Estamos diante uns dos outros
por meios aos amontoados vazios da vida
o ranço e o rasgo na alta velocidade
nossos dados através dos raios e cabos
a própria vida só passando na roleta
tarifa o peso nas costas da vida
ela gira o corpo fraco e pouco
ela gira o corpo fraco e pouco
Respira mas economiza o tanque
o preço do tubo lhe deixa sem chance
é oxigênio ou veneno
a existência um vazio tremendo
trabalha para ter sua quantia
chibatada das horas escravas
chibatada das horas escravas
roleta de novo na noite
perversa volta para casa
tarifas nas costas feridas
tarifas nas costas feridas
junto ao amontoado das ferozes máquinas
pintadas com sorrisos bonitos
Não
importa o que há dentro do pãnico
mas eis o motivo para o desespero
mas eis o motivo para o desespero
somos bilhões de desumanos
sofrendo o planeta descascando
arrancadas florestas pelos dentes de lucro
rastejam o câncer no pasto contaminado
sobram cavalos mecânicos bizarros
Humanidade que arde
uma dor assim ancestral paralisante
filhos paridos no precipício
nascem fetos fétidos
febris e velhos
rastejam o câncer no pasto contaminado
sobram cavalos mecânicos bizarros
Humanidade que arde
uma dor assim ancestral paralisante
filhos paridos no precipício
nascem fetos fétidos
febris e velhos
Lembrando ainda os que já passaram
por aqui e os que virão....
por aqui e os que virão....
hahahahaha todos tolos
ri o riso de horror
ri o riso de horror
um programa que computa a dor
abriga o perigo aos indivíduos
abriga o perigo aos indivíduos
comando para extermínio do corpo físico
caçado através do online
qualquer ataque de máquina
destruir o ser que pode ser eu ou você
caçado através do online
qualquer ataque de máquina
destruir o ser que pode ser eu ou você
Todos tem direito a sofrer na labuta
a derrota da existência derretida e dura.
depois sair direto para outro vazio
o descanso genético
morte da sua carne cansada e doente
a ausência suprema pelas ruas
o ritual de silêncio do seu desaparecimento
Natureza semi morta espécie andróide
pague o caixão tumular eletrônico
devolução propriedade de nanotecnologia
aliada da aliança poder capital
república software governo privativo
estupro até o final do indivíduo
estupro até o final do indivíduo
Mentiras nas vias da cidade
é uma peça de teatro...
livres para compor... músicas enlatadas
esculturas da carne de si machucadas
parado em coletivos desanimantes
poesias de endecha numa televisão da web
amargo chocolate de plástico
vazio existencial colorido
vazio existencial colorido
Mudanças de comportamento na prisão
detentos querem virar combustível
nutrir a máquina de energia
morrer mais rápido
sofrimento zerado
fim grátis de agonias
Obediências civis do café azedo da manhã
lendo seus jornais eletrônicos chorando
procurando novos venenos para a noite
semelhança ao passado
lazer proletário
Inocentes tapas na cara
aos falsos culpados que ali passam
a robótica não perdoa
aplica seu golpe na superpopulação
choque do proibido
leia sempre o aviso
Cidade do futuro
máximo destroço de passado em luto
fim terminal do passeio temporal
ampuleta eletrônica
quase a hora de descer do mundo
Os bonecos se mexem
A vida vale tanto quando
Cidade do futuro
máximo destroço de passado em luto
fim terminal do passeio temporal
ampuleta eletrônica
quase a hora de descer do mundo
Os bonecos se mexem
fora de cargos governamentais
numa lama semi tóxica de maior qualidade
são tiranos do poder tirando férias
mundo da lua apartamentos de luxo
vista para a Terra cinza
Estes mais ainda mil vezes
afundados numa fantasia
recheada de ilusões felizes
música de pássaros e bichos
música de pássaros e bichos
todos extintos
ossos do passado
A morte ali parecia sim a delícia
comestível no jantar em família
jaula humana futurista
tida como certa e correta
verdadeira mera
balela
A vida vale tanto quando
no passado dos fatos
mas hoje a espécie apenas se fere
numa bengala de tecnologia
para a ferida extremamente fria
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