sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Escravo Urbano




Proletariado
obediente ao patrão
agradeçendo servir
e não estar na exclusão

Calam a boca
trançam a fome
no horário de almoço
que já se vai . . .
15 minutinhos

Não pensar
não ler
não sentir
apenas obedecer
não há opção
é seguir ou morrer

Seja como for
sendo como quiser
ser um robô
não pode reclamar
apenas engraxar os sapatos
para pisarem no pescoço

Registram e movem
para ali ou lá
são eles quem decidem
qual é o lugar
onde se tem que ficar

Não adianta reclamar
ou a polícia vai matar
não adianta dizer
que é natal
matam mesmo sem aval
Ano novo que nada
matarão sim
até o filho mais novo

Calarão a boca
do pobre rapaz
escravo urbano
colocam a gravata
e uma camisa branca de botões
enforcam até sangrar dinheiro
para os ricos
e para a família deste
sangue de verdade
que arde
e vai junto
com a liberdade

Calam a boca
fazem cansaço
um ser idiota
aprisionado

Calam a boca
fazendo obedecer o patrão
para lamber os pés
ou chamam o camburão

Calam a boca
numa filmadora lhe olham
logo sorria com alegria
em toda a agonia

Calam a boca
com seu salário
para pagar contas
de um apertamento
a jaula na cidade carniça
Assistir o canal de tv
bem legal
pra mente
ficar de boçal

Calam a boca e dizem
segunda- feira
venha novamente
venha sorridente
Seu trabalho
seu salário
esta garantido

Tudo será obtido
no sofrimento
cotidiano

E vai cansar
e chorar
quando a hora passar
pode querer tudo largar
mas e ai como vai
na vida passar ?

Como vai fazer para a vida aguentar ?

Como irá se alimentar ?
morar ?
namorar ?
Estudar ?

Escravo urbano
bem vindo ao mundo
totalmente desumano







MonoTeLha

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