Acreditava numa brincadeira
de vida a todos os vivos
coração bate bate
sonho de menino em alguma bela tarde
uma infância sem fim
mas veio a hora da aula
jardim da infância de flores podadas
Já é a hora de se tornar homenzinho
um adolescente quieto
obediente a autoridade por perto
Vai ai apanhando
caso não passe de ano
Viu o menino de rua
vírus na vida pura
veneno social a se tornar
Segue sem reclamação
namora uma consumista
e vai tendo amizades dignas
com muitos idiotas na via
Votou em tiranos sorridentes
pôde chorar em aniversários
beber venenos no fim de semana
Indo ao trabalho
aprendiz de otário
pagava sangue ao patrão
Adulto adulterando seu próprio sonho
vivia o pesadelo de salário
indo atrasado ao corpo
doença civilizatória
hospital cemitério aberto
Agora idoso largado
serve a sociedade como osso
cachorro subserviente do ali
migalha nada meiga
vida estragada inteira
Tomando o remédio
a bula do tédio
a dor
a caixa registradora
Sepultado em pesadelo
mais um sonho morto
junto do corpo
um antigo ex-moço
Nenhum comentário:
Postar um comentário