Obra Literária - MonoTelha - Rio de Janeiro - BRA$IL - TERCEIRO MUNDO - Poesia contemporânea com viés realista onde o eu-lírico adentra várias problemáticas existenciais. Uma busca de transformação e evolução através de evitar tragédias humanas e ambientais. Inúmeras visões recheadas de imaginação sobres sérias questões tanto globais quanto individuais. Gritos enlameados com a poética da lanterna dos afogados, um pedido de socorro através das letras ao mundo.
domingo, 31 de outubro de 2010
Hierarquia
sábado, 30 de outubro de 2010
Sonho Aposentado
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
Pracinha
terça-feira, 26 de outubro de 2010
Autorização
Autorizo meu filho a participar
dessa patifaria generalizada
nesse passeio ao militarismo
com chance de perdas de pernas
tudo entregue nessa guerra
braços e outras partes do corpo
principalmente a cabeça
Autorizo ele a comer veneno bélico
servido pela indútria assassina
com direito a um câncer no final
Permito matar outros jovens
mesmo que nem tenha motivos pessoais
apenas seguindo ordens de generais
Servir um pedaço de pano e um hino
poder para o estado e seu domínio
e ricos poderem lucrar sem parar
Aceito ele sofrer e não sobreviver
Permito ele ir fazer tudo virar um lixo
Eu fico sem reclamar nem protestar
aceito sorrindo e consentindo
Autorizo meu marido
e minha filha e até eu vou indo
caminhando para a fila de extermínio
É aceito meu tempo perdido
educado a obedecer para morrer
sábado, 23 de outubro de 2010
Impacto Extintor
Asteróides vindo na direção
provável rota de colisão
Penetra a esfera da Terra
entra sem pedir licença
Corpo celeste que invade
destrói as cidades
devasta a natureza
levanta a poeira no ar
não se pode respirar
Eis uma catástrofe mundial
de origem natural perigo total
Caindo do céu rasgando o véu da vida
inverno infernal numa escuridão real
Além de tantas chances da vida acabar
pode-se contar mais um enumerar
milhares de chances para se entrar em pane
Asteróides que viram meteoros
caindo em cima de nossos olhos
Extinção voando pelo universo
como palavras fortes em versos
ditos e cuspidos para ferir e danar
Problema Familiar
Eu sou uma mâe de corpinho pequeno
de sexo masculino e ridículo
gesto e gestei meus desgostos
Ficar não se pode estar.
Sou passível de humanidades
minha mãe morreu
nem sorri mais nos pesadelos
Meu pai bebe muito e não deixa um gole
só uns cigarros escondidos nos sonhos
comprou um caixão para a semana que vêm
A namorada não aguenta o namoro.
Não tenho os filhos muito menos as filhas
mas sigo nas filas sem nem poder pagar
Filas de eu sozinho e triste menino
pagando uma conta de lágrimas
e gotas de puro ódio largadas
O casamento não pode ter casa.
Meus irmãos cada um numa ilusão
vidas perdidas lembradas
mas muito esquecidas de si
Os amigos gostam de serem inimigos.
Eu não sou criança não posso brincar
sou adulto tenho de me acostumar
do ato de ser velho e tudo se danar
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
Vazio Solitário
O mundo em grande perigo
pela maior parte dos seres humanos
desprezíveis e indignos nada fazer
para o que destrói parar de acontecer
Os líderes poderosos avançam
com suas armas sempre apontadas
para destruir o planeta
várias e várias vezes
É culpado eu e você
por não agir e permitir
o tirano de existir
Somos errados e bastardos
sem ação contra toda a extinção
Os animais feridos e doentes
são presos num holocausto
de um lugar qualquer
Guardados pela frieza humana
sem dó nem piedade
O meio ambiente apodrecendo
ficando totalemnte decadente
muito diferente do passado
indo para apenas destroços no futuro
Brigas e tristezas
na avareza das pessoas
o ser humano se enterra vivo
morre junto dos bichos
que ele mesmo mata
Se enterra com o ambiente
que infelizmente o cerca
e morre sozinho até de si
num puro e único vazio
Desesperança
Eles levaram embora o meu sorriso
os prejuizos cantam músicas para mim
sem muito entender o motivo vou seguindo
Me deram máscaras sociais
com óleo para fazer a máquina girar
As esmolas são dadas no caso de costas tortas
e muitas músicas enlatadas para dançar
Arrastar a alegria para o alto do edifício
empurrar desse precipício moderno
é cotidiano e bem gratificado
o ser esborrachado no chão
Há um sufoco louco para respirar
e um baita sol que arrebenta a pele
Esse ar poluído para os pulmões tragos
não é o ar livre de outrora é o lixo que apavora
Porém os preços do oxigênio caem bastante neste mês
é só a metade do enorme valor cobrado pela água
Me deram um corpo para pôr em risco
mamãe enlouqueceu nos braços de papai
num estupro consentido chamado casamento
machismo e esquecimento seres violentos
Me deram um corpo para eu ser escravo
ele é todo meu e quem manda são os outros
minha vida é esse enorme desgosto
Mistura de tortura e poluição
o Estado mata os civis indesejados
e empresas lucram com isso
assim funciona o preciso sistema
acontece dessa forma nossos problemas
Corpos sem arisco e enorme perigo
nesse grande genocídio
que emperra de estar vivo
Somos todos levados ao pane
vão todos ao banho de sangue
Gritos gemidos loucura e zumbidos
enorme desesperança nas sobras dos vivos
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
Necrópolis
Cidades monstros do mundo
cheios de seres imundos
vão para lá e pra cá
unicamente para devastar
Consumismo e desperdício
puros assassinatos e suicídios
dentro do cotidiano falido
Nasce mais um dia
morre mais a natureza
destruição de toda beleza
Esgoto horroroso na água
fuligem e químicos no ar
solos eternos contaminados
extinguindo a vida todo dia
A cidade segue os passos
no caminho da morte e do atraso
A noite cai mais uma vez
para iniciar longos pesadelos
o desespeiro no corpo inteiro
A Terra gira nos perigos
humanidade animais e ambiente
na beira do desfiladeiro
Cavando a própria cova
cada um com sua pá
aumentando o buraco
com todo dia mais estragos
caminhando para o total colapso
Cadeado
Conversas paralizadas pela tirania
máquinas e poluição sonora desastrosa
Conversas destruidas com a roda da censura
passando por cima das crianças
Não se pode dizer
não se pode ouvir
Conversas medrosas entre duras policiais
apanhar calado ficar machucado
Dialéticas oprimidas mecanismo de desunião
sem amigos e cercado por inimigos
Sirenes ligadas
coturnos pisando em liberdades
tiros nos rostos túmulos abertos
Proibido se comunicar
já não se pode falar
Perigo isso se ler
risco em escrever
pensar é vigiado
arriscado os gestos
mesmo de modo discreto
Lá vêm eles calar e abafar
Trancam sua boca com terra
colocam vendas nos olhos
Não se pode comunicar
é proibido ouvir ler e falar
se expressar é letal
Cuidado com o cadeado
ele está sempre do seu lado
pronto para calar e matar
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
Chip Perdido
Na volta pelo depósito de lixo
procurando entre carcaças rejeitadas
alguma embalagem chipada
buscando algo de você
O mundo perdido que sempre diz não
e eu que procuro encontrar algum sim
largado que seja nesse abandono
de vidas e objetos desfeitos
Procurando revirando entre os danos
um pequeno amparo estragado
enquanto naves voam em cima de mim
despejando outros restos do planeta
procuro nos meios eletrônicos
seu holograma para me alegrar
Cada circuito é visto e revisto
o vazio e desperdício escrito nos chips
pessoas e identidades destruidas
em perdidas robóticas humanas vidas
mas nada esquecido ainda dentro de mim
Vou acabando minha louca busca
não encontro nada do que quero
você foi descartada difícil demais
Policiais robôs me retiram da área proibida
chupando minha vida com seus cabos
Meu coração e emoção são destruidos
junto com minhas feridas nessa ida
Meu corpo humano começa a morrer
junto com saudades de outro ser perdido
nessa montanha de lixos malditos
sábado, 16 de outubro de 2010
Esgotado
A visão do teu rosto
é o puro desgosto
cansaço sem descanso
O resquício acabou
e do mundo nada sobrou
Ficam os ossos com pouco
do que se chamou de corpo
Rastejar até os restos
ir até o que já se acaba
sem forças nem pra chorar
Momento único para sofrer
delicadamente devagar
na tortura chamada vida humana
Vai gemendo e perdendo
aos poucos esse brilho nuclear
vai morrendo no que és
eis o câncer do mundo
Egocentrismo
O ego no centro
olhando pra si
bem no meio do umbigo
o rei na barriga
Egoismo primitivo
ranger e grunir
ao se aproximar do prato
Sempre o melhor
nunca o pior
não erros só acertos
Sem deveres só direitos
perfeitos dias e noites
roupas e objetos
Ego elegante
nem um instante feio
sempre bonito
Ser humano ego de lixo
perigo pra si e pra mim
para o ali também
futuro ou presente
referência de demência
terça-feira, 12 de outubro de 2010
Agonia
Dentro de mim passa um rio
um rio de vazio
ele me causa muito frio
pelo gelo que é o ser humano
Dentro do perigo
nos sentimentos feridos
muita dor eu sinto
Uma correria dentro do pânico
estressado da agonia
de cada dia a dia
A avenida brasil me passa na cabeça
ela é triste no traumatismo craniano
não suporto suas pistas
Minha roupa morreu de luto
junto com boa parte de mim
e os vermes querem almoçar
Agonia de todo dia
me empurra pela rua
vou indo seguindo o perigo
sábado, 9 de outubro de 2010
Desaparecido
Procura-se o ser humano
foi desaparecido e esquecido
pelas ruas das cidades
Vestia roupas bobas
vivia como num circo
comia e bebia venenos
Foi visto pela última vez
dentro de uma guerra mundial
sofria de transtornos mentais
Qualquer informação que ajude
ampare e encontre um vivo
favor entrar em contato
com outros sobreviventes
Viagem no Tempo
Fui passear dar uns passos no futuro
ver se podia estar o mundo
um pouco mais seguro
Peguei a máquina do tempo
entrei por um momento no passado
olhei os fatos e vi o presente
não gostei do futuro
Meus olhos agora contém furos
a máquina do tempo é a História
os livros os filmes os indícios
as pessoas testemunhas vivas
Os dados me deixaram todo preso e trancado
numa humanidade amarrada escravizada
em uma terra devastada com a vida esmagada
Vi o futuro jogado num monte de entulho
animais extintos mortos sem nenhum sussuro
ambiente destruido contaminado e irradiado
Peguei a máquina do tempo
sobrevoei o presente momento
olhei os gatos pingados
que querem que tudo seja salvo
e indo virar tamborim e churrasco
Fui no futuro
olhei o ser vivo morto duro
pelo no presente não se fazer nada para mudar
apenas repetir os mesmos erros do passado
alienação estupidez e ignorância
fingindo não saber que a vida é pra valer
não se importando de uns terem mais e outros nada
Bichos morrendo e espécies desaparecendo
Fui no futuro
meus olhos ficaram com pregos
enxergo até agora o luto
o mundo morto no meio do entulho
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
Hipermercados Letais
O supermercado faz aniversário
mas quem envelhece e morre doente
é sempre quem consome
Atenção ao alto falante
pedaços de cadáveres na promoção
fatiados picotados ou inteiros
vindos diretamente da prisão
torturados até o último pêlo
antibióticos e químicos gratuitos
Expectativa de vida doente aumentada
compre remédios na fármacia sem parar . . .
Produtos de limpeza para sujar
toda a planícies da Terra
com seus frascos coloridos
com aparências de bonitos
contaminando o lar em oferta
Grãos e sementes modificadas
num laboratório central lucrativo
de corporações monstruosas
para a destruição do solo e da vida
aos quilos sempre nas prateleiras
prontos para irem para as mesas
Drogas alcoólicas com fotos de meninas
associações de produtos com mentiras
da impossível felicidade engarrafada
pague e leve aos montes de caros baratos
Não esqueça do cigarro
para produzir câncer e catarro
Faça o que a indústria diz
compre o pacote seu infeliz
Frutas com agrotóxicos e venenos
artificiais na feira das destruições da natureza
pura impureza nos dissabores e horrores
Compre nos mercados da morte
hipermercados de super lucrativos fortes
deixando a vida e o ambiente em remendos
enchendo o carrinho e a mesa de venenos
quinta-feira, 7 de outubro de 2010
Miséria
A miséria e suas faces
varia com máscaras
fases e disfarces
todas sujas e humanas
Propagando a multiplicação
rodeando-se de vazios
a miséria é filha de filhos famintos
se pinta com todas as cores
mas prefere o cinza das cidades
Nas formas a miséria escolhe os desertos
nos entulhos se assenta com destroços
Está no caos dos depósitos de lixo e genocídios
em qualquer vida perdida e esquecida
nas solidões das ruas e esquinas
Com suas roupagens variadas
ou mesmo nua e crua
para o seu passeio mundial
decide seus trajetos fatais
Miséria ferida da vida pelas vias
nas salas presidenciais e cabeças de bilionários
mas tanto faz serem quais os seres
Asiáticos e Africanos ou Latinos Americanos
ricos ou pobres beija a todos
com sua boca podre mundana
Miséria mental humana
ou escravidão animal desumana
de povo em povo de bicho em bicho
tornando desabitado o habitat
Agarrada em todas as partes
invade tudo e torna trastes
miséria séria e alastrada
suga o todo que pode
destrói tudo no mundo
Miséria emperra a vida
faz deslizar a roda opressora
para passar por cima de todos
A miséria causa um sorriso vazio
num miserável milhonário qualquer
ou choro e sede nos pobres que sofrem
A miséria é a extinção num fio afiado
que corta e deixa a vida morta
S.O.S
A mensagem foi enviada
para o salvamento acontecer
S.O.S a quem pudesse obter
Não houve quem recebesse
nota-se naquela hora escondida
a sonolência nas cabeças estabelecida
Os primeiros a morrer os mais fracos
nos tragos de catástrofes os mais machucados
depois o tempo trabalhava duro
Não havia água comida ou ar
tudo começava a acabar
e a mensagem ia sendo enviada
mas ninguém vinha salvar
Primeiro os nativos e os bichos
as plantas e as florestas diversas
depois homens e mulheres tidos civilizados
das frestas das cidades de todos os lugares
Super venenos e bombas de hidrogênio
vírus estabelecidos para trucidar
entre outros perigos avisados
na mensagem enviada e espalhada
não recebida apenas tratada como piada
A humanidade a beira do colapso
não ligando e sendo avisada no agora
sua mente em retardo descompasso
agora no presente faz ver o futuro
todos mortos no entulho túmulo
terça-feira, 5 de outubro de 2010
Caminho do vazio solitário
Não posso parar de caminhar
tenho de ir e continuar sem escolhas
mesmo com o pé cheio de bolhas
Caso eu pare tudo arde
a cidade onde piso é puro deslize
a música suburbana me dana
sons irritantes de monstros metálicos
perfuram meus ouvidos quase surdos
A solidão dança comigo
me balança ao luar
misturado ao cinza do ar
a poluição é meu manto
pra seguir viagem
Não tenho para onde ir
não posso nem ao menos aqui ficar
é preciso seguir e não parar
A avenida das incertezas
beira - mar das tristezas
via indigna desemparada
vida maltratada e largada na calçada
Vou seguindo aflito com medo
vazio e receio na rua escura
passo pela ponte dos carros
sinto vontade de me dar estragos
viaduto passagem para o luto
Passo em cada passo no mundo
sempre trágico e largado
vou indo sem direção
sem terra sem teto
e sem futuro
Cotidiano Animal
A cidade trabalha atrapalha a natureza
a vida dura tratada com frieza
tornando deserto certo sempre por perto
poluição para a fila de famintos
numa chibatada díaria gratuita
fábrica de sofrimentos animais
Coma rápido seu lanche
o horário é necessário desperdiçar
sua vida de pinto galinha e boi
segue para o moedor de carne
vá não se atrase
Senhor pinto
Engula junto das possíveis lágrimas
não esqueça de seu remédio
para os tédio e tristezas serem dopados
Dona galinha
Ajeite sua gravata coloque o capacete
não esqueça do lanche dos filhos
lembre-se não há perigo
nos venenos letais adicionais
Doutor Boi
Trabalhe bastante lembre-se da janta
do descanso na cama
no beijo de sua fulana
das doenças metropolitanas
Num natal papai noel qualquer
vêm lhe presentear com seu saco de lixo
coelhinhos da páscoa com bombas atômicas
e todas as delícias econômicas da miséria
Não fique confuso obedeça o comando
vai te levar indicar qual o lugar
onde será que vai morrer
se deitar e antes disso
muitas vidas ajudar
a também morrer e matar
Cadeia
Dias após dias
a prisão diminui de tamanho
já sinto a grade bater no rosto
as barras frias gelam meu coração
Visto minha camisa de força
predileta e fico parado
com pensamentos repetidos
Bebo água impotável
feito pelas minhas lágrimas
Como uma comida sem vitamina
numa bem suja latrina
Tenho gostado mais dos vidros quebrados
para ficar todo cortado do que a vista de lá fora
No banho de sol tenho preferido a chuva ácida
Apago a luz da esquina do mundo
com um papelão esquecido
na penitenciária de insegurança máxima
Minha condenação é pena de morte
fui considerado eu mesmo autor de mim
louco menino e fora dos trilhos
A prisão desconfortável toca seu alarme
tenho de apagar minha luz interior
me fechar e jogar a chave fora
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
Anúncio
domingo, 3 de outubro de 2010
Abismo
Um olá para o vazio
numa tarde de desperdício
continua a caminhada para o abismo
Vamos seguindo desunidos
destruidos os sonhos sobram os pesadelos
os medos e os defeitos negados
O corpo segue com dor
sofrimento e desprezo
num desejo de não o ter
O caminho árduo não possui retardo
há algo de rima do erro e desespero
em cada passo do descompasso mundial
O indivíduo vai se destruindo
segue perdendo suas partes
deixando de existir afundando em si
O abismo é acolhedor
recebe cada um sem discriminação
de raça credo ideia ou cor