domingo, 24 de fevereiro de 2013

Bunker Número Zero








O abrigo nuclear foi aberto
passeios atômicos turísticos
assim gratuitos

Egoísmos com pernas andantes
pisando na madrugada eterna
pesadelos eróticos de mísseis fálicos
penetrando a amargura dos gestos

Visões urbanas cegas
ruas entupidas da poeira antiga
respiros como lixa o lixo radioativo
arranha todo teu carinho
frio indivíduo

Testes de uma matemática
perdidamente na escola prisão interna
quantos espaços destruídos
contaminam as sobras
migalhas de restos
multiplicado pelo nada

Flores loucas em perfume sepulcral
balançam em  fétidos ventos
catástrofe pelo ar
cartão postal do fim

Crianças caquéticas de duas cabeças
não pensam o sentimento
células absurdas
mutação que se estraga
existência aniquilada

Mundo desumano militar
capitalismo todo lixo
pedaço por destroço
era de nada
vazio que resta



Nenhum comentário:

Postar um comentário