sábado, 10 de setembro de 2011

O Bonde





O bonde vem de longe
quebrado e antigo
descendo a ladeira
com freios de miséria


Motorneiro em desespero
esse barco vai afundar
no poste da curva


Pessoas passageiras
esmagadas pelo Estado
calamidade pública
vidas desprezadas
decepção é a estação


Tragédia estampada
gerência bem paga
sucatas reutilizadas


Fora dos trilhos
a vida vai ao precipício
o francês que cai
o povo que se vai


Os arcos dos fatos
e um bonde em cima
chamado perigo



Monotelha

3 comentários:

  1. Preciso falar contigo, mas não consigo te contactar. Escreva, por favor...

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  2. Muito bom esse poema! Gostei muito! Bom saber que você escreve sobre fatos da cidade.

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  3. Muito bom esse poema! Gostei muito! Bom saber que você escreve sobre fatos da cidade.

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