Afogado num rio de janeiro qualquer
um desses em direção ao mar de destroços
de ossos e lixos do ofício
Pode ser numa praia
ou na entrada de uma baía
vai se engolindo esgoto em fevereiro
Em ruas entupidas
águas irritantes de março
entram na boca sem pedir licença
fechando a goela de poluição no verão
abrem um abril despedaçado
trazendo a sujeira no trabalho de maio
Sujeira enjoativa no cheiro de junho
ensopado no entulho de julho
num profundo desgosto
em pleno mês de agosto
Cidade sitiada e alagada
caos de setembro num vazamento atômico
sem nome sem saber
o mar vêm entrar
Olhos turvos visão arruinada
dói o outubro em sinal de luto
Novo horror de novembro
de certo morto em dezembro
Foi um esgoto que passou em minha vida
MonoTeLha
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