vendo a vida em desamparo
o caminho ao trabalho é um fardo
ver o povo alienado e sem direitos
pagando alto para ficar sempre em baixo
São conduções caras pagas
transportes como correntes
presas no corpo todo
Hospitais públicos cemiteriais
tratando pacientes doentes
como sacos de lixo e entulho
Viciados de crack nos cantos
gemendo suas fumaças
seus corpos em carcaças
arrastam a vida no centro
Escolas puras esmolas
meninas e meninos sem futuro
pra conseguir no máximo ser escravo
ganhando poucos centavos
não conseguindo morar e comer
A poluição invade essa ida
a vida numa espessa neblina
grosso caldo de morte
Antes de entrar para trabalhar
momentos antes de dar meu sangue
para ganhar o mínimo falido
vejo um corpo caindo do prédio rico
Observo que os que passam gostam
uma alegria encantada pela desgraça
Minha mágoa humana bate cartão
numa máquina da tristeza capitalista
Uma lágrima cai para dentro do abismo de mim
MonoTeLha
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