segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Frutos do Mar









Ainda lodo de hospital mundo
caldo cadáver servido cardápio
bobo de morte sorrindo câncer
Fukushima beija Chernobyl
riso do peixe morto
chorar no deserto
eis negócios

Jantar a luz de césio
ar pesado sem luz
um Japão ali na mesa
nossos corpos carpete
capacho capital

Cozinha para visita
veneno fruto do mar
é amargo seu doce
podre sabor do gostoso
óleo enjoo e fogo

Serviço de bordo senhor
grito mecânico coração
carro afogado piscina veraneio
rio dezembro barras quentes
despedaça calor fusão nuclear
engarrafo litro coca cola amor
todo o ser é passeio hemisfério norte
come seu atômico
como se escreve miséria barriga
tatuagem genética de doença petisco
células loucas de lixo
robôs batendo fotos de si
imagem Tepco

Prato principal mamãe e papai
garfo no coração de filho
desespero na panela
agonia alimentar

Placa da entrada seu nome
porquê não se lê ego feio
blá blá de endereço culinário
é sempre você indivíduo
fatiado e bonito verão
desaparecido oxigênio
digital extinção
bip bip botão
é o restaurante em incêndio invisível
tudo em fogo de calor desumano
assim nos fritando

 Dizem sobremesas bebês tortos
argumento teatro família dinheiro
escultura de ruína pintura do local
estadia sempre de cima escada poder
garçom trazendo a si para comerem
cai para baixo bem pesado
gene colapso público
  vais se doer vivo
arde ler
nada
ser

O coletivo nulo
silêncio indivíduo salão banheiro
água contaminada na boca sem dentes
pasta  fria depressão
mares buracos de tua praia cinza na vista
grite ao passado digestão
surdez futuro mundial
 colher de sal cheia boca a dentro
cada hora minuto de refeição novamente
tempero nuclear

Restaurante perverso
sirva serve sinistro
destruir o ser vivo
 você e eu
nós
nos
extinguindo










segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Cumprimentos








Boa noite
pesadelo
dia inteiro

aperta botão computado
tela fria açougue
prateleiras vazias

viver o que
onde há ser
feliz fim? 

Boa tarde
parte ruína 
cansado fali
gravidade
cai pra baixo

gotas corpo lágrima
duro coração
queda alegre
infarte chão
frente fraca
febril agonia dói
teu bom dia

Morta esperança
boa noite olhos fechados
sol inferno lá fora
gelo humano dentro
fim fino frio





domingo, 7 de dezembro de 2014

Esgotamento








Tristezas beijam cálidas mágoas
ressentida viva
fixa seu abraço vazio
inexistente laço contato
separa olhos
um nariz e poeira
álcool  na boca
algo desespera
fumaça chaminé indústria
a todo vapor fétido
o nada

Aperta concreto quente
coração congelando azul rede social
ala ansiosa noticia 
é solidão vírus
 ego erguido perigo
sozinho indivíduo
multidão de ninguéns
sorriem loucuras salgadas
mar do tempo
barco náufrago
veneno

Agora grito mendigo
é pobreza coletiva dos ricos
miséria popular
jogo nas sombras
restos de nada
amam nós
vícios

Aperta botão
máquina ilusória 
telefona sozinha
ligação perdida viva
aflição brutal e açúcar
suor frio verão
agonia

Pique pega doença
criança creme caldo refogado
pinto boi e natal
adulto deseja pular prédio
papai noel voador
renas angústias
sofrimento

Sua vida abismo
por um fim filme
bélicos em fogo 
vomitam seu não
longe de sim
futuro bagulho
socorro

Guerra e bomba chocolate
amor validade vencida
ser desunido vivo
crack dito amigo
vírus

Centro da cidade cinza
  sarjeta de carne
sangue tinta vinho
escrito resistência ou morte
livros






sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Desespero








Tristeza sarjeta
garrafa cheia sentada
copo corpo vazio
cigarro sorriso saúde apaga
cresce falta
subtrai a soma
onde não se divide bem
mal multiplicado feroz
farto desencanto 


Era uma vez
alguém você qualquer
perdido no moderno
alegria vida lixo químico
fez banquete
come rua suja
molho depressivo
carne câncer 


Dança a música tragédia  
cantando sofrimento casa
ouvido machucado
alarme sentimento
silencio poluído


Pesadelo acordado
manhãzinha chorando sozinho
dorme papelão desejo
suspiro saco comida podre 
oportunidade infeliz
frito e cozido de si
 

Suco de pilha café
o que fezes aqui
vida vicio 


Giro em círculo errante
loucura e problema
 amigo proibido
lar risco
ser perigo


Sobras endechas
resto e raspas
letras carta
bilhete afeto
despedida viva


Lágrimas do esgoto
poluem a cidade
submersa de merda
angustia afilia a fila
todo dia


Socorro grita o povo
vozes no lodo
 morte geme sexo
poder dinheiro
podre viver


Guimba cigarro
gole algoz grito
tonto manco macaco humano
foi decidido agora mendigo amor
individuo vendido
barata e rato


Vitrine condenada
vidros cacos de sonho
liberdade manequim quebrado
 dobradiça vida vazia
parafuso ao nada


Pula fim
abismo infinito
laminas faca em si
sozinho e livre


Amargura beijo agonia
suicídio menino
precipício   

 




sábado, 13 de setembro de 2014

Amputação








Dor aguda agulha
caminha na sala de desespero
sem sair apenas fica
círculo de ar viciado
gritos sobre perigo
vírus vestígio vestido em aflito
ausente encontro ao caminho
apenas em pé
dá muita dó de nada fazer
nem sentar ou dormir
embala sofrimento saco vazio
o homem e a mulher
filhotes secando no varal açougue
sonhos amputados
pesadelo bizarro

Cabeça caída psique ruína
tristeza para ver tv
notícia em cima da merda
tela fria modelo 1984
assiste nossa vala
tiroteio lazer
escola escombro
   
Acordado em frutas podres
uma feira de vaidades gratuitas
legume veneno velha marmita
idosa vida cara no lixo
agonia noite e dia
abandono hospício hospitalar
 ausência e aflição com analgésico sem efeito
teus médicos são lixeiros
saco dos detritos abertos
a esquina eis hospital

Amor sem créditos
amizade lucrativa capital 
inimigo gratuito
ser perdido individuo
abismo de si
vazia queda profunda
lenta perda total 
lágrima lubrificante da morte
nosso falecimento vivo

Comércio do resto velho
corredor cotidiano falido 
perspectiva maldita
fígado e pâncreas fritos
pulmão fumante doce tosse tuberculose
bom dia aids e ébola  
doença sem cura bate na porta
oferta no mercado alegre
uma promoção triste  

É o corredor em incêndio
sala de desespero número da sua casa
bairro cidade mundial
necrotério da esperança com enfeites
uma jaula agressiva e rosa chamuscada
clínica para olhos cegos doloridos
enfermaria sua mansão em chamas
sem fogo apenas frieza
aceita um copo de esgoto gelado
um biscoito grosseiro 
sabor fezes industriais 
 
Ouve o barulho
Lá lá lá do blá blá blá
música enlatada para vida migalha sardinha
noite fria passa quente inferno
fala fatal do cantor sufoco
guitarra agonia solo sem água
bateria puro desritmado cardíaco  
um coro ardendo com urina
a pele arde tarde eterna

Transporte da carcaça
bilheteiro na quantia cara
leva aos confis sub humanos
roda e roleta sinistra
motorista em tanque guerra
cidade dos medos uivantes
vento contaminado no boa noite
madrugada maldita perdida

Passa atraso largo vasto
relógio tic tac que invade  
solitária multidão patológica 
atrás amargo teu azedo
corre louco sem pernas
se joga cotoco ferido
balas de fuzil sabor morango
meu coração granada de mão
estômago embrulhado
primeiro pedaço do bolo fútil fúnebre
 presente aniversário
sem futuro 
        








quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Rastejo









Rastro entre restos
raspas na migalha cinza comida
pedaço prédio jogado fora
sobra esquecida cimento
a batida cardíaca desliza
eis o chorume lubrificante
hospital jaula pintada com merda
marron bombom engolido
bolso gordo plano de saúde doente
pagamento à vista vida
custo olho cego da cara
assim pisado com coturno
estado péssimo estrago
corpo em cansaço vasto
sozinho solitário
cidade cérebro 
 

Segue a peste nada leve
toca na porta caída do sentimento
o incêndio apagado
rescaldo com lágrimas sujas  
      um chão duro ao sentir 
a humanidade em continentes
o escravo mendigo abandonado
índio cuspido na cara 
saliva do catarro acido sulfúrico social
patife patrão podre
 soco na surra ao global nativo falido
arrasto de farrapo que se maltrate
dano lasco
todo vago
ser perdido


Mecanismo febril relógio
ponteiros empurrando no buraco
genética ultrapassada carne
sem futuro no prato mijado sabor verme
lixo colorido pseudo comestível 
esmola dor gratuita
sempre escolaridade algema dada
  sofrimento cifrão cela
riso elétrico já velho
lucro luto
 sangue duro


Filhos para a privada
fazem fezes nas bocas
fome intestinal perversa
fronteira África ferida de ebola feliz
uma Europa antiga ladra sorri
 cúmplice e escrava América
planos em Ásia
tecnologia radioativa
cega Oceania balde de lixo nuclear
qualquer problema serve
ferramenta desespero
choro euforia extintora
oh capitalismo pleno


Segue a fila
fulmina vida
definido grande perigo
podre gratuito abismo
agonia grito em vírus 
todos nós jogados no lixo
entulho vivo





 
                

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Inverno Sonoro







Frio gemido em coro
canto gelado
solitário pedaço perigo
nota grito
rua sem sol social
dó ré miséria de amor
fá faz do nada
timbre descompasso
melodia iceberg
som gelo



Grave frieza humana
aguda fome sentimento
marquise casa vala
valsa mal amada alma
vasta frequência invisivel
letra apagada



Ouve vazio
partido coração partitura 
nenhuma flauta doce
apenas barulho
sozinho noturno
ferida instrumento
piano dor



Ouvido surdo
boca já muda
assim música






quarta-feira, 23 de julho de 2014

Palestina








Entre soluços e lágrimas
bombas caem em pequenos corações
corpos vermelhinhos magoados
banhos de sangue cheiro de bebê
crianças mortas
tristezas vivas 
 governos decidem fins feios
fatos finados fúteis pútridos
horrível lágrima da paz proibida
pombinhas brancas na gaiola
cometem o azul suicídio



Arrogância humana na munição
atira em todos nós
o mundo em guerra
ataques de pânico nos milésimos por segundo
avanços no atear fogo
crimes de guerra
leva e lesa 
jogo de chute bola letal
brincadeira arrancada
belas flores que esmagam


Tanque bélico da maldade
inúteis pedras voam
caem no abismo
junto das lágrimas





sábado, 19 de julho de 2014

Queda









Crise global cinza quente
picolé de esgoto derretido
horror açúcar infantil
sacola plástica almoço de baleia
guerra mundial coca cola estragada
aids capitalismo gratuito
és o oh do ah sem oxigenio

Entupindo artérias com gordura agonia
carrinho de bate bate engarrafado tráfego
coração cidade cérebro bombardeado
ideias impedidas choram em becos
apanham do dinheiro verde
árvores cortadas queimam com petróleo
sorrisos de caixa registradora


Solitários morrem no cotidiano açougue 
tristes na via vazia esquisita
corredor automático para o nada
sentenciados culpados pelo crime de inocência
crime laboratório lucrativo colorido
luzes de penitenciaria loja da moda


Horror patético sabor anilina
conservantes para pesadelos
gripe voadora
tristeza azul


Gritos de socorro chutados
coturno estatal pisando eternamente
uma humanidade faliu frio
estamos em navio afundando
somos o avião que cai
 



    

   

terça-feira, 15 de julho de 2014

Inverno

 
 
 
 
 
 
 
 
Andando sozinho
labirinto território mental
caminho acabado
eis o abalo
cabeça cansada
corpo pouco
beira de abismo
navalha na mente
 
 
Uma vala de esperança
corre esgoto em céu aberto
olho as nuvens doloridas
fumaça líquida do desafeto
carinhosa poluição
abraça forte
 
 
Tristeza casaco
nosso frio fiel
pobreza osso
 olho ferido
saúde doente cor cinza
alegre sorriso suicida
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 


segunda-feira, 9 de junho de 2014

Copa

 
 
 
 
 
 
Futebol da crise saúde
chute da copa topada
dopa mundo imundo
escola sucata camisa rasgada
cérebro lavado limpo da revolta
terceira divisão mundista
suor de sangue
 
Televisão no campo minado
guerra ao jogador
bola furada placa taça planeta
faltam árvores técnicas
arbítrio cartão vermelho
espécies extintas
propaganda uniforme
cabeça distorce
 
Desemprego na torcida
vasta pobre fila
FIFA falindo vida
ingresso caro direito apagado
remoção ao time de analfabetos
escalados no álbum figurinhas criminais
repetida volência
centro avante
 
Restos aos pobres
vestiário da dor
segundo tempo
atacante gol da miséria
placar fechado
zero
 
 
  
 
 

 
 
 

Itinerário

 
 
 
 
 
 
 
Dentro do cansaço pouso dor
não se pode sentar
em pé apenas espero
diante do vento ausente dinheiro
vastos dias eternos sem dormir o sonho
ao passo iminente pesadelo
é o ponto de ônibus da sala desespero
estação loucura vida
caminho ao vazio
 
Machucado do correr
sei que atletismo chagas
perversa linha de chegada
 profissão que me forçam
choro uns objetos inúteis em bagunça
a ilusória organização central
uma comida digestão triste descontrole
grana gramado proibido
uma casa plaquinha
 
Conjunto da entrega total
 carinho embrulhado com afeto
 visita corpo menina em poesia 
 livro grito escrito poema
amor sentimento e carne sem medo
amigo companheiro mesmo no abismo
artigos tidos invisíveis
doação e afeto especial
agora visto caixa com lixo
fora do dia
descarte
 
Acordo cego para olhar
é cedo e sedante
a tela fria o gemido eletrônico
a novidade é quando não ver
logo fique mal sempre
inocência proibida e besta
apanha pela rua
ontem e hoje
futuro nulo de jaula e muro
deseja a violência
nua que anda pela rua
grita ao meu ouvido não pinico
fezes de falas frias
fúteis víboras
 
Cansaço no ponto
ônibus costura cicatriz
adentro coletivo
a vida em virus vai
baixada depressiva
processo crime creme lucro público 
proibida viva inocência
nossas tristezas de famílias
não pagam caro aluguel
possuem casas próprias
vidas agora vielas
becos sem saída
 
Endereços do transporte
vias cortes antigos pela boca
costas também em dor
soco rua murro
um subúrbio das sensações
faz perna hernia tremer
cabeça pesa quase suicídio
pensa no antigo quarto escuro esquina
o eco em dor cama depósito
tristeza e solidão namoradas
 
Uma lágrima de ácido sulfúrico
cai para dentro
percorre corpo lodo
acerta tolo 
solitário coração
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 


segunda-feira, 12 de maio de 2014

Agonizando






Vida livro apagando
fogo sombrio suave 
madrugando temor
cegueira iniciada
areia aos olhos nossos
céu cinza sem faxina

Estamos tristes em cifrão
ofendidos em cegueira
feridas no corpo copa
catarro futebol verde amarelo
tv hiv para você hepatite c
escola esmola apenas piora podridão viva
doença hospital de morte

O cão morde gato
a ratazana sorrindo
coração concreto racha
existência terrestre beco sem saída
planeta profundo afogamento

Ignorância ligada
fios na usina nuclear
carícia via boneco robótico
canal aberto solitário
show espetáculo
preço alto e caro

Lambo o chão em beijos
carinho na parede urbana
amarga  loucura açúcar refinado
a fila anda em círculo
dou lugar ao mestre
ridícula escola vida
me agride rotulando de violento
por apenas vivo
ler você
outro eu
humanos somos
proibidos

Me querem voando abismo
queda gravidade
rir de tristeza alheia
assegurado tijolo cela
areia em boca
ódio empurrado
inocência proibida
idem defesa
querem aids

Acabo por pensar
suicídio embrulhado
comer em casa
dormir em rua
corte de navalhas
queda  de prédio
fim da perseguição
doce fim
algodão morte
parquinho









quarta-feira, 7 de maio de 2014

Tempo Perdido







Frio  mendigo
avenida cidade medo
rua esquina perigo
gélido verão 
aquece a ilusão mundial
oh tempos nossos

 Chuva de lágrimas
molha pesadelo acordado
enchentes no sentir e pensar
tristes maios ou dezembros
ano inteiro ânus ao estupro
tanto faz corpo roubado
trabalho  salário todo escravo
longo outono cansaço

Injusta empresa transporta gente
uma presa pressa engarrafada
trânsito  inerte trágico
 animalesca viagem carne dolorida
perversa lida dos dias açougue
imóvel frieza lentidão humana
inverno infernal

Futebol seleciona escola vazia
hospital é um leito corrupto infectante
sempre há guerras biológicas por cifrão
desamparo capital alado
país emoção em ruína
ausência do teto
 primavera sem terra

Planeta virou cidade
triste proibida árvore
frutos negados
 arma assalta vasto pobre
injusta riqueza em cargo
doença civilizada agonia
viva extinção gratuita
horda sobrevivente solitária
vento na fresta na cara do fim mundo
humano bruto
cheio de vazio

Sinal verde aberto da exclusão
classes dominantes e dominadas
governos doando overdoses
drogas na fuga
nulo futuro
entulho

Caminho anti-livro vivo
passeio você e eu
eles em mãos dadas para nos separar 
estão alegres pela tristeza daqui
insanos covardes violentos caquéticos
vomitam sua bílis preconceito
 poder apodrecido vício
deturpa cavalo de aço vital
macabra mentira esfregada
nossos rostos ralados
bocas cortadas em censura
caem em cova rasa
agonia tempo
vento nuclear

Vida passageira eterno rascunho
mapa inacabado pela destruição
aplicam dores no peito quente
bate o coração em parada do ônibus cardíaco
 proibem a todos o amor ir e vir
explícito carinho negado cor cidade
um restaurante chamado fome&sede
saudade e solidão nossa
s.o.s poeiras
nós





Churrascaria






Casa churrasco gira seu perigo
humano mar molho problema
navega gosto plástico caldo
petróleo ao ar fumaça
navio sabor aço tomate
caçando baleias ou bovinos e golfinhos
perseguem galinhas meninas
brigam batendo em carnes pacíficas
gula aparelho de jantar social
 frio inox endereço
planeta

Sem sentido horizonte
sendo carcaças saúde
uma escola sucata papel alumínio
hospital mosca varejeira
faca cortante dos sonos cama de insônia
gritos para música alto grude madrugada
lavagem aos pobres

Metal pesado boca chamuscada com alecrim
línguas alienam petiscos corantes
câncer nosso tempero folhas de processo
alimento prazo de validade vencido
gordura dívida etiqueta
vírus bicho
vós

Vida urbana fétido perfume de comida estragada
visitantes ricos ao restaurante arroz algoz colorido
prédio e viela de veia velha ao organismo colapso
antirural lata do lixo arbóreo salada ausente
queimada amazônica paulista na panela
rios de janeiros do absurdo sal grosso

Batata machista porrada masculina
carne machucada feminina
outros seres machucados legumes
tudo pronto ao forno complexo
alta temperatura testemunha
aquece violência antiga indesejada
fogo aceso no prato predileto
cardápio histórico infeliz
indivíduo biscoito enlameado
paladar enjoativo nada bonito
destempero bruto agridoce
 indigestão da tristeza para todos
banquete depressivo de famílias

Frigideira da farofa mentecapta orgulhosa
cozinha industrial para azeite azedo
pães duros como entrada
pessoas salsichas nadam piscinas líquido dinheiro
poder dono da rede alimentícia
máquinas de moer carne pobre
devorando almas
almoço executivo perverso
vida privilégio
meio dia

Cagam fezes fúteis empregatícias
podridão agoniza o agora
depósito a céu aberto pessoas restos
pano de chão para esgoto
limpeza ao vomito esperança
chamam isso  trabalho
chamo tristeza
nome próprio
garçom
apelido eu

Prato principal animalesco
voando pelo pesadelo sal grosso
céu sol queimadura na pele viva
terceiro grau alucinado avião em queda
carne presa mastigam com ferro
me querem nele estar quando cair
tenho sim tráfego acidente horror filmado
televisão manipula sobremesa sofrimento
querem culpa e condenação com cuspe na cara
sabor ameaça social montada
tristes fatos do cardápio
saudade

Entregam meu coração galinha ao lixo
pisam nele com ódio óleo queimado
gratuita agonia dos dias lanches vazios
palitam os dentes macabros
chefe de cozinha promotoria
toneladas de alimentos presos
latas de detritos campo de extermínio
sociedade restaurante neonazista

Desespera fibra alimentar
perseguem inocência chamando gruindo
 a feia gástrica autoria da legítima defesa
como culpa perversa punitiva pimenta aos olhos
churrasco de minha carne processada
 querem presunto
mortadela injusta
croquete velho
carne doente

Socorro vegetariano
sonho flor
justo livre
são






terça-feira, 6 de maio de 2014

Garganta de Lamina







Febre flor em chá
sempre tarde
noite doença delira 
danço palavra
agonia gripe
dona dores vêm toda
sexo morte

Remédio mais sintoma
 hospital  destruir saúde
fila pedinte ala infectada
limpeza nota zero prova de ciências
caminho corredor lodo invisível
governos atacam o nós

Lixo ano novo
loucura e pesar
balança de carne 
suor frio

Quente temperatura
forno pessoal
ódio frio lá fora
dentro afeto
dor

Febre alucinação
ônibus batida
parada vento sujo
a nova praia banha
estamos doentes
não adianta você fingir
hora do lanche estragado
café de lama
sorriso perigo

Identidade crucificada
querem me prender na cruz
33 anos bons de inventar Cristo
quero ser apenas um ateu
sem visita sofrimento
endereço para a pessoa
querem que abra e coma
o coração dolorido 
poeta 

Socorro febre
pede menos chá do fel
onda ressaca de dor 
desespero largo
 caneta tinta sangue
dedo cortado
viva poesia









quinta-feira, 20 de março de 2014

Melancolia








São sentimentos empurrando lágrimas
quedas no vazio
somos flores despetaladas 
arrastam carne feminina na rua
pintinhos em matadouros
nos tornamos bois e galinhas na boca de humanos
tristezas boiando como sacolas no mar
o esgoto envolve esperança
fitoplâncton vomita radioatividade 
a vida em rótulos 
motosserra modelo ecologia na promoção
bomba atômica série 2014
catálogo vasto e imbecil 

Apatia nas veias e esquinas
agulhas reutilizadas em artérias
hospital lata de lixo
penitenciaria escolar
sociedade brasileira
história massa molecular colonizada 
nova má vontade 

Perigo instituição e o urbano
super heróis inexistentes
estudantes somos
Cláudia da Silva Ferreira
chama-se João Hélio
eu me chamo perdão
me protegi e acabei por machucar
humano demasiado super humano
patologia hospital hospício letal
destrói chances
Estado estrago

Vontade de ir embora da espécie
fico mas a doer tudo
gemo junto giro loucura
procuro 

A passagem ônibus não leva
caro por demais
perde pernas
saúde
corte de coração
azia e má digestão mental da realidade
depressa a depressiva realidade se destina
não irá se tratar no hospital
perde braços 
cabeça caída
 agonia

Silêncio incendiário 
mídia perversa 
panquecas de fome e conservantes
eleições e tempo 
clima aquecimento global
anus e barriga doente
povo preso
câncer público lucrativo

Eis a hora de gritar
chorando mais lágrimas
coloque fichas
anexe aqui a dor
sofrimento grátis
pegue o seu

Parafusos na cabeça
suspiro de almoço
frieza para amizade
poste e pessoa
abraços

Voando já em imaginação
fim de plantio alegria
queda abissal 
peixes enxergo
meu código morse está danificado
não emite socorro
sorrio uma migalha ainda
escoteiro hora do horror
beira do abismo
todos nós aqui







sexta-feira, 7 de março de 2014

Amor









Frio ruim
vida de ser queimado
triste 

Cama pesadelo
insônia violência
proibida defesa

Ataque de coração
álcool ao fígado
dor no resto

Suicídio alegre
saída se sentença
injustiça ponta do prédio

Abismo será amor








quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Destrato





Vão cuspindo em nós com salivas ácidas
chuva corrosiva já bem antes na cabeça 
após isso apenas desprezo 
um ônibus uniforme caro e lixo
uma cidade engarrafada de vazios solitários
agonia buzina lucrativa
caminho escravo sujo de migalhas
restos e raspas salários

As línguas de poder capital gritam para doer
toda ordem autoritária imposta com vírus
 veneno velho gratuito
leis com mofo

Nós os pobres amarrados
torturas de carne moída
presos pela miséria mental dos ricos
debatemos e bizarros nessa estrada
apodrecemos em sede química
uma fome regada com agrotóxicos
Oh rio proibido dos direitos

Muitas portas na cara
recursos negados juntos como cupons 
moedas que não valem de nada a cobrir frio
são invernos de tua merda de inferno criado
casacos queimados de indiferença
arrogância social
extinção humana e cia 

Gritam palavrões cifrões sujos
a festa do dinheiro aos poderosos começa
depois vêm o hospital que faz adoecer pra deitar
antes a escola sucata enferrujada
loucura induzida TV assiste
copa imundo inumano desalojo do coração
proibido morar na casa rua
triste obrigado a sorrir

Prato de lixo alimenta o câncer
signos de astros em destruição
comerciais de robôs elegantes na internet
câncer mental com cela em bangu III 

Eu deprimo com comprimido
drogas individuo álcool corroí
um açúcar de brincadeira
conservantes e cor artificial 
doenças com boa noite
pesadelos de solidão coletiva

Problemas de matemática 
sociologia amante de ciúme 
misto de grosseria e machismo
vêm espancar na surdina
luz com filme
ação inércia cine 
inocentes acusados
violentos despreocupados 

Geografia testemunha
física do agredir 
analfabetismo escolar universitário
ser livre é proibido se defender
vá para a prisão banco imobiliário realidade

Gritar sabor choro no corredor não ligam
são máquinas programadas para comer fezes
emoções sinceras são artigos premiados
nojeiras medonhas super assalariadas
que vão sugar até se fazer leis de livro de mortos

O corpo não paralisa a tristeza e a revolta
caminhamos em tua cova rasa e de todos populares
vamos a um dinheiro para ir viajar ao vazio
encontrar areia e terra amiga
leito deitado
suspeito um suspiro fim
descanso
sem sonhos ou amores






domingo, 9 de fevereiro de 2014

Queda






Borda do abismo
beirada perigo
passos para dentro
vida desespero
coração cansado
cérebro sério em dor

Dias sem fim
fio navalha das horas vazias
noites pesadas que magoam
segundos pedindo acabar

Por favor
se for sem  liberdade amor e carinho
destrua a justiça 
traga suicídio com gelo
garçon
duas estricninas 

Pendure botas
pregos vastos na esperança
rasgue minha roupa super herói
queime  florestas sonhos
deixe ciente o vento
voar no abismo





quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Gritos







Oh o ah que esgasga
rompe cidade mundial
grito em meio ao concreto
esse recheio de vazio existente
sobreviver dentro dos contrários
rasga garganta

Proibido árvores
eis a placa de madeira
onde estão os criadores de oasis?

Uma crise detona tudo
 todos ao redor do labirinto
chutados para dentro
urbana ilusão
a resistir resto de saúde
eis a subversão
lutar para não perecer
desfazer o jogo de veneno
cuidar corpo nem que seja um pouco

Muitos lixos
quase nada livre
poucos valem a pena
pássaros presos
gaiolas mentais

Desespero mola mestra
ação direta única que leva
pular muro da mente  ir fundo
frutas e bichos
grito e livro
centro literatura
chance única

Carinho proibido
saudade corrosiva
perigo que fere
cordas vocais fatiadas
decibéis do afeto
escute surdez humana
gritos do coração







quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Biscoitinhos de Azar






Corpo indo
hernia mendigo
dor

Ansiedade lágrima
grito sozinho
pânico

Sentimento gelado
ressaca fria
solidão

Rua absurda
pés descalços 
caos

Cérebro cidade
emergência e alarme
saudade




quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Pesadelo Social





Perdido na lama de fezes
panela de pressao repressiva fervente
faz fixo tempo o relógio quebrado da cozinha
minha boca engole a merda social
tudo acontecendo em doenca
armário rascunho ferro retorcido
é o  eu assim o ser agora monstro
caldo de si  sabor sofrimento

Poço de lixo nas veias
sangue esgoto trasformado
percorre com dor o corpo
estes restos celuláres depressivos
bem coberto no frio de indiferenca

Advinhe de novo o velho
proibido se defender
poder genocída fantasiado de república
come até os ossos da miséria
osteoporose popular

Delegacias de poder injustica
protegem o nada vazio
cidadao ridicularizado pacto capital
há vagas em cárcere fábrica de lucros
sociedade cemitério S.A
crime prefeito
senador governo letal
presidencia robótica
eleicao mentecapta grosseira
emprego ao operador da máquina de moer
povo peca barata sangrenta
ratos mecanicos do poder
comedores de cérebros
sempre a postos

Tudo seguro bem guardado
hospital escola cadeia animal
estraga  vida e família
aniquila sonhos injetando pesadelo
pior podre problema

Promotoria proibe direitos
somente para míseria endinheirada há vida
absorver o surto é o caminho ao pobre
empacotar sua vida e morrer 

Ex-pessoas sorriem lá fora
pela lágrima trancafiada dentro
elas e eles corruptos são livres
por isso somos os condenados

Havism bonecos no pesadelo
embutidos para serem salsichas temperadas com nada
 sacos de lixo falantes gritando sociedade
fantoches testemunhas montadas
são apenas vitrines para falsidade
além dos restos presentes lixos da via

O animal segue na sua jaula agonia
alimentando o porco na fossa
humano demasiado lixo

Tristezas humanas em famílias
mundo humano em desenhos animados
violentos canais vão ensinando adestramento
cordas ao pescoço como cadarço de tênis

Super lotado de problemas
depósito inumano de desesperos
frente a grade grande infinita

Filhos continuam seus choros memória
 infelizes com promessas de ódio
palavroes doentes  ao futuro ralo
pacífico negado
o relés réu tido vírus violento
brigar e bater é paz série 1984

 Dia após dia apenas o ontem
nunca ele passa pra frente
apenas envelhece em loucura
cozido ao molho da enfermidade qualquer
espantalho caricatura para a parede

Manta de concreto sessenta graus veraneio
Rio do janeiro até dezembro impossível aguentar
segundos e minutos cantando suicídio
campo de extermínio estadual
povo ao massacre hecatombe
apenas mais um sonho
destruido etiquetado e inocente