Sociedade perdida que se acha
dentro de vazios depreciativos
em uma mesquinharia egoísta
cercada por prédios e casas
desabitadas de amor
preenchido com nojo
O óleo que lubrifica sua máquina
sempre em mau estado tal mecanismo
assim péssimo governado
é um sangue de puro coração
já doente de sua imunidade
Sociedade caquética que engatinha
seus membros podres corruptos
ocupada em seus maus salários
de uma maioria pobre de tudo
Por outro lado uma minoria rica
que apenas ri da desgraça
A sociedade é desmiolada que arranca
seu próprio jovem cérebro
produtora de caros açougues
produz o desejo de ser
um amontoado de fezes
e sonha com diarreia
As funções e cargos
apodrecem no lixo social
professores educam ratos e baratas
Sociedade em conserva
garrafa de conservadorismo
tédio em misto de luxúria
assistindo futebol e usando a web
vendo televisão e queimado livros
Ricos passam de carro
em cima de meninos de rua
com seus altos lucros
voam de avião por cima
dessa crise no corpo do guri
A sociedade repulsa a vida
como quem come lixo azedo
Suspira de pânico fast food
respira radiação pelo nariz
como se fosse oxigênio
O alcoolismo rega o carnaval
assim como no natal o consumismo
deixa seus presentes nas árvores cortadas
ingredientes dessa sala de mau estar
Sociedade verdadeira geladeira
com suas friezas pelas esquinas
grosserias alastradas em cada passo
O cidadão em horror de si mesmo
é seu próprio monstro
eis que o medo em suas veias
é o combustível junto com
sua arrogância desprezível
Olhando o corpo da sociedade
quase em coma profundo
só se mexe para gemer de dor
e ao gritar um tal de gol
São contadas as perdas aos filhos
ausência de dentes e escolas
O esporte da copa do mundo
é a perda da casa
A religião é adeus vida digna
A esmola é escória escolar
A ideologia é como mídia
consumista e corrupta todo dia
machismo autoritário
chamado de anarquismo libertário
Os jovens estão velhos
os velhos estão mortos
Os vivos que sobram
choram metais pesados
falando ao celular
dizendo saudade
saudade e saudade
As crianças vão entrando para o crime
como quem bebe um sorvete
entrando para a cela
como universitário no campus
A polícia não se pode prender
o crime não vai parar nesse sinal
nessa cidade chamada mundo
Os ricos não possuem olhos
os pobres não têm óculos
A doença é aqui dentro
não há mais lá fora
O manicômio enlouqueceu
dentro do cérebro
ele vomitou todo sentimento
até as tripas e todas as chances
sobrando uma tola razão
de deitar com cuidado numa cova
A fome é gratuita
assim como o hospital
em pedaços
em cacos
a esperança
A maioria com os restos segue a fila
e uns poucos altamente privilegiados
se banham em riquezas nucleares
Não há dinheiro para pobres
e existem abundância de ouro aos ricos
No meio disso apenas o cheiro de injustiça
misto perfumado do cadáver da vida
A maioria com os restos segue a fila
e uns poucos altamente privilegiados
se banham em riquezas nucleares
Não há dinheiro para pobres
e existem abundância de ouro aos ricos
No meio disso apenas o cheiro de injustiça
misto perfumado do cadáver da vida
A passagem do transporte
é cara até para ir ao cemitério morrer
É proibido o trabalho decente
e toda inteligência
É proibido morar
apenas sofrer
ser expulso humilhado
É proibido comer
apenas ingerir lixo industrial
apenas ingerir lixo industrial
É proibido beber água limpa
só o esgoto gratuito
só o esgoto gratuito
É proibido viver
pague para morrer
Feridas no tecido social
é esse câncer alastrado
É permitido sofrer cada sintoma da doença
pague para morrer
Feridas no tecido social
é esse câncer alastrado
É permitido sofrer cada sintoma da doença