cercado de vazio por todos os lados
amparado apenas pelo chão
Andando pelas solitárias vias
indo pela cidade arrasada
pensando em como seguir
mesmo sem ter aonde ir
Sentando nas melhores sarjetas
observando as piores paredes
vendo toda a falta de horizonte
Se jogando em sacos de lixo
como novos detritos enviados
meu corpo urbano em cacos
Pisando em pedras brancas
desviando das pretas e vice versa
escolhendo músicas de poetas
para cantar sem ninguém escutar
Andando pelos cantos
nem me espanto mais
com a miséria embaixo das pernas
A cidade é uma loucura de pedras
seus moradores vivem nas trevas
não há mais florestas nessas terras
então o que se pode é passear
como toques de piano caminhar
de som em som aos toques
Cada passo dado
noturno descompasso
me lanço na noite sem olhos
vou indo seguindo pelos prédios
pelas grandes vias dos tédios
Escolhendo um buraco
aconchego simples e barato
descanso para um pobre desgraçado
MonoTeLha
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