domingo, 31 de janeiro de 2016

Navio de Colina






Passeios na montanha solitária
área cerebral do desespero e medo
onde estamos todos juntos
chorando chuva ácida nesse planeta radioativo
ex rios doces agora possuem catracas amargas
  estão com dejetos nucleares felizes
 extinção sorri banguela descendo o nível de espécies
agonia para pobres vivos carregar ricos nas costas
numa subida macabra carne escravizada
césio 137 sabor peixe lata marca oceano pacífico
bolsa cambial de água tonelada
Fukoshima e sua vala bastarda
que vaza farta desgraça
levada para cima encontrar a queda

Sacola do mercado câncer
subindo a ladeira
morro de mortos
boiando no ar pesado tiroteio
são as nuvens do precipício
 é altura confusa da mente humana
mentiras do jornal para limpar bumbum
a verdade do degrau irritado
passo dado alarde macabro
golfinho e humano tumefacto

 Há o lago no topo chamado mar em guerra
vulcão de extinções animalescas
subir os preços à comida como luxo
pessoas vivendo dentro do lixo biológico
gemer em sexo zika vírus como aids e chocolate escravo
Chernobyl esquecida no bolso furado
microcefalia governamental cega
vacas e crianças latindo febres
deformações editadas do filme de terror real
sem chance de saída havendo apenas loucura
a emergẽncia é caríssima
olhos da cara estátua sem fazer nada
internet inércia dos carinhos robóticos
mãos enferrujadas de corrupção carnívora
mastigam super salário para queimar índios
destruir florestas em tribunais floridos
sentenças do campo de concentração carioca
proibido se defender
também eu e você


A gritaria é com choros lucrativos
dor na subida quilômetros sofrimento 
acima do nível do antes mar agora esgoto lacrimal
solidões não suaves navegam nesse lodo
a cidade em pleno desespero flutua
o coração alardeia ataque sonoro apito de navio
socorro grita a garganta
formigas na vista de alto prédio
ruínas do sentir estampadas nessa popa
estamos à deriva asistindo tv
ecologistas extintos em troféus 
diplomas de vencidas profissões 
pilotando a máquina dos destroços
uma montanha com aparência do rosto humano
a vida patologicamente atual declina
num esquema transverso de engenharia
carrossel fuleiragem nuclear
pane sem amor
o navio é  um definitivo avião
sem ter onde pousar
 não há porto seguro
só futuro luto
vazio e mudo


Gritos de dor plenos conservados
tudo caindo no abismo absurdo
chances vendidas à bancos suiços de inferno dantesco
o calor e a falta de aŕvores mandam cartões postais
realidade virtual do passado na mesa de madeira
um computador em ar condicionado fútil
destruindo tudo sem parar
avançam humanos servindo
um banquete de fezes coloridas
a si mesmos


Desmorona a civilização automática
navio e abismo
lixo como comida
trangênica alegria alérgica
continuando assim
leque do puro frio suicídio 
seguindo cai do vasto abismo
muito cuidado
eis nosso mundo perdido
extinção e delírio
a vida como vírus
o perigo



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