segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Engarrafamento



Andando pelas ruas sujas
vi meu stress parar no sinal vermelho
Minha vida engarrafada pelos cacos
nesse meu olhar de túnel poluído
para fora do carro observo outros presos
nessas celas de pneus e buzinas

Olhei a lata do lixo cheia do eu
possui tudo de resto das embalagens
emocionais e fisiológicas desumanas

O eu em mil partes de plástico
restos apodrecidos de cadáveres engolidos
tudo aquilo que desperdiço

O trânsito não anda meu corpo reclama
Olho as construções enormes
vi pelas calçadas misérias ainda maiores

Dentro do carro com um pulmão cheio de catarro
percebo a poluição por todos os lados
sem o mínimo respeito aos seios
estuprada mãe natureza destruída vida bonita

Minha vida engarrafada presa numa ambulância
sem poder passar sem poder se alegrar
estático e pálido sem me mexer
engarrafado meu coração agitado
corpo parado dentro desse carro
sem poder sair ou seguir




MonoTeLha

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