sexta-feira, 9 de julho de 2010

Cotidiano





O absurdo de todo dia

que machuca a pele ferida
numa dor já pós moderna
bem antiga de chacinas

Velho decadente mundo
largado destruído e imundo
morte adiantada
entulho sinuoso
garantido e gratuito
puro desgosto

Corpos devastados

O absurdo de toda tarde
a velhice da juventude
decrépita desgastada
sem oportunidades
arde forte a pele jovem
ao sul
ao norte
ao leste
e oeste

Corpos mutilados

O absurdo de toda noite
largados e esquecidos
tristes seres vivos
no mesmo lugar
no mesmo planeta
solitários e desunidos

Corpos extintos


MonoTeLha

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