Vivendo na cidade em busca do desespero
a cidade que o planeta virou
Curtindo a fumaça da grande chaminé
bebendo o esgoto sedentamente
comendo merda , gordura suja
e cadáveres de várias espécies
em suas bocas cemitérios
No horizonte cinza
falam sobre cores
não mais existentes
agora apenas só
em suas mentes dementes
A hora é de ir trabalhar
sem reclamar para devastar
o pouco que sobra
no meio de suas míseras horas
Pálidas esquálidas crianças
brincam com seu câncer
no parque de diversões
das desiluções humanas
Vivendo na cidade em total desespero
a beira do desfiladeiro
A cidade que esteve sempre
na cabeça dos homens
planejada e arquitetada
pela cruedade de suas
invisíveis saudades de algo
sempre pior
Agora o último prédio é construido
pra servir de base central
da natureza morta
Alguém parado numa rua
escreve com seu sangue
poesias
Parece de alguma forma ver
seus antepassados em cada letra
Enojado passa para a próxima página
do seu livro literatura mundial
anti existencial
Letras de sofrimentos
tinta de crianças esmagadas
que são vendidas no mercado
Literatura de endechas
revolta e ódio
sobre o assassinato do amor
MonoTelha
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