Num passeio pelo lixo
na moradia da comunidade
quase já não existo
pois vivo no perigo
Estou no alvo
não estou a salvo
Terceiro mundinho
com doenças no chão ( vala alagada )
com doenças no ar ( helicóptero a atirar)
com doenças em tudo que é lugar
Prolifera toda a esfera
Estado com sua prática assassina
pena de morte diária
no hospital ou na delega
nas salas de espera
Todos os desesperados
enfermos de corporações
Estou dormindo do lado de fora do mundo
no quarto da escuro da ignorância
na prisão que é a miséria
de portas abertas para o nada
Nesse andar pelos cantos excluidos
cantando com a banda as piores letras
cantando exclusão
bebendo a máxima amargura
A bateria dos pratos vazios da fome
a guitarra dos solos contaminados
o baixo do viaduto
e o vocal do último grito
Risos colerizados n a letra que dizia :
. . . isso é só o fim . . .
MonoTelha
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