domingo, 29 de novembro de 2009

Zona Exploradora Sul






Zona sul do Rio

que é um fio de navalha
na cara dos pobres

Eis os lugares nobres
feitos e construidos
pelas pessoas pobres
das zonas mortes

Mansões milionárias
e condomínios fechados
não se é bem vindo
se não for bem rico
ou escravo assim definido

Governo e burguesia
mestres da injustiça de todo dia
aliados da mídia
manipulam e dizimam
os pobres nas ruas
encurralados nos morros
ou os mantém no subúrbio

Com seus planos e artimanhas
serviços bem prestados a si
direitos mais que garantidos
Privilégios de montão
e para os pobres
a eterna exclusão




MonoTeLha

Sub vida Suburbana RJ







Subúrbio !



Sub vida triste cina
periferia chacina nas esquinas
urbe esburacada
sem oportunidades
na zona morte
não há sorte

Torce por mais um dia
no calor escaldante
da tortura e amargura
sepultura e covas rasas
na vala do desespero
que percorre o coração
de gente pobre

Subúrbio !

Crianças em destroços
com seus ossos colados
olhares tortos e mortos

Hospital e escola
hospício comunitário
para formar a hora do trabalho
de escravidão servidão
sem direitos e eterna máfia
manipulação e televisão

Subúrbio !

Os lugares que são lares
de lixões, baratas e ratões
pertecem ao lado segregado da cidade
Total aniquilação social
perdidos numa teimosia de resistir
que é única saída para existir

Subúrbio !



MonoTeLha

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Preparativos Boêmios



Na manhã de calor o pé sujo
esta sendo lavado
Para o fígado ser sujo
Esse mundo parado
aos tragos de estragos
Assim então não como foi
no ontem
mas como provavelmente

será no hoje : desmoronamento!

( mais um dia a frente )


O vício dominando
na tarde avançando
pra noite chegar
e ninguém ser salvo

A noite
A madrugada
quem vêm
desligando o calor do dia

Surge entre escombros de seres
o andar desamparado
pelos bares
Pelos rios de veneno
Pessoas brincam de aumentar
os papos
Discutindo política de meia tigela
Titicas de galinha
cadáveres engolidos
em porções

São humanos os que mais matam
Eis o pequeno trabalho
nada é muito diferente
dos que estão em suas casas
Torturas continuam
os gritos das horas que passam
como se não houvesse nada demais
acontecendo ali ou lá

É tudo humano
Como se não fossemos uns
e sim apenas super heróis
imaginários de neurônios
bobos dançantes
e esquecidos

Não há mais no que acreditar
Eis os meninos e as meninas
no novo parquinho boêmio
meros condenados
da cidade
laboratórios de desempregados
apenas escravizados
nada demais
apenas humanos enlouquecidos
sem cura
apenas vícios e viciados
namorados.



MonoTeLha

domingo, 15 de novembro de 2009

Gráficos






Eco sistemas de vida
na Terra em declínio

_ Favor subir ao décimo andar
( Vou vender a floresta para pecuaristas )

Todo suporte à vida
em declínio

_ Espero lucrar
mais e mais
( Vou escravisar pessoas e bichos )

Toda biosfera está ameaçada

_ Mercados abertos
negócios fechados
( Vou criar novos produtos para viciar )

Extinção das espécies
avançando

_ Meu império econômico
é promissor !

( Vou vender o mundo )


. . .






MonoTeLha

A família







O racismo casou
com a ignorãncia
Teve uma filha
chamada intolerância

Essa família
gosta de passear por ai
pelo mundo
mesmo em dia de sol ou chuva
de dia
de tarde
de noite
7 dias por semana
365 dias por ano
Seus amigos
são conhecidos elefantes brancos
na sala de estar mundial
O Estado
A burguesia
A Religião
Estes protegem
e garantem seus direitos
Todos dessa família
são contra outras famílias
e demais seres

Essa família
possue uma doença
que infelizmente
muitas vezes
não é mortal




MonoTeLha

Transporte cotidianos





Somos o trem
indo ao descarrilhamento
O barquinho no maremoto . . .

Caminhando um pouquinho
na estrada da existência
caindo por amarrar
os sapatos
um ao outro
sem pensar nos outros

Tirania intergeracional
vendedendo o almoço
pra comprar
um jantar apodrecido
Estamos auto-esquecidos
Somos o trem
voando no abismo
Somos o avião
numa batida de carros
e barcos de corrida
sem água



MonoTeLha

Cara e coroa






Moto serra na mão
e árvore no chão
Compre os móveis
se sente na sala
Leia o livro
e o jornal
dizendo que devemos
ser ecológicos


Chave do carro na mão
e poluição jogada no ar
Compre uma pintura bonita
ponha na parede
e diga :
" _ que céu e natureza tão belas "


Energia elétrica sem apagão
e usina nuclear funcionando
Compre uma cestinha
de lixo florida
Diga pra si
que terá de cuidar
de uns depósitos
do lixo nuclear

Dedo no botão da bomba H
e misséis voando no ar
Compre um passe para po bunker
pois a guerra nuclear
começou a rolar



MonoTeLha

Guerra de classes






José e Creusa passam perrengue
dia a dia
enquanto
Maurício e Patrícia passeiam
de iate
todo dia


José e Creusa não tem o que comer
enquanto
Maurício e Patrícia não aguentam
mais caviar de tanto ter


José e Creusa
josé Zé ninguém
e
Creusa : Créu mulambo
enquanto
Maurício e Patrícia
Maurício Mauricinho
e
Patrícia Patricinha


José e Creusa não tem mais dentes
enquanto
Maurício e Patrícia
com de ouro os da frente

José e creusa sempre no batente
ganhando miseravelmente
enquanto
Maurício e Patrícia
sempre lucrando exageiradamente

José e Creusa
José vapor da boca de fumo
e
Creusa sequestradora
enquanto
Maurício em doutorado e delegado
Patrícia na promotoria criminal


José e Creusa andam de trem lotado
enquanto
maurício e Patrícia
voam de jatinho fretado

José e creusa
analfabetos desempregados
enquanto
Maurício e Patrícia
formados e empresários

José e Creusa
sempre pobres miseráveis
enquanto
Maurício e Patrícia
sempre Burgueses milionários




MonoTeLha

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Do sub-mundo






A miséria velha
vem até aqui na presença da falta
se materializa pela destruição
sonoriza a sinfonia do caos
pulsando ardentemente até fazer cair
a memória e nossa história
na lata de lixo
sem possibilidade de reciclagem

A panela está no fogo queimando
os objetos estão quebrados
sendo em perdição de roubos na esquina
 
Documentos desmancham
ocultando imagens da realidade
minha foto e de meus amigos apagando
o corrosivo grátis
 
É a polícia e os bandidos na guerra sem fim
na tarde de calor tomam a cerveja do comercial
 pausa do animal enlatado de sociedade

É a roupa rasgando
a barriga que ronca
a garrafa de pinga acaba
a inteira falta

Meio música boa no fim e que não vai tocar outra
é realmente uma paulada de árvore que se corta
é realmente uma garrafa na cabeça
é realmente uma montanha de porrada
 fatos avanços dos tiros
distribuidos à nós gratuitamente

Somos os moradores
dessa jaula de grades de rua
os comedores dessa carniça sabor vegetal
os amadores desse ódio sereno e egoísta
os lutadores dessa derrota dos vícios

Não se consegue nem mais dormir
não vai chegar outro dia
pisam nos nossos corações
marchando o dia da dependência

agora no sub - mundo
é assim até o fim
vazio triste
que nos enchem por ai




sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Meu fim







Hoje é aquele dia do insuportável
E de grande valor solitário
Hoje o balãozinho não vai subir
Pois vou estourar ele
A alegria não me banha
Nem um lavar de mãos
Estou triste como uma porca
Quero morrer mais do que comer
E estou esfomeado
Nas bobas conquistas guardo minhas perdas a sete chaves
Puxa nem queria que fosse assim
Preferia o sábado
Não tenho o que dizer pois o que digo não vale nada demais
É só mais uma coisa boba
Sério não é nada apenas uma despedida
Pra verem que gosto de vocês
Posso dizer que ir embora é confortável
Igual ao fio que corta
Como nos corta todos os dias com nossos problemas
Hoje tá bem quente mas meu coração tá no gelo
Tá na saudade
E na boa boa tá na merda
As coisas caem , as coisas quebram
E eu não escuto mais
Não quero mais tocar
Mas eu vou pra rua e eu vou voar
Vou pra praça
Pra nunca mais encontrar
Pra me perder todo
Finalmente rir de satisfação
De algo ruim que acaba
Desse negócio que tem me dado
Porrada, agonia e tristeza
Chamado como dizem
Por ai
Vida .



MonoTelha