terça-feira, 10 de novembro de 2009

Do sub-mundo






A miséria velha
vem até aqui na presença da falta
se materializa pela destruição
sonoriza a sinfonia do caos
pulsando ardentemente até fazer cair
a memória e nossa história
na lata de lixo
sem possibilidade de reciclagem

A panela está no fogo queimando
os objetos estão quebrados
sendo em perdição de roubos na esquina
 
Documentos desmancham
ocultando imagens da realidade
minha foto e de meus amigos apagando
o corrosivo grátis
 
É a polícia e os bandidos na guerra sem fim
na tarde de calor tomam a cerveja do comercial
 pausa do animal enlatado de sociedade

É a roupa rasgando
a barriga que ronca
a garrafa de pinga acaba
a inteira falta

Meio música boa no fim e que não vai tocar outra
é realmente uma paulada de árvore que se corta
é realmente uma garrafa na cabeça
é realmente uma montanha de porrada
 fatos avanços dos tiros
distribuidos à nós gratuitamente

Somos os moradores
dessa jaula de grades de rua
os comedores dessa carniça sabor vegetal
os amadores desse ódio sereno e egoísta
os lutadores dessa derrota dos vícios

Não se consegue nem mais dormir
não vai chegar outro dia
pisam nos nossos corações
marchando o dia da dependência

agora no sub - mundo
é assim até o fim
vazio triste
que nos enchem por ai




Um comentário:

  1. Muito bom
    Vou até postar amanhã no meu
    Dando, é claro, os devidos créditos

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