidão gratuita bares e esquinas
igrejas bem assim feitas
televisão aberta cabeças fechadas
banheiro sujo público restaurante
fome com sorrisos forçados
fezes na boca dogma na mão

Favela cidade labirinto
lixo floresta queimada 
fábricas e indústrias funcionam
corpos falhando robôs faíscas
trabalha morte uniforme de vida

Toque de recolher roupa da moda
usina nuclear energia estúpida adesivo sabedoria
tudo errado tido como certo ao velho
perigo vizinho xícara de chá césio 147
jovens em diarreia mental grátis

Amor absurdo do precipício 
queda livre relacionamentos prisões
algema de aliança abandono sabor solidão 
choro escondido esquina vida moderna
traição valor amigo em inimizade 
machismo tagarela e socos na cara
censura enlatada jantar à luz de velas
coração pisoteado sapatos de luxo

Amargo ácido e azedo poema belo podre
pessoa humana vomitando analfabetismo
países invadindo países planeta estrangeiro
crises com papel de presente bonito
gritos abafados calor inferno verão
caricaturas rascunhos mapas mal feitos
personalidades retrógradas dizem olá
café sem amanhã jornal notícia fantasia

Mundo desertos areia oceanos sujos
cartão postal desumano planeta terra
horror animais na parede
agonia esquina desprazer bairro alegria
multiplicação doenças lágrimas com sorrisos
fim perigo ser semi vivo 








segunda-feira, 11 de março de 2013

Dor





Ao desconforto do corpo
insuportável que entra 
cada respiração e batimento
mergulha na dor
banhando sem escolhas
nessas fortes gotas de sensação
indesejado imenso veneno

Natureza implacável atroz vasto
pulsa com força em corpo fraco
alarme gritante tocando 
 pé do ouvido amarrado 
sem chance de surdez

São dedos na ferida
agulhas infincando em machucado
sem parar sendo atacado
ausência de defesa
apenas dói 

Uma coberta do sofrimento
aquece a frieza com gelo
angústia travesseiro
tortura pesadelo
olhos abertos

Física e psicológica arrogância natural
deste corpo envolto do enjoo 
sistema nervoso sabor pânico
padecimento ensolarado
queimadura ao luar
dor que dói fundo
arde por toda parte
abismo insuportável sem fim
analgésico sem efeito

Saudade da saúde
dissabor e desprazer
pobreza aflita fétida 
grito contínuo eco coração partido
dó de pena gosto do horror
cólica ao horizonte

Atura excesso bagaço
sofre morte em vida
choro do grito
sofre o eu humano
sem saídas até o fim
amarga e azeda
 dor 






domingo, 3 de março de 2013

Praia





Vou escorregando entre dias
me jogo ali pelas horas
num buraco salgado
uma praia suja
poluição noturna menor
ali ficando só

Areias do pensamento nos sapatos
coceira poética em minhas mãos
pegam canetas de maresias
escrevem esgotos da impureza

Estrofes feias 
frases lunáticas crescentes 
um ar pesado paira em mim
não escolhi viver assim 
o lugar mundo me comeu
cabeça mordida
corpo dolorido

Eu cansado mar vasto
ao longo o lodo químico
do lado o desamparo
meu ser amargo

Redes de relacionamento efêmero
objetos descartáveis carnes de açougue
ausências dos alimentos saudáveis
numa mochila apenas o álcool azedo velho
junto de livros que rasgam pensamentos
acompanhado o celular de silêncio

Há notícias nas mensagens
 uma internet vigiando onda da praia
minhas fotos de rosto feio em careta
transmitindo invasão de privacidade litorânea 
criando focos de controle marítimo cerebral
altamente impróprio se molhar

Um vento bizarro espalha os restos de nada
praia deserta entupida de vazios 
desencantamento e música
um concerto acolhe peixe morto
rapaz ferido bicho lixo
 mono telha no frio

Me arrasto pelo vento
me pego lendo raciocínios
sentimento e desprestigio 
 meu passado
interpretação de texto
o futuro seria assim
ao fundo a cidade cinza
na frente o mar sujo
 eu ali sentado no nada

Chove algo não só água
ácida amargura me molha
completa o lodo local
mar ao naufrago 
humano descabido

O papel social molha na chuva ácida
mistura com a lágrima triste cinza
vômitos bêbados completam
apagando com lixo e areia
o eu mendigo do futuro
mundo em luto
afunda ali




quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Endechas





Percorrendo a perda
centímetro por gemido
meu ai de dor cai
esquina em vida
estrada ferida
levando me ao nada
apenas vomito uma poesia
subliterária no papel do teatro
palco sujo da vida
filme queimado
subterrâneo do ser fita do medo
laço burocrático amargo

Letras de sangue sujo
 música de fim da festa
leva ainda bela a vida megera
cuspindo frase pra viver
livros escritos para ninguém
desgostos sabores do jantar
fome no prato principal
sede no copo estimado

Gritando na madrugada
ali esta no endereço chamado rua
bairro cidade câncer 
país mundo planeta precipício 

Não há beleza
apenas desespero colorido
não há saída de emergência
só o lixo no rosto
completamente radioativo

Voando nos cabelos o tédio
chuva ácida para o azedo chá cinza
bebidas alcoólicas de festim 
gente de plástico e ideias sem prática
entorpecem o cenário pútrido
salão mundial da babaquice 

Solidão no transporte urbano
o lixo do seu luxo
o inverno voltou com seu frio íntimo
embalagens molhadas corpos tristes
o futuro chegou ontem no passado
tecnologias dizem bom dia
carpe diem horrendo e atento
enlouquece teu cérebro
pobre rapaz rico

Agonia miserável da esquina
a ferida vai doer um pouco mais 
vício e dor para a ausência 
sem dinheiro nem futuro
aniquilada menina 

Poetas de rimas podres
ganham mais frases cheias de esgoto
síndrome de humanidade falida grátis
leia o rótulo do produto veneno
bula e manual do horror
firme e real como concreto
rachando certo como doenças
idosos na fila para serem mortos
hospital público corrupção 
cemitério a todo custo

Indo forçado ao inferno criado pelos religiosos
outra crença a quebrar suas imagens do calmo
dentro do cotidiano da sua roupa predileta
trapos condenados por ser pobre financeiro
desempregado da encruzilhada que ali ria
hoje chora a perseguição
outros deuses não o amam
ateus são banidos do direito
apenas as sobras e restos

Sobe ruas vazias vomitando dor
agoniza sem cuidados do carinho
despedaça o amor
sofre solidão
dói forte a vida letal
chora o rio contaminado de janeiro
lágrimas juvenis na aula terminal
nota zero reprovado
aluno expulso e caído

Divide o corpo
carne e sangue
mundo açougue 




segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Suicida



Um aceno imaginário
a mão balança no tremor
terremoto das emoções
despedida fria

Virando pombinho doente
procurando o canto
se abaixa em si
posição fetal
pessoa dó de dor

Embalado pelos dedos
preso no coração
a cabeça ruim
pensa o final

Ilusões de idade
aniversário partida
presente analgésico
sem ninguém mais machucar

Última poesia de vida
vomito de nervosismo sonoro
ninguém pode ouvir
olhos fechados
barco encalhado
afunda longe

Na fresta o fim
caído ali
pesadelo falecido
suicida feliz






domingo, 24 de fevereiro de 2013

Bunker Número Zero








O abrigo nuclear foi aberto
passeios atômicos turísticos
assim gratuitos

Egoísmos com pernas andantes
pisando na madrugada eterna
pesadelos eróticos de mísseis fálicos
penetrando a amargura dos gestos

Visões urbanas cegas
ruas entupidas da poeira antiga
respiros como lixa o lixo radioativo
arranha todo teu carinho
frio indivíduo

Testes de uma matemática
perdidamente na escola prisão interna
quantos espaços destruídos
contaminam as sobras
migalhas de restos
multiplicado pelo nada

Flores loucas em perfume sepulcral
balançam em  fétidos ventos
catástrofe pelo ar
cartão postal do fim

Crianças caquéticas de duas cabeças
não pensam o sentimento
células absurdas
mutação que se estraga
existência aniquilada

Mundo desumano militar
capitalismo todo lixo
pedaço por destroço
era de nada
vazio que resta



Desespero



Multidões de ninguéns 
me enchem com ausências plenas
cada dia mais presente sem futuro
passado pelo ralo

Rua da amargura
injeta agonia em mim
 corpo indivíduo dividido

Jantar romântico solitário
cardápio síndrome do pânico
sobremesa com recheio de tristeza

Com fome o homem
mas também nada de comida
sem tesão e ausente amigo
bengala de vício líquido
descontrole fora do trilho

A dor esta ficando mais forte
ao mesmo passo que o carinho cai
abismo existencial do afeto

Estou muito chateado
 tanque de guerra estraçalha o eu
esteiras de burocracia em cima do corpo
anulado no concluído
desespero na espera

Tempos difíceis do relógio
parado na cena sem fim
filme de terror
exibido gratuito

Um saco cheio de lixo
paciência líquida evaporada
problemas completam carreira

 Preso nessa existência
fui julgado culpado
meu crime foi se defender
sou o proibido




sábado, 16 de fevereiro de 2013

Ataque Cardíaco




Coração partido
cheio de vazio
bate no cinza
junto ao nada
taquicardia pura ferida
acelerado em tédio
estresse no jovem velho

Pulsando umbigo egoísmo
móveis no labirinto da balança
peso medido na solidão
feita de dinheiro carniça
bolso cheio com cédulas da tristeza
coração lesado em remédio
veias fracas do afeto
mau humor largo
doce açúcar refinado
azedo infarto

O outro não liga
ferida sintoma ao tolo
bate bate e nada vale
cansaço na dor grátis

Cardiologistas sem carinho
pessoas da ajuda nula
passam assim direto
corredor interno dos dias
hospital inimigo
amizade falida
medo de si

Patologias na artéria 
rua principal centro do ser
desamor casa própria
paciente terminal de ônibus
deitado doente
solitário

Entupido de cólera 
veias cheias de gordura social
desequilíbrio financeiro
hospedeiro capitalista
horrores na esquina
sentimento largado
comida de rato

Coração traste
sangue sujo
patologia desumana
ataque cardíaco 





quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Sozinho






O caminho sem trilho
percorrido pelo indivíduo
se abastece de perigo
ele vive o sozinho 
vazio ferido
trem descarrilado 

Ah gelo humano
percorre teu sabor
faz do sublime vinho
apenas azedo veneno

Seu trajeto
 é pago com lágrima
a dor confere o preço
somente segue o ir 
dando dinheiro ao rico
a isso chamam de trabalho
dizem justo o privilégio
e a paz de espírito
o lixo dado ao corpo

O indivíduo está sozinho
percorre seu coração arranhado
munição e alvo
tudo é a si
egoísmo sem fim 

O vigiam
ele coloca seu espantalho para viver
últimos créditos fichas e centavos
máquina de moer carne
 querer a todo custo engolir

O caçam
ele dança nos escombros do mundo
finge o que pode para que não olhem
este peso nas costas disfarça
fugitivo apenas por estar vivo

O machucam
ele aprende novas coisas sobre o corpo
dores e cortes profundos
água vermelha que vai
alívio vêm e a vida que sai

Não há novidades nessa noite
apenas uma nova cama
leitura do passado 
reação do futuro
sobrevivência

Uma cidade pulsando como vírus antigo
humanidade por toda parte
sintomas da doença social
mas o menino busca madrugadas
esquinas escuras e o resto de floresta
o caminho solitário 
seus sacos e trapos
planta o caos 

Há panelas 
vegetal  e água
é a casa
única que lhe ama e guarda

Esquenta um chá ao frio do coração
leva comida para barriga vazia
deita sua solidão ao relento
faz amor com a terra
no sono o sonho azul
não acorda
e assim feliz
dorme para sempre 








sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Carne Sem Aval






Pego o cansaço e jogo ele
rodando no chão
os passos são dados
o sapato chora o piso

Arrasta calçadas
chuta a lata de vala
rua toda vazia
dentro de mim

Dou álcool ao fantoche
puxa as cordas pra lá até aqui
um bar de perigo colorido
carnaval antipático de escravos
amargo mundo largado

Saio voando avião em parafusos
o colapso da rota
estrago na fuselagem
multidão solitária
dança fantasia de mentira
problemas na política
sociedade de farsas em farpas

Tudo misturado no vacilo ferido
música dói os minutos
horas mortas padecem 
dias fúteis lavando memória
dançando na boca do capital

Cidade que percorro
povo louco prostituto
migalhas sensuais
sexo aventura do abismo
moralismo avançada doença

Carne pútrida saúde pública
escola de escândalos
estradas esburacadas do coração
impostos aos ricos de miséria
humana moderna guerra

Mexo a perna esfera planeta
poluição pelos cantos
boca em vomito feroz
manhã alucinada de jovens
gritam socorro silencioso

Veneno gratuito vírus
vencem os vícios religião endeusada
fezes na comida nesse pão 
café sem amanhã
líderes do dinheiro
pastores de contas bancárias
ataque cardíaco na lógica
sentimento roubado mentindo

Os dias passam trator no corpo
latifúndios de lama
asilo com arame de espinho
metal pesado fukoshima
terra indigna vendida
carne aval do cárcere infeliz
câncer signo de morte

Sumindo entre fantasias
mesquinha vida 
esconde ilusão
afunda caos
amor