segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Frutos do Mar









Ainda lodo de hospital mundo
caldo cadáver servido cardápio
bobo de morte sorrindo câncer
Fukushima beija Chernobyl
riso do peixe morto
chorar no deserto
eis negócios

Jantar a luz de césio
ar pesado sem luz
um Japão ali na mesa
nossos corpos carpete
capacho capital

Cozinha para visita
veneno fruto do mar
é amargo seu doce
podre sabor do gostoso
óleo enjoo e fogo

Serviço de bordo senhor
grito mecânico coração
carro afogado piscina veraneio
rio dezembro barras quentes
despedaça calor fusão nuclear
engarrafo litro coca cola amor
todo o ser é passeio hemisfério norte
come seu atômico
como se escreve miséria barriga
tatuagem genética de doença petisco
células loucas de lixo
robôs batendo fotos de si
imagem Tepco

Prato principal mamãe e papai
garfo no coração de filho
desespero na panela
agonia alimentar

Placa da entrada seu nome
porquê não se lê ego feio
blá blá de endereço culinário
é sempre você indivíduo
fatiado e bonito verão
desaparecido oxigênio
digital extinção
bip bip botão
é o restaurante em incêndio invisível
tudo em fogo de calor desumano
assim nos fritando

 Dizem sobremesas bebês tortos
argumento teatro família dinheiro
escultura de ruína pintura do local
estadia sempre de cima escada poder
garçom trazendo a si para comerem
cai para baixo bem pesado
gene colapso público
  vais se doer vivo
arde ler
nada
ser

O coletivo nulo
silêncio indivíduo salão banheiro
água contaminada na boca sem dentes
pasta  fria depressão
mares buracos de tua praia cinza na vista
grite ao passado digestão
surdez futuro mundial
 colher de sal cheia boca a dentro
cada hora minuto de refeição novamente
tempero nuclear

Restaurante perverso
sirva serve sinistro
destruir o ser vivo
 você e eu
nós
nos
extinguindo










Nenhum comentário:

Postar um comentário