A amargura da mente
passeia
numa manhã azeda
A ternura virou
mera tortura
e tudo pura repetição
Olhando carros
numa avenida
de ida ao centro
do stress e tormento
O trabalho em busca
de salário obedecendo horários
morrendo em filas desempregado
Luta por mais venenos
para dentro da barriga
almoço pré diarréia
Cuspo no chão
mas sou o próprio
catarro
Respiro com dificuldade
mas sou a própria
poluição
Estou solitário
sou solidão
Entro no coletivo
sou mais um número
sem identidade
Sou expulso de todos os lugares
sem números monetários
vomitado e desprezado
o proibido amigo de filhos
um mal visto qualquer na esquina
Vivendo com frio humano
manhã de inverno mental
atravesso esse inferno
a pé
A violência das capas de jornais
são pílulas morais
que tomo obrigatoriamente
na comunidade
seguindo em frente
aos abismos
Falta de amigos
cercados de inimigos
Me matam e me matei demais
está na hora
de me enterrar
MonoTeLha
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