Oh o ar do fim
diz de ti a falta de sim
sem espera vêm o não
Sol quente dos raios ultra violetas
violentos e invasores
abrigam sua manhã de desemprego
Caminha pela rua
a sede da boca empurra perna
suor frio de verão
enfiado pelo calor desumano
o bolso zero de dinheiro
o corpo já velho
passeia pelo centro de uma ressaca
colorida de cidade cinza
É um passeio atômico
lembrança dos metais pesados
cigarro de fumaça do caminhão na cara
tudo junto no banco da praça
parque de agonias gratuitas
Ainda são oito horas da manhã
já se passou anos e isso é meio dia
calor que mexe com a cabeça
O delírio de café da manhã
sem docilidade mas com jornal
para olhos cegos e castanhos
lembra que se esquece
mas sente lágrimas
de uma casa no subúrbio
sensação de mundo
Bebe um senhor gole de cachaça
come uns cigarros filados
morre um pouco de pulmão
fígado e outros fins
coração numa fria
Batida de fim do mundo pessoal
segue pelas ruas
ponteiro de relógio quebrado
Some pelas avenidas
em alguns anos nem passos
a figura foi sumindo
o anonimato lhe casou
e a terra o comeu