domingo, 12 de março de 2017

Veículo Comercial




É o carro do capitalismo velho
passando agora na sua rua
aceita usina nuclear carcomida
feridas radioativas vivas

Compramos vírus engavetado
bactérias de largo estrago vasto
desespero engarrafado

Velhacos mísseis intercontinentais 
egoísmo de segunda mão enferrujado
vencido tanque de guerra
patifaria bélica em geral
carro devassado de polícia genocída
quadrilha de víbora indigna
fóruns de justiça cara e maligna
restos de esperança

Compra-se velharia
abandonados direitos civis aniquilados
corpo social em desamparo
moradores de rua em trapos
cadeia violenta e escola hiper lotada
campos de concentração neonazista 
 sofrimento mútuo absurdo

 Revólveres de destruição em massa
comida desperdiçada  podre e vasta
sucata de vida urbana contaminada
panelas velhas da escravidão 

Lágrimas amargas
dinheiro sujo de lucro 
compra-se o mundo


sexta-feira, 3 de março de 2017

Árvore das Tristezas







Ando voando na agonia dos dias
sou folhas para em breve pousar
 um morrer meu de desespero
lida de injustiça fria a vida
passo caindo rápido pelos infernos
são circulares opressivos
 cidade carta marcada

Amigos mendigos dizem olá
rasgo pedaço desse coração taquicardico para doar um alimento
um vento predial me move no baldio terreno cerebral devastado
planto uma árvore no deserto humano
vegetal que sou solto semente
livre de livro papel escrito
celulose com dor forte


O social pedindo para me queimar
 gasolina gratuita dos dias
é um verão sem chuva viva
minha vida frita
há apenas lágrimas proibidas
  raízes secando as esperanças
nas folhas meus poemas tristes
com os maus dizeres das pessoas


Me expulsam em viveres
afastando da pequena floresta
jardineira moça bela
enamorada esfera
desejam apenas solidão e motosserra
minha árvore caída e velha


Uma terra feita pela televisão
a ilusão que acreditam de jornal
mentira que dirigem minha vida
ela grita de manhã todos os dias
a agonia de ser desfeito
madeira em motosserra psicológica
física tortura em corte
apenas mais um tronco pobre


Jogo flores brotantes no vazio existencial
me proíbem ser um digno
cortam liberdade de seguir indo
letras duras no galho seco me ferem pena
o ataque para me defender
 negado ser legítimo
cospem em meu ser vivo


Antes pacífico me chamam agora violento
uma poda para ventrículo esquerdo
cimento ao cérebro sentimento
grandes grades me prometem
punir cada flor e folha
virando lixo sem reciclo
réu no precipício