A miséria velha
vem até aqui na presença da falta
se materializa pela destruição
sonoriza a sinfonia do caos
pulsando ardentemente até fazer cair
a memória e nossa história
na lata de lixo
sem possibilidade de reciclagem
A panela está no fogo queimando
os objetos estão quebrados
sendo em perdição de roubos na esquina
Documentos desmancham
ocultando imagens da realidade
minha foto e de meus amigos apagando
o corrosivo grátis
É a polícia e os bandidos na guerra sem fim
na tarde de calor tomam a cerveja do comercial
pausa do animal enlatado de sociedade
É a roupa rasgando
a barriga que ronca
a garrafa de pinga acaba
a inteira falta
Meio música boa no fim e que não vai tocar outra
é realmente uma paulada de árvore que se corta
é realmente uma garrafa na cabeça
é realmente uma montanha de porrada
fatos avanços dos tiros
distribuidos à nós gratuitamente
Somos os moradores
dessa jaula de grades de rua
os comedores dessa carniça sabor vegetal
os amadores desse ódio sereno e egoísta
os lutadores dessa derrota dos vícios
Não se consegue nem mais dormir
não vai chegar outro dia
pisam nos nossos corações
marchando o dia da dependência
agora no sub - mundo
é assim até o fim
vazio triste
que nos enchem por ai