mas estranhamente
está tudo escrito por ai
Letras caladas pela gritaria
sem saberem o que fazer
Florestas queimadas são os textos
Há pichações nos muros
letras de música e pinturas
as poesias as ruas imundas
os seres arremetem as frases
suas dores os sinais de exclamação
Mas as pessoas estão tímidas
sem força para ver o belo
letras de música e pinturas
além de filmes e peças teatrais
Histórias de contos de fadas
esculturas e danças antigas
mas a timidez não vai embora
Buscamos conversas e diálogos
encontramos internet e celular
Buscamos conversas e diálogos
encontramos internet e celular
nenhum contato físico tido
Fazemos relatos de feitos
sonhos e vontades cheias
Mas é o vazio que enche
o cérebro do coração
A voz sem dúvida está cansada
cheia de força bruta que se esmaga
num anceio de pronunciar ao ouvido
algo muito difídil para se entender
que mesmo parecendo fácil
nem gritando é possível
tudo se reprime e se gela
Estamos todos longes do simples
Uma rádio fora do ar
transmite melhor o que somos
Estamos todos longes do simples
Uma rádio fora do ar
transmite melhor o que somos
o que fazemos com nossa solidão
A falta de sintonia em existir
fazem os humanos defeitos
A falta de sintonia em existir
fazem os humanos defeitos
que nos desfazem amizades
choramos de verdade sozinhos
Foi para lá num passado imaginário
o futuro querido as coisas do presente
Há só e suave
um gemido que se espreme
entre as coisas da vida
Mortais que somos
nos tornamos bobos
Podemos se defender de nós mesmos
choramos de verdade sozinhos
Foi para lá num passado imaginário
o futuro querido as coisas do presente
Há só e suave
um gemido que se espreme
entre as coisas da vida
Mortais que somos
nos tornamos bobos
Podemos se defender de nós mesmos
o ataque ao próprio corpo é evitável
trata se de uma defesa legítima
a agressão que a timidez fará é iminente
é preciso se proteger do acanhamento
O gemido come primeiro o cérebro
a história e depois o coração
É preciso amar
é preciso o amor
MonoTeLha