terça-feira, 31 de março de 2009

Sobre flores e pássaros





Pessoas pobres

trabalham sem cessar
para alimentos e outras coisas
por uns segundos
em suas vidas passarem

Enquanto isso
no meio do centro financeiro
burgueses no ano inteiro
marcam férias eternas
fretam jatinhos
comem caviar
numa exploraração e poluição
sem parar



O submisso e o autoritário
são dois cadáveres
que precisam apodrecer
para que nos seus túmulos
possam germinar
lindas plantas
com seus brotos
nascer e brilhar
a nova vida

Para a razão
enfim flores abrirem

Pessoas livres sentindo
perfumes públicos
voando gratuitamente
de nariz em nariz

Com a chuva da justiça
fazer as plantas
árvores e flores
para o alto trilhar


Num desses galhos

o pássaro da liberdade

enfim poder

pousar


MonoTelha

segunda-feira, 30 de março de 2009

Governo do Estado





Propaganda eleitoral gratuita

pra você pagar
ótimos atores
agora você vai votar
Pra rolar
Obras públicas garantidas
pro dinheiro desviar

Relaxa escuta a música
sem se revoltar

Que tal ir no shopping
passear

Relaxa continua na tevê
pra esquecer


Truculência policial
sabor favela azeda
Porém vários sabores
até uns mais amargos

Filhos embrulhados
para viagem
largados na lagoa
a afogar-se

Suco de cachaça
infantil grátis
é Natal

Ano novo
vida nova
novo viaduto
políticas de habitação
recreação no sinal

Adquira já
o panfleto B.O
dos filhos presos
Férias na prisão
Campo de concentração
superlotação das maravilhas

governamentais


Faculdade crime
cadeia comando vermelho
e outros comandos
Universidade pública
gratuita de qualidade

E muito mais serviços
os melhores do país
reforma agrária
já tá rolando
sete palmos abaixo
para os pobres


Governo do Estado
Governo Federal
império mundial

Olha só que besteira
tem gente reclamando
dessa nojeira
Por isso a polícia trabalha
pra não atrapalhar
e o serviço continuar

Não vê que eles
estão trabalhando
para você ?

Governo Bom pra caramba
arrancando olhos das crianças
Só elas não vêm que estão todos
trabalhando
para você !

Sorria vai viver
Tem alguém pensando em você
em te ajudar e amparar
todas tuas necessidades
suas e de todas as idades
de todos os lugares

É o Governo do Estado
Trabalhando
para você !





MonoTelha

terça-feira, 24 de março de 2009

Loja de inutilidades domésticas






Leve já agora

o peso das embalagens
para a casa planeta amontoar
um monte de lixo luxo
pra ir fora
no lixão jogar

Na promoção daquele setor
horror empacota 
 metais pesados musicais
radioativos que tocam
feridas para solos de guitarra
arrebenta seu corpo público

Sangue em oferta
pague um leve dois vampiros
 corrente sanguínea trancafiada
 esgoto gratuito
bebedor shopping

Vá já agora na loja de inutilidades domésticas
um monte de plásticos coloridos de tristeza
entulhador decoração de artérias
sem nenhuma função comprar
tecnologia tida como bonita

Coma agora já a vida à vácuo
até a barriga virar cemitério
um monte de transgênicos fofinhos
 lanche bonito
palhaço sorriso

Vamos lá na grande atração
não podemos perder nenhum segundo
o som da música anima
 consumismo perigo divertido
 compra mais e mais
até a vida esvaziar


Corra vá comprar
o supermercado do fim do mundo

já vai fechar





domingo, 22 de março de 2009

Trabalho escravo





Comer colér de sal

cheia no fim do mês
ficar no prego

Aturar o esporro
do seu dono
Faça isso
limpe aquilo
Carregue agora
o peso
da obediência



Dar de comer
aos animais filhotes
da selva de pedra


Colocar lixo na mesa
e de sobremesa um não


Proletário otário
correndo atrás de salário
empregado na parede
medo de ser demitido
a todo momento
é a rotina

A fila pra tomar seu lugar
é grande
pra ganhar até menos
andando em remendos

Sem se revoltar
Voltar pra casa
ver tudo no lugar
as contas não pagas
a miséria farta
alastrada

Comer colér de sal
cheia no fim do mês
Ficar no prego

Acorda vai trabalhar
não pra si
não pra rir
não pra ti

Acorda vai se escravizar
pra sangrar
pra chorar
não pra ti
não por ti


Acorda pra matar
seus filhos
Os levar pra escola
a ensinar
a obedecer
e a continuar
escravidão
e todo o horror
rolar
acorda vai trabalhar



MonoTelha

sexta-feira, 20 de março de 2009

Folheto da Máfia Mundial S.A




Estamos aqui com mais um folheto
informativo dos genocídios afetivos
e mórbidos seguidos a risca

A indústria de armas não para
e sempre com novidades
tirando vidas de qualquer idade
Milimetricamente
testando
fuzis em crianças

Indústria farmacêutica :

Dermatológicamente testados venenos
em olhos de prisioneiros bichos ou pessoas

pra falar a verdade é em qualquer pobre um a toa
Podem não ver que isso está a acontecer
mas eles existem atrás de um belo jardim
nas nossas nem sempre secretas instalações

A indústria da guerra que continua
a enterrar a vida debaixo do nariz
Epidemiológicamente testando
nanatecnologia armas químicas e biológicas
para fazer a dor sofrer
numa guerra lucrativa

Somos o G 8
vamos explicar isso

eis que é um pirulito
feito de carcaça
dos pobres
para o menino rico
herdeiro do mundo inteiro

A indústria Jurídica :

Crimes
sérios e horríveis
aprovados e testados
pela
comunidade internacional
dos países ricos
Máfia S . A



Qualquer reclamação é só falar

que iremos arrancar a sua boca

tirar ela do lugar









MonoTelha

Jovem Adicto





O passeio

pelas garrafas
pelos cigarros
mais tragos


as drogas são comidas
antibiótico bovino
vitamina sintética
Bom dia
lata de lixo
ainda não acordei
ainda não dormi


As roupas sujas
que não podem ser
lavadas na sua casa
nem um banho tomar


A mente embaralhada
já não mais respeitando
autoridades
segue pela cidade


bebendo virado
réles desgraçado
sem almoçar
delirando de sede


Cai grita seu desespero
num canto de obra
pra respirar cimento
dormir quatro horas
Levantar e morrer
em mais uma noite
do festival
autodestrutivo
juventude
perdida




MonoTelha

A crise




A crise econòmica

no planeta fornecedor
Avisa-se com ardor
acabou a matéria prima

Doutor

Acabou as áreas de plantio

Doutor

Acabou o petróleo

Doutor

A crise econômica
agora rolou

Jantar fora
Ração miserável

Doutor

Sente-se na sargeta
aprecie a miséria

Doutor



MonoTelha

Crianças invisíveis






Tentando caminhar

resistindo a tudo
o menino de rua apresenta
um monte de cortes
de flores de aço

Não há saída desse pesadelo
os parquinhos não existem
Estes são depósitos
de sujeira

Me dá um moeda tia
Me dá uma moeda tio
Moedas pilúlas placebo

Pra servir de balinha
do ronco adulto
já velho

Crianças apodrecidas
em sociedade

Conservas
numa garrafa
escondida num pé sujo
abandonado

Ninguém é seu confidente
pois não há abrigo
nos seus braços

São invisíveis até em espelhos
crianças ricas não são elas.
Se tornam
apenas uma vitrine
do nada
que seus pais dizem
não olhe o vazio

Esses pequenos corpos
se contorcem
na calçada da sua rua
planeta organismo
na artéria entupida
do seu coração
do sangue consciência


Crianças
abandonadas
tristes
doentes
de
rua

Da
sua

e
da
minha




MonoTelha

Terceira guerra mundial




O mapa da mina

da bomba intercontinental
russa , americana e blá blá blá
que todos vão querer jogar .

Nos lugares de dois bilhões
de inimigos de cada lado
Faça as contas
seis bilhôes de pessoas mortas ?
sobram três ?

vão matar
e entregar flores nucleares
nos tumulos dos lugares

Com o vento de luto atômico
que vai voar para os que querem ficar
bunkers sexy days
Enterrados e contaminados
da Gama que entra

Pra quando sair ir mutar
a genética contaminar



A abertura do abrigo nuclear
Se vir a abrir
deve sair
a mulher do presidente
da potência
gritando de lingerie


Vamos continuar
a
Sexy extinção ?



MonoTelha

E U A




Estados unidos da américa

colonizam sofrimentos
ferimentos abertos

Estados usurpadores da américa
ganham capital sem parar
Não economizam a vida
poluindo o ar

Estupro usura armamentista
Fazem uma guerra ali
Vendem armas lá

Extinção úbere arrogante

A tal democracia vem ai
bombas caindo
em escolas e hospitais

O ataque cirúrgico libertador
regado a seus soldados mortos
e civis assassinados

Estados unidos da américa
Estados usurpadores da américa
Estragos universais armados
Extinção úbere arrogante

Emergência

urgente

agora


MonoTelha

Descartáveis




Cemitérios verticais

tais edifícios
Cemitérios horizontais
tais favelas


Muitos mortos moradores
da cidade desperdício
com usina nuclear
para lixo radioativo
dizer olá

Sueperlotação olá

Tantos lixos
tantos tipos
Tantas embalagens

Pra na enorme vala
um encontrar
Olho a criança analfabeta
perguntar

_ O que está dizendo ?

Olhamos e encontramos
sujo o planeta

Ele deve ser descartável

´´Limpa a casa ``



MonoTelha

O vale da miséria




Revirando sacos

em meio de detritos
comendo lixo

Montando a tabela nutricional

Catando garrafas de plásticos
bebendo água de qualquer lugar

Revirando sacos
em meio de lixos
comendo detritos

O caminhão dos resíduos
molha de chorume
minha cansada cara de doente


Sentindo sede fome frio ou calor

E mesmo a extinção ou morte
demora ainda
causando mais sofrimento


Ainda


MonoTelha

quinta-feira, 19 de março de 2009

O Natal




Mulher que pari

e homem disseminador


Parem por favor
O mundo já superpopulou

Quantos e quantos

dez bilhôes
Filhos de dor
em horror
Planeta kaos

Na fila superlotada

A água e a comida
que acaba


Parem por favor

o mundo já superlotou

Antes
que governantes e militares
matem bilhares
com bombas nucleares


Parem por favor
O mundo já superpopulou


MonoTelha

quarta-feira, 18 de março de 2009

Planeta Cidade




Vivendo na cidade em busca do desespero

a cidade que o planeta virou

Curtindo a fumaça da grande chaminé
bebendo o esgoto sedentamente
comendo merda , gordura suja
e cadáveres de várias espécies
em suas bocas cemitérios

No horizonte cinza
falam sobre cores
não mais existentes
agora apenas só
em suas mentes dementes

A hora é de ir trabalhar
sem reclamar para devastar
o pouco que sobra
no meio de suas míseras horas

Pálidas esquálidas crianças
brincam com seu câncer
no parque de diversões
das desiluções humanas

Vivendo na cidade em total desespero
a beira do desfiladeiro


A cidade que esteve sempre
na cabeça dos homens
planejada e arquitetada
pela cruedade de suas
invisíveis saudades de algo
sempre pior

Agora o último prédio é construido
pra servir de base central
da natureza morta


Alguém parado numa rua
escreve com seu sangue
poesias


Parece de alguma forma ver

seus antepassados em cada letra

Enojado passa para a próxima página

do seu livro literatura mundial
anti existencial

Letras de sofrimentos
tinta de crianças esmagadas
que são vendidas no mercado



Literatura de endechas
revolta e ódio
sobre o assassinato do amor





MonoTelha

Periplaneta elegante




As baratas que se arrastam pelo chão

sobreviventes vivas
se recuperando calmamente

do nojo da bomba atômica humana

Quem diria
passeiam como as únicas sobreviventes
elegantes e contentes

A vassoura nuclear

que arrancou tudo do lugar
não consegue as matar

As baratas seres pejorativados
causam repugnância
não tão podre
comparado a invenção
da destruição nuclear


Seres cheios de elegância
O ser humano não vai
nem mais imaginar ver
ela vai viver
e você vai morrer




MonoTelha

domingo, 15 de março de 2009

Intransitáveis garrafas de veneno




Engarrafamentos lentos

no domingo


Na segunda


Terça


Quarta quinta


sexta


Feira


Inclusive aos sábados


Prisioneiro das caixas de metal
e de suas fumaças


Vende se mais milhares

de engarrafamentos

concessionária
dos auto inertes


Garanta já o seu
em trocentas parcelas
de tédio no trânsito
intransitálvel



MonoTelha


sexta-feira, 13 de março de 2009

Sociedade Controlada




Da barriga da miséria
Ao hospital açougue
numa gritaria de fome
nasce mais um controlado



Da família robôtica
vai pra escola de obediências
logo após pedir esmolas pesadas
ganha apenas misérias de vida

salário mínimo ganho minúsculo
custo de escravo apenas alguns centavos

Se gritar vêm um soldado te calar

ao seu lado a censura vai estar

Sociedade de controle
vigia as ruas
vigia teus passos
Vigia tuas ações


De forma que só o infiltrado
insurgente insubmisso
quebraria em estilhaços
super sistemas de segurança
de crianças mimadas


Sociedade controlada
Tv nunca quebrada
Livros não lidos
analfabetismo alastrado e criado
para nada ser questionado


Ações feitas no seio do medo
por meio de meia dúzia
de gatos pingados odiados


Sociedade de controle
guiando a tristeza
para dentro dos corações
num ataque cardíaco lucrativo
de choque elétrico de ordem e morte





MonoTelha

terça-feira, 10 de março de 2009

Marchinha Anti Militarismo

Serviço militar
Pra irritar
causar maltratar

Jogar bomba
massacrar

Dizer que vão prestar
serviços a paz
nos salvar

mas no fundo
só liquidar
com o coturno
em nossa cara
eternamente pisar

e nos matar

Atenção vamos lá
nos alistar
pra se tornar
mais escravos
do serviço militar



MonoTelha

A segunda mina

Ardia demais
mas agora agora
agonia perda de membro
nem lembro
minas terrestres
muleta segunda perna
militarismo me explode
nacinalismos me fodem

Agora agora
Sem alegria sem visita
nesse quarto de hospital

Sofrendo pela dor da guerra
o erro repetido
o povo da liberdade mutilada
da carne arrancada
da mãe pisoteada
da criança esmagada

Tanques de guerra carinhosos
me enche de destroços
destroi meus ossos

Ardia demais
mas agora agora
árabes e judeus
fazem guerra em nome de deus
vazio existencial

O fogo cruzado
deixa o povo em pedaços

Agora estou morrendo
aparelhos apitando longamente
Eu parando
e indústria de armas
lucrando

Ardia demais
mas agora agora
eu não existo mais


MonoTelha

Um bebado no Fim de mundo

Rasgos na barriga do planeta
tiros na cabeça do planeta

Eis o óbito da humanidade
e da vida

( Vá as compras , promoção ! )

Essa guerra mundial
deixou tudo governado
em direção ao abismo existencial

( Beba Coca-Cola ! )

Água poluída por toda sua extensão
Sol escaldante rompendo corpos
Resíduos atômicos no solo
Ar contaminado

( Oxigênio em oferta ! )

Bombas nucleares voando

_ Aqui é da Terra nos últimos minutinhos . . .

Tá tudo quebrado e arrasado
Um trago ( um pedaço )
Um drink (um preparo )
Um brinde ( a todos )


No bar do fim do mundo
o último gole

e o fim


MonoTelha

Sociedade secreta S.A

As letras duras da vida severa
marcam a carne
Como tatuagem bonita

Uma literatura insana
dizeres de esfinge moderna

A primeira letra
indústria que fabrica poluição

A segunda letra
desespero como calmante diário

A terceira letra
uma mentira verdadeira ensinada

Sociedade anônima humanidades

O passado mata no futuro

O presente brinca presente

Ele é uma criança despedaçada
jogando War na pracinha
dos
folhetos militares
da
Religião salvação
dizendo
E´ por ali pague aqui
obrigado
Dê o dízimo : escravo



MonoTelha

O luxo de Lixo

O luxo de uns faz
o lixo de bilhões

O resto de uns faz
almoço e janta dos muitos
nas caçambas de dejetos

Viver é um luxo só de uns
para a maioria não entrar
no bunker nuclear

O luxo adesiva lixo
na prateleira de comida
para toda humanidade
suburbana e pobre
devorar e devorar-se

Para lá de cima
rir e gargalhar
jogando mais migalhas
sendo canalhas


MonoTelha

segunda-feira, 9 de março de 2009

Super Só

Superpopulação

Solidão
Solidão


De vinte em vinte anos
aumenta um bilhão
e eu continuo completamente
sozinho na multidão

Superpopulação

Solidão
Solidão

A hora do rush chegou na era contemporânea
dentro de coletivos e automóveis
olham no vidro
sentem dor tédio e horror


Superpopulação

Solidão
Solidão

Você quer namorar
mas não tem ninguém
nem pra conversar

Superpopulação

Solidão
Solidão




MonoTelha

O centro

No meio do centro da cidade
sem dinheiro cheque ou cartão

Não há banheiro . Não
Não há água pra beber . Não
Não há comida . Não

E esqueça a casa
durma no chão

No meio do centro da cidade
a sociedade te amassa

Passa o ônibus em cima sim
Paga a passagem sim
Tiros de policiais & bandidos sim
Ir e vir não
Hospitais e escola não
Legalismo letal sim

Na maior parte do centro

há uma placa

Nela está uma letra
é um ´E`
e esse ´ E` é proibido
e esse ´E ` significa

Existir


MonoTelha

Crianças em Gaza

São tão doces num mundo tão amargo

Os soldados estão pisando a passos largos
em seus pequenos corpos

Querem correr e brincar
mas em vez disso
só podem morrer e gritar

Seus doze anos
parecem trinta

Perguntam em desespero
onde estão seus pés . . .

Porra !

Suas infãncias
bonecas
quebradas

Suas ruas esburacadas e minadas
Só dão pra passar com agonia
nenhuma alegria

Perguntam em desespero
onde estão seus pés . . .

Merda !

A faixa de gaza
só as esmagam

Perguntam em desespero
onde estão seus pés . . .

Triste !

MonoTelha