terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Maternidade do crime




Estado trabalhando
Uma negligência
Produzindo em série
O crime e a delinqüência
Gerando e lucrando

Sociedade criando
Aquilo que chama de traste
Mal sabe ou sabe muito bem
Do seu fordismo letal assassino
Gerando um monte daquilo
Que chamam de bandidos

Pessoas que podiam ser boas
Mas morrem e matam à toa
Para sobreviver e algo ter

Uns a ostentar como foi ensinado
Endoutrinado na cabeça
Pensamento esmagador

Classe dominante ditando
A todo vapor
Criar sofrimento e muita dor

Marginalidade por toda parte
invade a cidade
pessoas sem chances
por nem um instante
Proletário digno

A maioria desempregado
Ou ainda
Sempre só tratado como escravo
Mal pago
Pseudo remunerado

Estado produtor de crime
Enjaulador também
E nada de libertador

É um tráfico ali
Arma ou droga
Cadeia lotada
População carcerária
Fonte de renda abastada

Escola vazia sucateada
Professores mortos
Alunos cadáveres

Na televisão alucinação
Oportunista
Escola de escândalos
Aproveitadora de miséria nas matérias


Não há chance de recuperação
Universidade do crime federal
Pós-graduação amputação social

Um assalto lá
Desemprego oportunidade já
Economia e governo
Mãos dadas para a cilada
O povo na coleira
Coração frio na geladeira

Fome e exclusão
Batendo forte
Na porta da mansão


Não há chance para todos
Os números podem ser calculados
Anotados analisados
Mas não ignorados

Não há vagas para bom moço
Morda seu osso e cala a boca cachorro
Tal moral da história

Estado trabalhando
Típica ação rolando
Costumeiro sempre
O sangue descendo
Pelo bueiro formando
O rio de desespero
Alimentando a maternidade
do crime e do medo




MonoTeLha

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