quarta-feira, 10 de maio de 2017

Sono de Lágrimas



Seguindo perdido no frio
inimigo de si o eu sozinho mendigo
se arrasta cidadão da urbana sucata
limpa com lenço do poema à zero hora
um choro cai rasgando como navalha
fatiando  a cara
até o coração que se apaga
vida que escangalha 

Em sua cama suicida de agonia
deita o pesadelo onírico vivo
viés sonho despedaçado  
desgraça amarga
a vida bastarda
grita sua alma

Cabeça no travesseiro sarjeta 
cobertor felpudo de tristeza
solidão sempre solidária
evidência do vazio e o nada
um sono de lágrimas 
sonhando impossível  sorriso
proibido ser vivo

A cidade é seu precipício
afoga a cama
queda aberta
morte paralela
a vida ali sozinha se encerra
antes era bela
agora triste e velha
já era

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