domingo, 25 de agosto de 2013

Inumanidades








Sociedade vírus humano capitalismo
reproduz suas bactérias nocivas gratuitas
superpopulação de vazios 
mapa político tirânico em atlas
ruas mundiais da cidade patética atrapalhada
o caos ingrato da vida selvagem em tecnologia fútil
frivolidade arrogante das esquinas
lixos obesos sacos pretos vasto desperdício
doenças esfomeadas em tolice do ciúme 
banquete com chorume da má vontade
uma cidade mundial pra chamar de sua


A era caverna condomínio 
selva de pedra favela 
brutal epidemia do cimento
saúde infecção elegante em comércio
eleição eleitoral paga esfola pobres
estado federativo do mal estar


Família mentira
bons modos na fotografia montada
disciplina corrupta aprendendo na casa de papel
falseado péssimo teatro
bonecos marionetes agredindo
violência balé algoz
sabor tutti frutti


Escola de guerra espécie fera
ódio cartilha  escolar
vídeo game violência em curso superior
educação falida que vírus se disciplina 
penitenciaria pós graduação social 
horror televisivo lucro exibido
instituições governam dores coloridas
brancos negros amarelos vermelhos hepatites 


A religião prega o cristo
parafusos de ouro moderno
máquina de furar papal
dentes de vampiro parasita
humildade sanguinária da camisinha proibida
cobrindo o frio dos latifúndios pela face da terra
amém aids da fé
machismo antigo
quinta-essência da escória
maquiagem aos domingos numa missa qualquer
pastores oferecem grama sintética
fome real para a comida artificial
 dízimo universal ou católico da pena
incluir outras crenças
aceitam até ateu pobre ou rico
dinheiro já
 paraíso dólar indolor


Crueldade amada dos ruins
gozam pelo sofrimento alheio
chamam de justiça a sua vingança cega
cortante dos seus corações enferrujados
aflige a sobra do resto


Laranja mecânica ideológica
amada por jovens em seus autoritarismos
fantasiados de libertários
dançantes do circo urbano de loucura
vigiados pelo governo peçonha cobra coral
pós modernismo caquético enfeitado


Rápidos embaraços nomeados raciocínios
impreciso motivo pra ser decidido
vida de bandido
o estrago do estado é seu líder
beba o fel em silêncio
coca cola neoliberal
lixo emitido sua vida em perigo


Desclassificados penetras
vida suja na nula festa
gentalha pobre e pálida
num carinho fim de mundo
são os proibidos mendigos
dançando e vomitando álcool perfumado


Fume fumaça
tossindo alegria da doença permitida
multinacionais plantando tabaco no tumor
floresta riscada do mapa
terra dos bois carne cemitério


Jornais do meio mídia vendida
valor econômico global
extra informação editada cruel patrão de cifras
zeros que guiam números
miséria combustível


Tribunais julgam salários
empregos democráticos
o povo decide injustiça
precisa de sua condenação
a miséria com música chiclete e sexo
a pobreza com roupa falsificada da moda
uma solitária ou cadeia lotada
sua pior falta de direitos
campo de concentração letal
bolsa financeira de neonazistas


Gritaria de sofrimento grossa cultura 
alienação cerebral esportiva
alergia na torcida torpe que agoniza
multidão das necessidades chutadas
futebol nas massas cefálicas que se apagam
teclados financeiros jogadores do lucro


Antipatia do dito bom dia
educação da disciplina falsidade
pulsa tua roupa armário amargo
roupas sujas de preconceito
cabelos ridicularizados pelo corte famélico
pobreza financeira a vida que se leia
analfabetos da liberdade
aniquilam risos e livres laços
jovens artistas da fome e sede
danados em perdas de si
idosos idem ao frio
calçadas gélidas dizem sempre
boa noite farrapos


Alagamento de lágrimas abandono
certificado na cidade bancária
juros e taxas de barriga burguesa
engolem recursos dos desamparados
fome de populares banquete dos podres de rico
tudo isso como lindo e fino


Setor de desnutrição abastado
comércio dos venenos frios
câncer alimentação quente
caros problemas no cardápio
mesa de jantar nojeiras saborosas mortes
lucros empresários vivos
estupidez em bonita embalagem
farmácia artificial natureza pisada
industrial do pesadelo feliz
enfermos bem cuidados pelo dinheiro
grande comprimido do perigo


Desigualdade urbana com entretenimento
música artistas e fezes 
produção escrava trabalho chibata
teatrinho de bonecos vivos assalariados
mendicância do aluguel
cesta básica contaminada do agrotóxico querido
transgênico desagradável no paladar em boca banguela
peão do jogo xadrez como carta marcada de baralho
prisioneiros de massa crítica engarrafada
ricos bem divertidos passageiros das costas
entortam de rir em comédia pelo drama dos pobres
miséria artística elegida fiel e fútil
melada com mel 


Solidão sensual do tédio
casais relações internet peste
web celular amor inimigo
sem tempo ou ar livre
resta o resto velho
eletrônico passeio
beijinhos na tela fria
ciúme controle e ruas desamáveis
romances das feridas
o tempo destruindo tudo
sonhos vomitados cor rosa


Gente desunida
como via grupal esportiva
umbigos importantes
solidariedade virtual
solidão na ponta dos dedos
pessoas caídas na rua da miséria
fotografadas pela hipocrisia
magnífica lente cara usada pela mente apagada
consciência bizarra
classe média ficando rica
pobreza de todo dia


Hecatombe animal via arranhada de vida
humana praga aos bichos
seres tratados como lixo
latrina prato de comida
nau abatedouro finalizado


Poluição rica de ser perdido 
mutável trincheira bélica 
agonia ao ar atmosférico 
sufocando em carros latas de lixo
pulmão mero objeto descartável
a radioatividade manda lembranças
não existe opção engole e cale a boca


Eu pânico habitante terra do medo urbano 
sangria psicológica em jogo de corpo no ar
sem chão sem amor sem segurança
perseguição de birutas violentos
direção da fuga ponto de ônibus
proibida legítima defesa
drama pessoal
apenas enlouqueça
se mate 
que o processo devore sua vida
uma proibida mudança ao campo


A cidade lhe possui num estupro macabro
tosca boca ensanguentada
lábios largos cortados
pancada em cabeça tipo limpeza barbárie
corpo esmurrado como brincadeira de circo
sangue e medo da instituição policial
ideias de paz queimadas com lixo
imparcialidade inexistente viral
opinião viciada com cheiro de manipulação
agressão repetida
agressor bonzinho
vítima má e perversa
proibido agora ser livre viver
tristeza profunda no abismo
fatalidade da tragédia nas pessoas
perdas e danos
viva para pagar
pague para viver
caixa promotoria


Inventam o nada bonito
loucura esquizofrênica sensacional da TV
problemas como solução para ganhos
mentes fechadas e gordas contas bancárias
boneco de judas apreciável
carinho vexatório no indivíduo
coletivo mundial ao moedor de carne cadáver


Ignorância abastada de bestas
leiga violenta barbárie atroz
pessoas machucando pelos caminhos
vias bizarras das relações humanas
logo molhadas de chuva ácida
vida como banheiro de bar estúpido


A liberdade quando presa ela grita
explode e morre como borboleta
vida boa indo embora
são preciosas as flores
ferros apenas em minério
época sem propriedade roubo
índios proibidos e sem terra
meninas e meninos na rua perseguidos agonizam
 história compactadora de restos
o futuro de humanidade para o lixo


Poema problema de textura cáustica
sonora poluição da ambulância mundana das palavras
vendo o desprezo alheio vejo o preço
etiqueta social código de barra
consumismo de vida vazia
rios de dinheiro esgoto podre
marca registrada em desafeto
lojas de comércio do amor


Pessimismos nas noites alienígenas
pulsam a convulsão infeliz do erro desumano
socorro é a primeira palavra
morte a segunda
poesia a última


Os gritos ecoam no precipício 
é a rua teu abismo
afunda toda desumanidade
loucura e choro no ônibus câncer lotado
helicópteros moscas voam na cabeça
a garganta grita censurada pedindo socorro
a vontade de suicídio não é nada pouca 
o quilo do desânimo sempre barato
ausência da esperança na sala de desespero
apenas chore o sangue anêmico
tontura mundial na pessoa
crise coletiva ferida
panela de opressão
cozinha comida estragada
monstro ao molho social
servido em tigelas de frieza humana
metralhadora de angústias
laboratório de crueldade criada
depósito de lixo dos sentimentos


Há gritos respingados de sangue triste
eu desabafo por favor vamos sair
uma mudança para fora dos ventos nucleares
plantar sementes de utopia encantada
porém classes de alta sociedade já parecem dizer
o blindado não


A saudade do parque de confusões
adolescência migalha de alegria
industrial área largada no abandono
porrada de país bêbados cantando música enlatada
colegas do tempo arruinado que passa
é apenas o fim de qualquer escolha
o peso da falta de vida lhe espanca também
corredor polonês e nós passando
chutes na docilidade gentil
socos na boca da paixão
uma banda depressiva ao chão
música que abre afinidade


Não sou dos violentos de plantão mundano
mas percorro pútridos becos nos sonhos da luta
gosto brincar melhor pela inteligência amarga
mesmo que pisando meu próprio corpo poeta
sangue saindo do pescoço em carne triste
o rastro negativo pelo mundo geme a reciclagem
meus poucos átomos de esperança


Dentro do reflexo a defesa e nela o medo cinza
chão de liberdade solo rachado
posso me proteger ou suicidar
ainda assim detestando toda sociedade corrupta
mesquinha feia como algodão doce cheio de areia
sigo amando a velha floresta doente
desabafo inumanidade alguma poesia que corrói
dor tédio e desesperança da falta de união
deprime ficar no canto chão parada do trem
ver a vida passar
se cortar
quase morrer
pensar nesse abismo novo repetido
como todo o lixo que bicho humano
faz ao ser vivo


A guerra ainda não acabou
 o cheiro de sarin enfurece de tardinha
armas químicas e biológicas abertas em promoção
a ideia é que tudo se perdeu pelo ralo a ralé
imagem pessoal rasgada futuro ruínas
saúde trapo para o vaso sujo
pessoas sem renda
crianças da rua futuro
bairro da tristeza
cidade terrestre ranzinza
proibido ajuda humanitária
munição extremamente gratuita


A raiva e preconceito a postos
esforçados com grande grade que esmigalha
já é ouvida vindo dos cães de guarda ferozes
  que vão sim ficar nessa vala
junto dos dejetos dos sonhos ao lado das fezes
rumo ao tudo onírico pesadelo de todos
és o desejo da voz do olho que vejo vigiar


Estado grave em chance minúscula
situação global estação estagnada de metrô descarrilado
pedidos de socorro no sufoco
o mundo em caos antipático
tristeza numérica desorganizada bem paga
vírus por ai


Socorro sufocado
estamos vindos ao problema
inumanidade ilimitada
vômito sangue e lágrima
eis nosso salão mundial
últimas palavras
extinção vasta
vírus em meio ao lixo
socorro ser vivo
humano perdido













terça-feira, 20 de agosto de 2013

Depressão







Fraco e triste
pouca defesa como há
machucando me às vezes 
sendo eis que outros não tem direito
agredir meu corpo pouco

Não encosto em um fio de cabelo alheio
somente respeito e liberdade 
mas me defendi 
do perigo que veio

Agora agonia em mim ferida
canto do labirinto 
poesia fina bem magrinha
 palavras pesadas
como música de cansaço

Perambulo artes
livros estudo trabalho
mergulho solidão

Durmo na terra devastada
campo de sonhos agora pesadelo
viver se torna fardo árduo 
levando vento túnel 
tempo quase todo perdido
tolo escrito vazio

Abaixo em depressão
fraco para levantar
abismo firme de si 






sábado, 17 de agosto de 2013

Gripe






Vomitando flores e vodka
dança planeta terra
vela do barco quebrada

Rádio chiado balé ruído
meninos e meninas
esterco na sala de espera
é um cavalo chamado tempo

Coração dolorido
esperando carinho
solidão e chá 

Vírus e olhos
descanso do trabalho
uma gripe me ama





Desgaste







O que resta leva 
vai e me empurra
 força bruta
entulho sombrio

Não me toque
já tenho tique taque
o relógio me bate forte

Escolho como tratar minha dor
passaporte meu
não venha me machucar
 ideias de lixo autoritário

Escolho dentro do impossível
como sofrer
parar o músculo de bombear sangue
algum minuto dentro da hora niilismo 

Namoro com a morte
separado da vida
divorciado da liberdade
herança defesa proibida
chance de injustiça iminente
famílias tristes fezes felinas

Planto árvores para o governo destruir
logo assim é arrancada do chão a esperança
cultivando o medo blindado 
dor de pânico
horror cinza
vírus

Carcaça desmantelada 
sorrindo com a criança em câncer
pessimismo café e média fria
praça cruz vermelha dos meus pesadelos
livro de poeta velho em travessura
pequeno único doce remédio







sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Roupa Nova









Visto o manto do dia
enxergando já tarde relógio escamgalhado
roupa rotâ do tempo em ponteiros tecidos
acessórios prontos algemas de ouro
o eu em densa agonia vestida
destruição de meus sonhos
como a meia ao sapato furado do amor
cadarços coloridos de sangue anêmico

Calça apertada de dor
possuída com cor pobre
bolso economicamente falído
em cima a camisa de força
sociedade hospício em dizeres e números
direitos escorraçados da gaveta
cachecol falta de trabalho vazio salário
psicologia roupa de fibra queimada
psiquiatria extinta de sunga diarreia 

Touca de comida estragada
uma cabeça doente deprimida fios violetas
seção de roupas encolhidas água do esgoto
pinturas nas camisas estilo faça você mesmo
uma tristeza desenhada

Levante ao desespero na corrida do indivíduo
o pijama paletó de madeira 
é mais um dia de frio
alta temperatura gélida social
moda verão antipática vazia
devidamente veste o casaco segregação

Na rua das camisas verdes
floresta de concreto prisional
uma multidão com suas roupas 
cores de insegurança máxima
vomitam no armário de pedra imperfurável

Existem trajes do governo 
medalhas ensanguentadas sorridentes 
fardas de farpas 
uniformes da violência urbana
oriundas da passarela governamental
modelos granfinos do poder
ditam a dança reação em cadeia

Delegacias não irão ajudar 
lesão corporal etiqueta viva
lojas de roupa suja 
apanhe dos outros em gomadas
não vão investigar nenhum botão
apanhando de gola em gola
 
Bebês não se salvam das agressões
fraldas plásticas sujas são pratos que se comem
sempre proibido cuspir ali
fezes infelizes textura da costura

Um boné bactéria e fungos 
vírus braceletes adorno febril
mangas compridas do tempo perdido
 
O corpo nu ao estupro
chora seu profundo vazio
cobre suas vergonhas apenas com lenços ensanguentados
algodão plantado por escravos 
nada existe de belo
guarda roupa sofrimento
obrigação de andar vestido
penduricalho bola de ferro aos pés

Farrapos da minha vida
criam tristeza e antipatia
aos teus e meus tecidos nervosos
roupas em desgosto