terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Vivência



Você trabalhado
no mundo frio
humano maquinaria
Desgraça hilária
dos convites
em letras de ouro
enganação
na festa da empresa
dos espaços vazios
em tédios corrosivos
em tempo que não passa
Acaba por desistir
e isso não é bem um deslize

A noite sobe
O dia desce

Gemidos de dor
A vida virou
um belo filme
de horror

As estátuas sorriem
e as pessoas choram

A fumaça dos carros
Entram sem convites

As vitrines até mexem
Parecem pesadelos

O ônibus não leva
e o taxi atropela

O corpo cansado
não pensa
E isso também
nem é recompensa

A mente não anda
fica parada
atrás de palavras

A matinê que repete
não é tão tarde
Os filhos pivetes
pedem
Os adolescentes
tomam
e os adultos
roubam

Você vai dançando
mente e corpo
sem chorar
sem rir
mas com a máscara
de sorrir
esperando o câncer
não te seguir

Não é nada
são apenas gritos
zumbidos
suportes
nervos de aço
pelos anos passados

Abre a porta
entra em casa
realidade que amassa
coluna torta
deita no leito

Olha e pensa no mundo
em profundo desespero
virada
Nada muda
ano novo miséria
Janeiro a janeiro
é assim mesmo
para os pobres
no mundo inteiro




MonoTeLha

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