Eu vou indo para longe
num lugar escondido
onde eu possa dormir
sonhar um pesadelo
gritar de medo
suspirar de desespero
Numa cama vazia
dentro de uma casa
rua da periferia
chorar sangrando todo o vazio
Olhar as sombras e as sobras
solidão dos meus dias tristes
estou doente do mundo
queda depressão no buraco
os motivos não são tratados
miserável economia
destruição do dia a dia
destruição do dia a dia
O som da televisão é um chicote
notícias de jornal sempre obituários
contas não pagas são cartas de suicídio
a fome e sede são doenças terminais
As árvores plantadas foram ao chão
juntos das mãos e pés de pessoas
alunos foram censurados por estudar
o sorriso foi proibido com pena de morte
há câmeras por todos os lados
O medicamento não cura a cabeça
a vida uma tortura
a religião e o governo vêm
rouba o sonho
assassinar nosso corpo
assassinar nosso corpo
Me levanto e sinto as dores
corpo sucateado envelhecido
comida igual ao lixo negado
bebo água suja e me deito
A noite vira uma madrugada maldita
nesse quarto de luz apagada
memória lembra da resistência
a única saída para poder viver
que aos poucos parece estar sendo vencida
numa guerra em cada esquina
numa guerra em cada esquina
Nenhum comentário:
Postar um comentário