quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Despedida e Chegada



Minha alegria foi embora
pela porta de entrada
saiu flertando com saudade
me olhou nos olhos e chorou

Oh alegria em alergia
doente e em fuga de mim
eu me despeço e me vou 
todo também triste

Em momentos difíceis
que eu a ajudei de coração 
em batida de carinho
agora esse bate bate sangue
é assim fraco infartado 

Perdi um amor
o trabalho e uma festa
só pude sair  com  lágrima
azeda e amarga da vida

Apenas vou e me despeço
com toda a tristeza lá na frente
me esperando para  namorar

Nessa nova cidade
vou entrando pela saída
existem as placas que devo 
sem vacilo me guiar
sem a mínima vontade de ir
mas que vou seguindo

Pelo caminho o vazio
a cada passo 
dentro do buraco
fica mais pesado
me afundo mais

Minha pegada deixou marca
em corações pisados dentro do frasco
pedaço enquadrado do urbano

Na verdade ninguém vai chegar
e realmente não se vai sair
mas é um rumo que se segue

O novo lugar inútil é triste
tudo se fica de lado
largado numa calçada
esperando a carona de uma comida
um pouco de água e a cama
para ter o pesadelo de toda noite
que sempre resvala para o dia que vai começar

Puramente em direção ao  nada
eu vou chegando
onde não há o amor
ou ódio germinado
nem falsos amigos
muito menos amizade
é apenas a solidão em toda parte



.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Uso Capião



Ocupe meu coração
está desabitado e silencioso
ele é uma casa envelhecida

Há poeira pelas paredes
janelas quebradas
portas que emperram

Não existe morador
está sem água e luz

Havia família e festa
agora só resta o vazio

Uma enorme casa
cheia de cômodos

Área de lazer e jardim
abandonados como lixo

Os anos se foram
deixando apenas cinzas

É uma casa no fim de uma rua
fica numa suja cidade grande
ela é escondida no meio de tudo

Os donos foram embora pra longe
largaram móveis confortáveis e utensílios
queriam mais conforto que essa casa


Por favor venha assim que puder
mansa, pacífica e ininterruptamente


Ocupe meu coração com uso capião



MonoTeLha