pela cidade abismo
sem sentido pelo labirinto
Numa ida ao trabalho
sentindo
meu coração se destruindo
Placas que dizem ali e lá
que não há um lugar
Caminho vejo
trechos caidos largados
pelos meus sapatos
esburacados
queimam desesperança
num sinal
Pessoas passam
e eu bebo um rastro
do seu veneno
Danço um pouco
no lodo
boca do lobo
dentes de ferro
berros do policial
Me rastejo no almoço
restos de certos dejetos
do amor humano
Aos desmaios e tonturas
na gritaria do comércio
das emoçôes
eu suspiro o delírio
Caminho pela rua
a fábrica de passeios feios
Torneio de passagens
em direção a lugar nenhum
Passo onde trabalho que não gosto
Me deixam ir de novo
para o lugar que não quero ir
Entro no ônibus
das voltas em círculos
cidade ferida
lixo fedido
pessoas perdidas
caronas não cedidas
Vou para o lugar nenhum
o lugar comum
Olhar do fundo a cidade
que arde no fim da tarde
cobertor rosa poluido
já a cobrir
Uma despedida
o fim de mais um dia
MonoTeLha
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