O medidor com seus números
atravessa a vida
cortando como faca afiada
O calendário se desfaz
na medição do resto
viramos rejeitos
e o relógio continua
aos que chegam
O tic tac
que bate
espanca o corpo
em minutos
horas e segundos
A vontade de ir embora
vêm quando nasce
O capitalismo bate a porta
ele é o dono do relógio
não mais o próprio tempo
Os anos vão passando
coelho veloz
a velhice está em cima
Hora de colher a falta
ser surrado e preso
tempo estuprado
Cronologicamente vida perdida
nas horas subtraídas
que se passa triste
O tempo
que seja presente e passado
fica sempre sem futuro
Ponteiros maiores empurram
o tédio e o medo para o cotidiano
Os menores destroem
a alegria do dia
nessa única vida
O do meio reparte
os vazios
De um a doze
24 horas
o que é seu
é roubado
é roubado
Desperta a dor
acorda para sofrer
assim os centavos surgem
junto das migalhas de vida
O tempo para a morte o tempo para a vida,para quem acorda para quem dorme,para quem espera,chora,anda,brinca,beija.
ResponderExcluirVivo em função do tempo em todos os sentidos,o relógio me diz a hora que devo sonhar e hora que devo partir,o relógio que instiga a vontade que causa e não posso ter nem ver,porque vivo presa ao trabalho,as contas ao materialismo,maldito materialismo e capitalismo do qual somos escravos do relógio,tempo,passado e presente.
O relógio continua aos que chegam...
ResponderExcluirO tic tac que espanca o corpo em minutos horas e segundos me lembra que preciso acordar para trabalhar,para pagar contas,para viver em função do governo e para ser escrava do sistema e capitalismo.