segunda-feira, 24 de maio de 2010

Redação Estatal






O Estado vem fazer estragos
controlar por onde passar
o que ler
o que pensar
o que falar


Vigia o passado
mata no presente
destrói o futuro




O Estado é um monstro
robótico
antipático
burocrático
Controlado por burgueses
privilegiados abastados
anti pobres e causadores de miséria
impondo impostos
todos os meses dias horas e segundos


Com seus braços armados
esmagam crianças
exterminando a esperança


O Estado dá tiros e prisões
aos atos do povo
genocídio gratuito
direitos destruídos


O Estado
puro mal estar
sumo maltratar
mata e tortura


Sendo Estado
de esquerda ou direita
e em qualquer lugar
é a mesma prática criminosa
sem parar
o povo calado e subjugado
preso e condenado


O Estado com suas
Instituições hospitalares
que arruinam a saúde
Escolas que destroem
toda a educação


O Estado rouba e estupra
a vida
a conduta
Leva para a cova rasa
eis a sua ajuda
uma sepultura








MonoTeLha

O velório




A amargura da mente
passeia
numa manhã azeda

A ternura virou
mera tortura
e tudo pura repetição

Olhando carros
numa avenida
de ida ao centro
do stress e tormento

O trabalho em busca
de salário obedecendo horários
morrendo em filas desempregado

Luta por mais venenos
para dentro da barriga
almoço pré diarréia

Cuspo no chão
mas sou o próprio
catarro

Respiro com dificuldade
mas sou a própria
poluição

Estou solitário
sou solidão

Entro no coletivo
sou mais um número
sem identidade

Sou expulso de todos os lugares
sem números monetários
vomitado e desprezado
o proibido amigo de filhos
um mal visto qualquer na esquina

Vivendo com frio humano
manhã de inverno mental
atravesso esse inferno
a pé

A violência das capas de jornais
são pílulas morais
que tomo obrigatoriamente
na comunidade
seguindo em frente
aos abismos

Falta de amigos
cercados de inimigos

Me matam e me matei demais
está na hora
de me enterrar



MonoTeLha


terça-feira, 18 de maio de 2010

O balé da Morte






A bailarina dança

suavemente seu balé
na beira do abismo
da caixinha de música
que é o mundo

O som doce e triste
não atrapalha o seu sorriso
de puro plástico industrial

Ela gira seus passos
como gotas de chuva ácida
como as que fazem círculos
em lagos sujos
Gotas não tão corrosivas
como pessoas carne e osso

Ela se movimenta
numa dança ao som
cada vez mais lenta e fraca
cada vez mais sem novas cordas
cada vez mais perto do fim

Como alimentos que acabam . . .


Nas histórias da vida
pessoas carne e osso
se matam em guerras
pelas terras
pelo que há nelas

sem poderem dançar
muito menos girar

A água é a morte . . .

Fazendo a bailarina da caixinha
entrar na gaveta
e ter o seu fim






MonoTeLha

Realidade





Já não se sabe

conhece ou vê
alguma melhora
não há glória na História

Pessoas mortas desconhecidas
são sepultadas
arrancadas de suas vidas
por ilustres monstros
famosos e armados
governantes representantes

No mundo inteiro
uma poluição compõe
uma guerra ilustra
uma bomba ilumina
a miséria humana total

Realidade perversa
cobertor para a frieza
desumana civilização
desgostos e horrores

Ação de devastação
do mundo inteiro
estuprando os animais
vomitando ácido sulfúrico
em crianças

Máquinas e ditadores
manipulam a realidade

destruir e amargurar
o cérebro
o corpo
o coração



MonoTeLha

Cidade Humana






Multidões de ninguéns

arrastam seus caminhos
problemáticas decadentes
sem direção ao certo
sem solução por perto

Buscando dor
perdendo vidas
ganhando desespero
na sala de feridos
do pânico genocídio

Almoçando cadáveres de si
sem matar suas fomes
em tédio e subordinação

Cantando músicas
para tentar não ter problemas
adormecendo suas gangrenas

Colecionadores de cicatrizes
observadores de seus auto sofrimentos

Vendo televisão

Vendendo ilusão

Indo dormir num lixo

vivendo caindo do precipício





MonoTeLha

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Óbito Teológico

Não quero seu panfleto
Seu livro de deus perfeito
Seu diabo sorrateiro
Que me fazem pensar
Sobre o que não desejar

Olho simplesmente
Para o que eu não quero pra mim
Pra nisso não crer
Nem na miséria eu viver
Escrava ideia e dominação

Um mundo ao redor de manos
Humanos que giram
Ao redor do imundo

São passos dados
Não são dados de jogos
Mas caos puro
A natureza cruel
Resume
Não há
Não existe
Seu deus ou seu diabo
Inventado mito para dar medo
Controlar e manipular
Entrar na sua imaginação
Fazer sua crença
sua ilusão

Não quero comprar ingressos
Para o fim de seu sonho idiota
De liberdade morta
Pagando dízimos
Vivendo e crendo
Não me leve
Me deixe fora
Não entrega esse livro de mentiras
inútil pra mim
por favor
vá plantar uma árvore
Isso é bastante gentil
Não tem a saída como quer
A escada possui incêndio
Em cima é até mais quente
Não gira salvação
Ou perdão

A liberdade perde sentido
num medo bobo
Fazendo você de mero tolo


Acorda e saiba
utilizando a sua frase de crença
Monto pra ti junto com a minha de descrença
O deus liberta
Pois não existe
O diabo liberta
Pois não existe
E é claro o Nada
Vira uma forma de chance de liberdade

Me deixe ver o longe
Ser o perto
O futuro incerto
Ser agora
Uma noite
Mal dormida
Desse pesadelo
Chamado religião
Você acorda e sai dessa ilusão

Por favor
Deixe-me dizer
A saída
É ali
enfim
Ecologia esta ótimo pra mim
Fácil assim .



MonoTeLha

terça-feira, 11 de maio de 2010

Diagnóstico






O mundo humano grita de dor
E em seu sofrimento
Não há um choro definido
Parece se misturar com as gargalhadas
Ultrajadas dos tententores de poder
Com o murmúrio de uma maioria arruinada

Sem analgésicos

Que soltam suas lágrimas de crocodilo
num corpo aquecido de casaco de pele
que já vai se queimando junto com a natureza

Numa mente indiferente que trai a si e todas as gentes
O mundo humano é desumano demais

Só atrai para si sua própria traição e destruição
Erro do jogo de azar viciado em perder
Apostando mais e mais
Ficando sem roupas
Num inverno nuclear qualquer



MonoTeLha