quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Fim de Carreira






Oh o ar do fim
 diz de ti a falta de sim
sem espera vêm o não

Sol quente dos raios ultra violetas
violentos e invasores
abrigam sua manhã de desemprego

Caminha pela rua 
a sede da boca empurra perna
suor frio de verão
enfiado pelo calor desumano
o bolso zero de dinheiro
o corpo já velho
passeia pelo centro de uma ressaca
colorida de cidade cinza

É um passeio atômico
lembrança dos metais pesados
cigarro de fumaça do caminhão na cara
 tudo junto no banco da praça 
parque de agonias gratuitas

Ainda são oito horas da manhã
já se passou anos e isso é meio dia
calor que mexe com a cabeça

O delírio de café da manhã
sem docilidade mas com jornal 
para olhos cegos e castanhos
lembra que se esquece
mas sente lágrimas
de uma casa no subúrbio
sensação de mundo

Bebe um senhor gole de cachaça
come uns cigarros filados 
morre um pouco de pulmão
fígado e outros fins
coração numa fria

Batida de fim do mundo pessoal
segue pelas ruas
ponteiro de relógio quebrado

Some pelas avenidas
em alguns anos nem passos
a figura foi sumindo
o anonimato lhe casou
e a terra o comeu


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