No silêncio abafado
há gritos
Saem pelas imagens
vistas em sonhos
vestidos nos pesadelos
seus sons
seus sons
Na barreira do contido
vaza como água a vontade
gota por pingo de letra
Frases inteiras são vistas
em textos agora calados
presos no corpo que fala
seus gestos feitos de pedra
seus gestos feitos de pedra
Afogando numa piscina do passado
o que não se pode falar no presente
para a linguagem do futuro
A censura aniquila a corda vocal
amarrando a vida
o dito sai pra dentro
como a chave do coração partido
como a chave do coração partido
Geme baixinho
a poesia
sai por um fio
para dentro do fino abismo
corpo do indivíduo
sai por um fio
para dentro do fino abismo
corpo do indivíduo
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