Não posso parar de caminhar
tenho de ir e continuar sem escolhas
mesmo com o pé cheio de bolhas
Caso eu pare tudo arde
a cidade onde piso é puro deslize
a música suburbana me dana
sons irritantes de monstros metálicos
perfuram meus ouvidos quase surdos
A solidão dança comigo
me balança ao luar
misturado ao cinza do ar
a poluição é meu manto
pra seguir viagem
Não tenho para onde ir
não posso nem ao menos aqui ficar
é preciso seguir e não parar
A avenida das incertezas
beira - mar das tristezas
via indigna desemparada
vida maltratada e largada na calçada
Vou seguindo aflito com medo
vazio e receio na rua escura
passo pela ponte dos carros
sinto vontade de me dar estragos
viaduto passagem para o luto
Passo em cada passo no mundo
sempre trágico e largado
vou indo sem direção
sem terra sem teto
e sem futuro
MonoTeLha
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