domingo, 28 de maio de 2017

Aflito da Silva Gonçalves





Minha vida segue perdida
me chamo Aflito da Silva
paciente da sala de desespero
ilhado em medo
chorando os danos
ausente de quem amo
tornando tudo sub-humano 
esquecido no abismo

Meu rosto branco do pavor
ilustra uma identidade frágil idiota
atendido pelo número de novo mendigo
ser inútil e depressivo
indivíduo vencido

O abandono numa praça mental em um banco
sento o cérebro doendo no cimento pouco
meu corpo pedindo para deixar a ida
agonia me vacila em má triste cina 
o chamado s.o.s perigo para a vida
pensamento suicida 
alarme no fim da linha
chance de auto carnificina 
fio de navalha que me varra 
minha morte farta

Sozinho no precipício institucional
carimbado em azedo e amargo
que valho vasto nada
me apago no desamparo
choro sem socorro


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