A cidade invade a floresta
toma seu espaço
um trator de lixo
passa no coração infartando
Pássaros caem na fome sem sombra
sem lugar para ninhos
desertos quentes comem o verde
Humanos para todos os lados
sucateando tudo
distribuindo o luto
Indios de plástico vendidos
como lembrança do passado
fazem a estética da loja de horror
Tudo foi trocado pelo labirinto
vão se perdendo ali oportunidades
para o sempre sem saída do pesadelo
Faixas e placas fixas
indicam os limites do abismo
que beiram entre novos precipícios
Existem hospitais para o cãncer
sem cura oferecida ao signo humano
Tristezas em bares
restaurantes de químicos
supermercados da estupidez humana
organizados funcionando 24 horas
Floresta devastada
organizados funcionando 24 horas
Floresta devastada
Amazônia que maior parte
se riscou do mapa
anexa-se apenas o vazio
uma cidade humana
cimento radioativo infeliz
Tudo segue rompendo
máquina que virou o sim
para a vida que se tornou o não
Ouve se o mecanismo tocar
se riscou do mapa
anexa-se apenas o vazio
uma cidade humana
cimento radioativo infeliz
Tudo segue rompendo
máquina que virou o sim
para a vida que se tornou o não
Ouve se o mecanismo tocar
uma música fúnebre
sem pausa na letra
uma palavra repetida
junto ao vomito mecânico
bip bip
extinção
bip bip
extinção
alarme
extinção
sirene
extinção
sirene
extinção
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