toca numa rádio pirata
localizada no fim do mundo
Sons desconcertantes
estou dançante no abismo
precipício de mim
Uma nota zero tocada
na aula abandonada
o professor uma caveira feia
colegas estão de luto
sempre grande absurdo
Noções musicais animais
a fome e a sede
num nó maior ao pescoço
Aprendendo com o maestro
os instrumentos de extermínio
destruição em massa da platéia
para o recital catastrófico
Orquestra caída em pedações
o vento uiva com sujeira
a música do caos em caos
cada vez pior e maior
Eu aluno escuto
reproduzo e crio
a morte no ouvido
Numa existência estúpida
a marcha fúnebre toca
assim que sairmos da mãe
exatamente quando nasce o ser
MonoTeLha
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