terça-feira, 3 de abril de 2012

O relógio



O medidor com seus números
atravessa a vida
cortando como faca afiada

O calendário se desfaz
na medição do resto
viramos rejeitos
e o relógio continua
aos que chegam

O  tic tac
que  bate
espanca o corpo
em minutos
horas e segundos

A vontade de ir embora
vêm quando nasce

O capitalismo bate a porta
ele é o dono do relógio
não mais o próprio tempo

Os anos vão passando
coelho veloz
a velhice está em cima 

Hora de colher a falta
ser surrado e preso
 tempo estuprado

Cronologicamente vida perdida
nas horas subtraídas
que se passa triste 

O tempo
que seja presente e passado
fica sempre sem futuro

Ponteiros maiores empurram 
o tédio e o medo para o cotidiano 

Os menores destroem 
a alegria do dia
nessa única vida

O do meio reparte
os vazios

De um a doze
24 horas
o que é seu 
é roubado

Desperta a dor
acorda para sofrer
assim os centavos surgem
junto das migalhas de vida








2 comentários:

  1. O tempo para a morte o tempo para a vida,para quem acorda para quem dorme,para quem espera,chora,anda,brinca,beija.
    Vivo em função do tempo em todos os sentidos,o relógio me diz a hora que devo sonhar e hora que devo partir,o relógio que instiga a vontade que causa e não posso ter nem ver,porque vivo presa ao trabalho,as contas ao materialismo,maldito materialismo e capitalismo do qual somos escravos do relógio,tempo,passado e presente.

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  2. O relógio continua aos que chegam...
    O tic tac que espanca o corpo em minutos horas e segundos me lembra que preciso acordar para trabalhar,para pagar contas,para viver em função do governo e para ser escrava do sistema e capitalismo.

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