sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Desespero








Tristeza sarjeta
garrafa cheia sentada
copo corpo vazio
cigarro sorriso saúde apaga
cresce falta
subtrai a soma
onde não se divide bem
mal multiplicado feroz
farto desencanto 


Era uma vez
alguém você qualquer
perdido no moderno
alegria vida lixo químico
fez banquete
come rua suja
molho depressivo
carne câncer 


Dança a música tragédia  
cantando sofrimento casa
ouvido machucado
alarme sentimento
silencio poluído


Pesadelo acordado
manhãzinha chorando sozinho
dorme papelão desejo
suspiro saco comida podre 
oportunidade infeliz
frito e cozido de si
 

Suco de pilha café
o que fezes aqui
vida vicio 


Giro em círculo errante
loucura e problema
 amigo proibido
lar risco
ser perigo


Sobras endechas
resto e raspas
letras carta
bilhete afeto
despedida viva


Lágrimas do esgoto
poluem a cidade
submersa de merda
angustia afilia a fila
todo dia


Socorro grita o povo
vozes no lodo
 morte geme sexo
poder dinheiro
podre viver


Guimba cigarro
gole algoz grito
tonto manco macaco humano
foi decidido agora mendigo amor
individuo vendido
barata e rato


Vitrine condenada
vidros cacos de sonho
liberdade manequim quebrado
 dobradiça vida vazia
parafuso ao nada


Pula fim
abismo infinito
laminas faca em si
sozinho e livre


Amargura beijo agonia
suicídio menino
precipício   

 




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