Tudo muito sujo
no trabalho duro
Limpar a privada
de gente privilegiada
Tudo muito farto
dentro do meu cansaço
em carregar meu fardo
de ir para o trabalho
dentro do trem lotado
sendo empurrado
Tudo muito triste
viver em deslize
É comer ou morar
É morar ou comer
que o salário mínimo
pode pagar
Pra putz alguém dizer
para eu ir ver TV
Tudo muito luto
As trabalhadoras
mortas queimadas
proletárias
duzentas pessoas dizimadas
no primeiro de maio
em 1886
Tudo muito ódio
eu nada fazer
e esquecer
de não me revoltar
de não me organizar
É preciso que eu mude
É preciso que eu lute
É preciso que eu melhore
E o trabalho vai parar
e a greve vai de novo
se fortificar
e desta vez para ficar
MonoTelha