terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Visão




Olho o mundo

cada centímetro dele
vendo o coração em ataque

As estradas do horror
os campos pegando fogo
os refugiados para o nada

o sangue derramando
o massacre aplaudido
em todos os dias

a imundíce
a contaminação nuclear
devastando a pele do mundo

o planeta
seus desertos cheios de sede
os mares sendo esgotos
e todo lixo de horror

a Terra
dando seus suspiros
os meninos mendigos
as meninas feridas
as imagens minhas e suas
num álbum de família falecida

Olho o humano

o medo e a dor
o continuo horror

A montanha de mortos
os animais embalados
a esperança destruída
a vida toda indigna

Acho que vejo
até a cegueira

a falta de voz
o nó na garganta

a ausência de sabor

sentido a sede
morrendo de fome

Olho as horras passarem


MonoTeLha

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