conheci pessoas sem vozes
famílias que são ilhas
tentei ver seus olhares
tentei sentir abraços
encontrei o vazio apenas
São pássaros engaiolados
cheios de comida e águas
super contaminadas
vírus da desunião ativada
Suas vidas me partem o coração
há terras e caminhos por ele agora
são asfaltos de tristezas
percorridos pelo não gentil
Entrei na jaula número nove
cobertores macios sem liberdade
não pude sorrir vendo tv
Quis dizer olá para o carcerário
pedir um pouco de banho de sol
para os presidiários atentos
Um grunido feito pelo ferro
dizia isso é meu e não seu
Era um gradeado enorme
com vista para o mar amargo
navios ali sujam tudo ao redor
aviões deixam surdos ao passarem
vão por cima de todo carinho
jogando suas bombas de tédio
Minha única chance foi fugir
de volta para a terra da guerra
brigar a violência do prato de comida
a peste que ataca e que fere
Ficam as lembranças do vazio
o enorme frio na coluna mental
escrevo no meu caderno
um diário de lágrimas ocultas
na lama que leva o nome
sociedade limitada e humana
MonoTeLha
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