A bailarina dança
suavemente seu balé
na beira do abismo
da caixinha de música
que é o mundo
O som doce e triste
não atrapalha o seu sorriso
de puro plástico industrial
Ela gira seus passos
como gotas de chuva ácida
como as que fazem círculos
em lagos sujos
Gotas não tão corrosivas
como pessoas carne e osso
Ela se movimenta
numa dança ao som
cada vez mais lenta e fraca
cada vez mais sem novas cordas
cada vez mais perto do fim
Como alimentos que acabam . . .
Nas histórias da vida
pessoas carne e osso
se matam em guerras
pelas terras
pelo que há nelas
sem poderem dançar
muito menos girar
A água é a morte . . .
Fazendo a bailarina da caixinha
entrar na gaveta
e ter o seu fim
MonoTeLha
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