terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Rio de frieza




O frio humano
num calor carioca
é verão

A cidade que se parte
em atrocidades
natureza desprezada
muito trágica

O choro toca
o tiroteio alto
pra frente

O choro proibido
nascer na praça quinze
já reprimido


Um abandono de si
a cidade do Rio
crianças sem nada
chamando de tio
órfãs e carentes

Falo pra ti
pra mim
para geral
a forma brutal
uma poesia triste
na porta do banheiro
da delegacia de todo dia
preso e nunca saindo ileso

Perdi meu quarto
minha vida na metade
inteiro chateado permaneço
Sem casa e de asas cortadas
Apenas vivendo num mundo
onde não há pena de nada
Há apenas duras penalidades
para quem não tem oportunidades


Governo a proibir
o trabalho
me tornar desempregado
Mandar a polícia bater
choque de desrespeito
com tiros no meu peito

Enchentes para as gentes
falta de escola e educação
meu papel no chão
meu lixo e identidade

Nessa madrugada
bebo pra aquecer
Droga lícita
num alcoolismo de pé sujo
tentando tudo
esquecer



MonoTeLha

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