Sou o proibido
a pessoa restrita sem visita
não podem me ler por dentro
nem olhar ou sentir-me
é proibido por vocês mesmos
dissimulem e escutem o grito
tem cores fortes
vermelho e preto
tem cores fortes
vermelho e preto
A ordem é expressa
gatilho de chantagem
lei de desunião
o não para o meu eu
O tempo corre agora me machucando
não é assim que se deseja?
Amigos dos muitos
não sei o que é isso
estou numa ala solitária
Me querem lixo
que não seja reciclado
sendo assim dou os parabéns
peço só que feche melhor
essa latrina que me encontro
por favor fechem direito
Não quero ouvir as mentiras
dos gostos e falsos gozos
que dizem sentir por mim
num passado que deve ser calado
sigilo e censurado feito
Nem menina amor
essa já foi para fora
e nem foi abandono
tudo é de encontro a si
solidão
Sigo e ando pela
falta de espaço
parede do quarto
sem luz
foi cortada
Roma jaz em mim
não vejo cuidados
só perto o que devasta
Dane-se o que sinto
não importa nada
apenas me sentenciam
solidão risonha
des-prezo depressa
Já perdoei os erros familiares
entrei no psicólogo do céu
me desculpei com jeito
por exercer meu mínimo de viver
Emoção
foi por ela que me defendi
mas não querem saber
não posso ter medo ao sair
dizem premeditar
se coloquem em meu lugar
apanhem por mim
Não tenho ajuda
não posso ajudar
só me querem isolado
Já me cortei pescoço
profundamente
nem ligo mais
nunca fiz por beleza
ou chamar atenção
manipular o músculo
coração
Dane-se meu suicídio
todas as tentativas que tive
sempre respeitei os outros
apanho desde novo sempre
me dá vontade de sair mesmo
Pulseira de navalha na carne
claro que é de cor vermelha
já escrevi meu pior
e dolorido poema
com tal relés líquido
Pular de abismo
vira uma moda
como quem mexe
o egoísmo no travesseiro
Deixo recado
queria todo
cada um ser
sim sendo
amado
Mas não pode
não querem
fazem da vida
um brinquedo
que não pode
não se deve
ser emprestado
Eu apenas brinco de viver
uma hora eu acabo
mas não largo
meu sorriso bobo
até o fim
Me segreguem
distância firme
mas e se sentirem saudade?
Poxa, pensei nisso
crueldade eu aceitar?
Sempre acho que se pode
brincar no parquinho
cada vez um vai no balanço
mas por que eu não posso?
O que aconteceu com o amor
deve ter acontecido o mesmo
com a liberdade
Sufocada pelo ego
pela lei inventada
numa coisa de mal gosto
de não buscar ajuda
usando os outros como bengala
Não...
eu só quero ir no parquinho
brincar um pouco numa arte
fazer carinho e ter o dar amor
Mas não posso
por favor
feche direito
essa merda de latrina
Não quero ouvir
mais nenhum som
esse é o meu caixão
lata perfumada
essa é a prisão
dedicada a mim
nem sei se quero
sair daqui
Me matem fazendo
exatamente como tem feito
É crueldade eu aceitar?
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